“Viemos de lá todos aziados”. A última vez que Ruben Amorim pisou no gramado de Old Trafford (com Hugo Viana) – Observador #ÚltimasNotícias #Portugal

José Peseiro era o treinador do Sp. Braga naquela temporada mítica de volta à Champions. Na época, já conhecia bem a sensação de uma noite europeia amarga que, por curiosidade, dividia com Hugo Viana dos tempos de Sporting quando perderam a final da Copa da UEFA de 2005 para o CSKA Moscou. Ainda assim, neste nível, ninguém – ninguém – se acostuma com o sentimento. “Nós podíamos ter vencido. Foi um grande jogo, contra um Manchester United muito forte, não é como o atual. Jogamos cara a cara, querendo ganhar o jogo, querendo desafiar, atacar, fazer gols. Tínhamos um bom time, com jogadores de muita qualidade. Infelizmente perdemos por alguns erros que cometemos. Terminamos o jogo tristes, mas foi um grande jogo. Mesmo assim foi uma surpresa, porque o Sp. Braga não tinha a força do United. Acho que deixamos uma grande imagem do futebol português”, diz o ex-treinador do Sp. Braga ao Observador.

José Peseiro lembrou ao Observador o mítico jogo entre Manchester United e SC Braga em Old Trafford

E é mesmo de imagem que falamos. Se teve uma coisa que Ruben Amorim preservou por quatro temporadas à frente de um grande como treinador foi a imagem, sempre facilmente desgastada quando a bola não entra. Conseguirá fazer o mesmo frente à imprensa inglesa? “Ruben tem uma coisa que é inata: a maneira como ele se comunica, como ele sorri, como ele se apresenta para as pessoas e expressa suas opiniões. Isso é dele e é mais importante do que o que ele pode ter aprendido em qualquer lugar. Ele tem esse dom. Agora, claro que é outra língua. Mourinho tinha um jeito mais arrogante de se comunicar, por exemplo. E em um determinado momento ele era a grande figura da comunicação na Inglaterra. Quando Mourinho tinha uma coletiva, todo mundo parava para ouvi-lo. O Amorim tem outra forma de ser, completamente contrária”. Mas uma coisa é certa: qualquer frase forte, sorriso ou simpatia de Amorim sempre vai depender do mais importante, a bola entrar. “Se os resultados são ruins, até a comunicação é ruim. É uma coisa importante, mas só ganhando é que vai cimentar as caraterísticas especiais de comunicar. E a forma dele se comunicar é particular. Mas se não ganhar, não adianta”diz José Peseiro.