A ministra da Coesão Territorial e cabeça de lista do PS por Coimbra, Ana Abrunhosa, abandonou na passada segunda-feira um debate que decorria na Universidade de Coimbra. Em pretexto esteve uma mediação do cabeça de lista do Chega, António Pinto Pereira, pelo mesmo círculo, cujas palavras foram “inadmissíveis”, diz a ministro ao PÚBLICO. A recusa socialista “normaliza um oração que viola todos os princípios que orientam uma democracia” e que considera ser “violência física e psicológica”.
A Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra especifica uma mesa-redonda que reuniu elementos de vários partidos sob o tema Promoção do empreendedorismo e que consequências acarreta para Portugal. Um debatedor ao lado de Ana Abrunhosa, candidato a leste círculo eleitoral pelo PS, foi António Pinto Pereira, do Chega, que falou da população imigrante em Portugal e caracterizou as mulheres porquê “camadas mais frágeis” da sociedade, relata o Quotidiano de Coimbra.
Contactada pelo PÚBLICO, Ana Abrunhosa explicou que sentiu que, “ao permanecer [no debate]estava a regularizar um oração que viola todos os princípios que orientam uma democracia… Permanecer era regularizar”.
“Ouvir o que é violência física e psicológica”, disse a responsável pela pasta da Coesão Territorial, recusando reproduzir as palavras do candidato do Chega. E acrescenta: “As pessoas têm de pensar se compactam com esse oração e normalizam. Eu não compactuo… Com surdos não se discute zero.”
Por isso mesmo, depois de ouvir Pinto Pereira, o socialista clamou-se, disse recusa “participar em discursos xenófobos” e deixou a sala, acompanhada por fortes aplausos de quem assistia. “Tenho muito saudação por mim, mas tenho sobretudo por vocês”, disse. O momento foi partilhado pela Televisão da Associação Académica de Coimbra na rede social Instagram.
Depois de Ana Abrunhosa deixar a sala onde decorria o debate, António Pinto Pereira disse ter sorte “uma má tradução ideológica e política” das suas palavras por secção do PS. “Não disse que as mulheres eram frágeis. Disse que nós protegemos as mulheres”, afirmou na profundidade. E acrescentou que não ia “pedir desculpa” porque não tinha ofendido ninguém, rematando que defende “as mulheres porque são muito mais importantes e habilidades que os homens”.
O PÚBLICO tentou contactar o cabeça da lista do partido de direita radical, mas não obteve resposta.
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