O título desta crónica poderia ser a súmula do nulo entre Vivenda Pia e Gil Vicente, no encontro da 24.ª jornada da Liga. Na tarde deste domingo, e na procura da terceira vitória consecutiva, Gonçalo Santos apostou na resguardo João Nunes e no extremo Nuno Moreira, em detrimento de Fernando Varela e Rúben Lameiras. Do outro lado – de olho na terceira jornada consecutiva a somar pontos – Vítor Campelos repetiu o «onze» apresentado na receção ao FC Porto.
Numa primeira secção de toada «morna», Rafael Brito nem teve tempo de aquecer, uma vez que o médio da Vivenda Pia – de 22 anos, formado no Benfica – caiu sobre o relvado, queixoso da perna, obrigando o timoneiro dos anfitriões a lançar Beni no encontro.
Entre «vaivém» de nuvens, nem a chuva caiu, nem o golo chegou. As melhores oportunidades até o pausa pertenceram à Vivenda Pia, que progressivamente investiram no ritmo de jogo e nas iniciativas inovadoras, ainda que as variações de flanco fossem erráticas.
Aos 19m, Zolotic, na sequência de um esquina à esquerda, surgiu unicamente ao segundo post. Todavia, indeciso entre marcar ou observar, a resguardo dos «gansos» acabou por ajudar a resguardo derrotada, aliviando o esférico por cima da barra.
Quase meia hora depois, aos 45+2m, Nuno Moreira desperdiçou duas oportunidades primordiais, depois ataque construído pela própria direita. Entre o remate ao poste e a recarga para as mãos de Andrew, Vítor Campelos transparecia a frustração de ver os seus alunos retraídos – até talvez medrosos – perante um inimigo que, em todo o caso, era errático e lento. Por isso, ao pausa, o nulo projeta mexidas.
Vontade de não perder prevalênciau
Se a primeira secção foi morna, a segunda foi plena de desinspiração. Até aos 70m, há a evidenciar, unicamente, uma petiz que, apaixonadamente, insistia em gritar pelo seu «Vivenda Pia!», mesmo que a solo.
Depois, as hostes casapianas animaram-se à boleia da velocidade de Clayton, que, da esquerda para a direita, rematou cruzado, e ao poste, apesar dos fóruns de jogo. Era o efeito das mexidas promovidas por Gonçalo Santos no meio-campo, lançando Lameiras em detrimento de Neto.
Do outro lado, ainda que Campelos tenha apostado em Dominguez, por Tiba, o Gil Vicente permanece desnorteado e modorrento, apostando somente em passes longos, e confiando em Félix Correia e Touré um rasgo de originalidade e de extrema eficiência. Porém, responsabilizar nos avançados era pequeno demais para o Gil Vicente vergar uma traço defensiva tranquila.
Até porque, na frente, Lelo liderou o prolongamento da Vivenda Pia, cada vez mais esclarecidos no processo ofensivo. Todavia, Andrew nunca foi obrigado a defesas superlativas.
Reveja, cá, o filme do jogo!
Portanto, os derradeiros minutos revelaram um Gil Vicente apostado em não perder. E o nulo pareceu não incomodar os «gansos».
Apesar do empate – que reflete um encontro mormente intenso – há que salientar o terceiro jogo a somar pontos por ambas as equipas. Aliás, Gonçalo Santos continua sem suportar golos desde que assumiu o leme da Vivenda Pia.
Assim, Gil Vicente (8.º) e Vivenda Pia (9.º) atingiram os 27 pontos e sobem duas posições, deixando para trás Farense e Famalicão, que registam duas partidas a menos. Assim, «galos» e «gansos» guardam cinco pontos para a zona de play-off de manutenção, onde permanecem o Estoril e o Estrela da Amadora.
Conheça, cá, os destaques individuais deste encontro.
Na próxima jornada, de volta a Barcelos, a turma de Campelos recebe o «amargurado» Desp. Chaves, na noite de 11 de março. Por sua vez, a Vivenda Pia visitante a Estrela da Amadora, na sexta-feira, antes da recepção ao Benfica.
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