Setembro 18, 2024
“Eu sei o meu valor” – Teatral

“Eu sei o meu valor” – Teatral

Hoje, 23 de fevereiro, seria o 80º natalício de Oleg Yankovsky. Em memória do Artista do Povo, publicamos sua última entrevista Frequentador do teatro».

Oleg Ivanovich Yankovsky se mantém porquê uma estrela. Não aquela que nasceu ontem, que não acendeu por um dia, nem exagerada, nem ensaboada, mas uma verdadeira estrela. Um pouco cauto, um pouco indiferente, na figura e nos modos combina eficiência com boemia, polidez com distanciamento estrito e frieza na informação. Ao lado dele, você quer endireitar as costas e ser mais esperto do que realmente é. Esta entrevista foi planejada para ser dedicada ao 80º natalício do Lenkom, o teatro onde Yankovsky atua há 31 anos. Porém, a conversa não se voltou para comemorações, mas para porquê viver a profissão de ator. Não para sobreviver, não para subsistir, mas para viver.

– Você disse isso uma vez quando estava filmando o filme “Escudo e Punhal”, eles se trataram porquê o maior tesouro e olharam para trás cinco vezes antes de encruzar a estrada. É a mesma coisa agora?

– Não exatamente porquê uma joia, mas depois eu queria tanto entrar no cinema que me cuidei muito muito. Talvez não tenha sido em vão que a costa foi tomada.

– Você cuida disso agora também?

– Muito, agora é uma emoção de uma ordem dissemelhante. Simples, eu me cuido, tento me proteger, mas não vivencio mais aquele momento tocante. Ainda envelhece. Porém, esta é uma profissão que está principalmente relacionada à saúde. Para atuar você tem que estar em boa forma, portanto você tem que se cuidar.

– Quando você parou de atuar em filmes em qualquer momento…

– Você parou? Não houve tal momento.

– Mas no início dos anos 90 praticamente não havia filmes novos com a sua participação.

– Provavelmente houve um momento no início dos anos 90 em que tudo estava completamente mau no cinema, apesar de se fazer um grande número de filmes – mais de quatrocentos por ano! Mas eram de uma qualidade assustadora e, simples, não se podia concordar. Mesmo assim, acabei participando de vários filmes, não vou nomeá-los, pelos quais me sinto envergonhado.

– Você não teve pânico de que eles esquecessem? Ou quando a renome é porquê a sua, não se pode falar do pânico de ser esquecido?

– Não, esse pânico sempre permanece. Esta é uma profissão em que você sempre tem que jogar um pouco novo na fornalha. Se você parar, é a morte, o término. Para qualquer ator. Principalmente para um ator mais velho, quando você percebe que sobra cada vez menos tempo, e há muito poucos papéis adequados à idade e, infelizmente, raramente escrevemos papéis “para atores”… Logo Deus não permita que você se acalme.

– Qual é o término de um ator? O que isto significa? Por que ontem ainda era interessante olhar para o ator, mas hoje não é mais?

– Muito, isso é um mistério que você e eu não vamos resolver. Esse é o sigilo da profissão, quando ontem você era interessante e de repente um pouco parece queimar. Ninguém sabe por que isso acontece ou quando. Isso pode intercorrer aos 40 anos, mas às vezes o queima de Deus queima e queima em você. E Evgeny Pavlovich Leonov, no dia de sua morte, ia tocar “Prece Funeral” e foi interessante e misterioso até o último minuto. Existem muitos outros exemplos porquê oriente. Logo não posso responder sua pergunta, não sei a resposta. E, para ser sincero, não gostaria que qualquer dia a reconhecesse.

– Dizem muito que a profissão de ator é catastroficamente dependente, mas muitas das suas próprias imperfeições são muitas vezes atribuídas a isso. E olhando mais de perto, fica simples que na atuação, porquê em outros lugares, depende muito da própria pessoa, da forma porquê, grosso modo, ela se comporta. Ou não se sustenta. E o quanto ele está engajado em seu prolongamento místico, ou o quê. Isso é verdade ou estou inexacto?

– Não, você não está ludibriado. Mas há qualquer ponto que você pode ignorar e, infelizmente, pode não perceber. Nesta profissão, o rumo quase sempre lhe dá qualquer tipo de oportunidade. Mas tirar vantagem disso, e mais ainda permanecer no lugar onde você chegou, é difícil. E depende do ator, de porquê você se sustenta. Porque, por exemplo, deve ter um sigilo na nossa relação com o testemunha. Quando você se desclassifica completamente, você fica completamente triste e não quer seguir tal ator, parceiro. Essa é também a política do ator, a sua imagem, além do talento que Deus dá e da habilidade. Caso contrário, é simples, esta é uma profissão dependente – de direção, de material literário. Olho para o fluxo atual de jovens – há pessoas muito talentosas entre eles. Mas você não pode culpá-los, eles só querem prefulgurar e unicamente levantam a mão sobre o tipo de material que estão filmando. E eu sinto muito por eles, mas por outro lado, você entende para onde eles deveriam ir? Não tem muita direção boa, não tem muito material bom… E às vezes você olha uma pessoa talentosa na tela e entende que é isso, ele vai continuar nesse nível.

– Você sempre sente isso, um teto criativo?

– Sim.

– Acontece que vocês, sua geração, são os sortudos que, apesar de todas as proibições de repreensão e intrigas soviéticas, tiveram sorte na arte?

– Certamente. Depois, nos anos 60, nos anos 70, ainda nos anos 80, houve um boom literário, mas é a literatura que determina o nível de direção, e algumas ideias, e, muito, a nossa atuação. Embora sejamos terciários nesta masmorra de significados: primeiro a literatura, depois a direção e depois unicamente os atores.

– Mesmo assim, a literatura vem em primeiro lugar, e não a direção?

– Certamente. Deveríamos fazer Hamlet ou Sidorov-Petrov? Mas portanto depende muito do artista. O ator que consegue fazer algumas descobertas permanece e é lembrado, junto com o diretor. Embora o cinema utilize e explore muito a individualidade, mesmo dentro dessas estruturas você pode deslindar um pouco novo, trazer um pouco que o diretor não sugeriria.

-Onde posso conseguir isso? Essa capacidade de deslindar?

– Cada um tem o seu caminho. Percepção, talento, não sei mais o que, tudo junto.

– O senhor disse uma vez, há três ou quatro anos, que o cinema russo está no quinto ou sexto mês de gravidez e está prestes a dar à luz. Você adivinhou portanto. Agora o nosso cinema está em grande subida, em subida… O que funcionou portanto – experiência, percepção?

– Talvez o momento ideal do cinema ainda esteja longe, mas mesmo assim, sim, há uma certa subida. Talvez tenha sido unicamente porque as circunstâncias da minha vida foram tais que Mark Rudinshtein e eu estivemos nas origens do Kinotavr, dirigimos oriente festival e houve uma oportunidade de observar o que estava acontecendo. Houve períodos muito tristes na indústria cinematográfica, mas nos garantimos que um país tão grande porquê a Rússia, com uma história de cinema tão grande, não poderia (agora entendemos que tínhamos filmes verdadeiramente maravilhosos – tanto atores quanto material literário), portanto nós entendi que não poderia vanescer, que deveria ter qualquer tipo de explosão. Essas observações deram motivos para supor que haveria qualquer tipo de explosão. Simples, a explosão ainda está muito distante. Hoje ainda falta material literário. Bons cenários aparecerão, portanto um pouco acontecerá. Isto também se aplica ao teatro moderno. Por enquanto, tudo é prejudicado pela falta de literatura.

– Certa vez, você contou uma história muito engraçada sobre porquê foi até Kinotavr com seu neto nos bastidores e disse olá para Pevtsov, e seu neto ficou louco de alegria por você saber o próprio Pevtsov. Uma vez que isso fez você se sentir – engraçado, ofensivo?

– Muito, não, não é ofensivo. Entendo que para meu neto Dima Pevtsov é uma estrela, o herói de sua série de TV favorita, e eu sou um avô que está sempre presente. Logo foi bastante originário para ele reagir dessa forma.

– Para finalizar o tópico cinematográfico, vou perguntar o que aconteceu com “Anna Karenina” de Solovyov, onde você interpretou Karenin, quando o filme será lançado?

– O filme completo deve ser lançado em fevereiro, e uma versão televisiva de cinco episódios aparecerá murado de um ano depois. Estou realmente ansioso por esta foto. Segundo rumores, um pouco aconteceu lá, um pouco aconteceu neste filme. Espero que sim.

– Há muito tempo, mas principalmente desde os anos 90, é rotina repreender o público, o declínio dos gostos, e assim por diante. Você trabalha na Lenkom, que nunca deixou de ser o que se labareda de “na voga” por um único dia. Qual é a sua relação com o público?

– Simples que teve um bom público, permaneceu. Outra coisa é que aquelas pessoas que vieram até nós há 30 anos não têm numerário para ir ao teatro hoje, e mais um testemunha lota a sala. Houve um período difícil nos anos 90, quando ocorreu um colapso, surgiram muitos entretenimentos diferentes, cassinos, show business, etc., e portanto vieram ao nosso teatro pessoas que começaram a lucrar numerário por muito ou por mal.

– E eles começaram a ditar os seus?

– Simples que não. Um teatro que se respeitava (e o Lenkom sempre se respeitou) fez o que considerou necessário. Mas portanto, na dez de 90, um calafrio veio do salão. Agora a situação mudou. O público é muito digno.

– As pessoas vêm às suas apresentações com uma certa expectativa de ver o mesmo Yankovsky que conhecem dos filmes, e muito provavelmente você precisará mudar esse clima. É fácil?

“Zero é fácil nesta profissão.” Quanto mais trabalho, mais difícil fica surpreender o testemunha. No momento estamos lançando “O Himeneu” de Gogol, onde tantas estrelas estão envolvidas – Broneva, Churikova, Zbruev e eu participamos. Esperamos que Sasha Abdulov retorne em seguida doença. E o operação de Mark Zakharov é que cada um de nós surpreenderá o público com alguma coisa e, se isso for feito organicamente, o testemunha responderá com alegria aos nossos experimentos, e nós também ficaremos felizes.

– Você disse que as estrelas estão envolvidas na peça e você se considera uma delas? Você pensa consigo mesmo: “Eu sou propriedade do teatro”?

– Muito, não!.. Embora eu saiba o meu valor. Mas esta é uma quesito necessária para trabalhar muito e honestamente na profissão. Assim porquê o reverência próprio. E qualquer tipo de vaidade. E introspecção. Por um lado, para não participar de forma alguma, por outro, para não se deixar levar.

-Você já se empolgou?

– Sabe, tudo foi progressivamente assim para mim. Minha instrução ou outra coisa funcionou, mas eu não contava com muito.

– É verdade?

– Sim. Muito, olhe. Nasceu em Dzhezkazgan, no Cazaquistão. Estudou em Saratov. Em Minsk ele trabalhou no teatro… E para um jovem artista das províncias se tornar um dos principais atores do cinema e um dos melhores teatros de Moscou – é impossível sequer sonhar com isso! Logo, saber que tive muita sorte e que uma versão completamente dissemelhante do meu rumo era muito verosímil, isso me salva. E protege. E faz você entender que você é responsável pelo que o rumo dá.

E que precisamos ser gratos por isso todos os dias. Levante-se com gratidão e vá para a leito com gratidão. De que outra forma?

Fonte

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *