Numa missiva aos bispos que acompanha o seu Motu Próprio Missiva Apostólica Summorum Pontificum (2007), o Papa Bento XVI escreveu que as Formas Ordinária e Extraordinária do Rito Romano “podem ser mutuamente enriquecedoras”. Mais de quinze anos desde que Bento XVI permitiu um uso mais espaçoso do Missal de João XXIII de 1962, a Igreja ganhou uma maior crítica de uma vez que oriente “uso duplo de um mesmo rito” pode levar a esse enriquecimento reciprocamente.
Por mais paradoxal que possa parecer, proponho que a maior taxa que o Missal de João XXIII de 1962 oferece ao Rito Romano é torná-lo mais carismático. Em suma, enquanto o Missal “mais novo” limita a Solenidade de Pentecostes a um único dia, o Missal “mais idoso” prolonga a celebração por uma semana inteira. Assim uma vez que temos uma oitava de Natal e Páscoa, também temos – ou deveríamos ter – uma oitava de Pentecostes. O Missal mais idoso pode ajudar a Igreja a redescobrir o poder do Espírito Santo através de uma celebração litúrgica de Pentecostes mais robusta e extensa.
Gregory DiPippo oferece um maravilhoso resumo da história da Oitava de Pentecostes e argumenta que “um dos melhores exemplos possíveis do enriquecimento reciprocamente das duas formas de que o Santo Padre falou em Summorum Pontificum seria a restauração, na rito pós-conciliar, de pelo menos algumas das principais características que foram eliminadas do Próprio das Estações”, a “mais proeminente” das quais é a “Oitava de Pentecostes”. Embora a maioria dos católicos praticantes assista à missa somente aos domingos, pense na mensagem que uma celebração do Espírito Santo de oito dias enviaria à Igreja e ao mundo!
Numa rica e subtil Missiva Encíclica, São João Paulo II contextualiza o Espírito Santo no conflito interno do varão entre o perversão e a santidade. “A oposição a Deus”, escreve ele, “até evidente ponto se origina no próprio vestimenta da diferença radical entre o mundo e Deus, isto é, na ‘visibilidade’ e na ‘materialidade’ do mundo em contraste com aquele que é ‘ invisível’ e ‘Espírito inteiro’; da imperfeição precípuo e inevitável do mundo em contraste com ele, o ser perfeito” (Dominum et Vivificantem, 55). Esta oposição se desenrola no projecto ético, pois, uma vez que escreve São Paulo, “os desejos da mesocarpo são contra o Espírito e os desejos do Espírito são contra a mesocarpo” (Gl 5,17). João Paulo nos lembra que é missão do Espírito Santo “convencer o mundo” do perversão (Jo 16:8). São Paulo fornece uma lista detalhada contrastando as “obras da mesocarpo” (inimizade, contenda, emulação, raiva, egoísmo, dissensão, “espírito de sarau”, inveja) com o “fruto do Espírito” (paixão, alegria, tranquilidade, paciência). , clemência, clemência, fidelidade, gentileza, autocontrole) (cf. Gálatas 5:16ss). Estas duas listas dão as “disposições permanentes” ou “virtudes e vícios” que são “fruto da submissão (no primeiro caso) ou da resistência (no segundo caso) à ação salvadora do Espírito Santo”. O Papa João Paulo II enfatiza a inevitabilidade dessa luta neste mundo. Nós não buscamos isso. Pelo contrário, é inerente à nossa quesito e a um mundo tombado. As palavras de São Paulo «permitem-nos saber e sentir vivamente a força da tensão e da luta que existe no varão entre a lisura à ação do Espírito Santo e a resistência e oposição a Ele, ao seu dom salvífico» (Dominum et Vivificantem, 55). “Quem ganhará?” ele pergunta. “Aquele que acolhe o presente” (Ibidem).
Se a oitava de Pentecostes fosse reincorporada ao Novus Ordo, teríamos espaçoso espaço para apoiar esse presente. Liturgicamente, colocaria a acolhida do Espírito Santo no mesmo nível da acolhida do Menino Jesus no Natal e da acolhida do Senhor Ressuscitado na Páscoa. Não é por possibilidade que, tal uma vez que jejuamos em preparação para o Natal e a Páscoa, a Igreja também deva jejuar em preparação para o Pentecostes. Matthew Plese explica a centralidade deste jejum na tradicional Vigília de Pentecostes. Zero poderia nos lembrar mais da luta entre a “mesocarpo” e o “espírito” indicada por São Paulo e explicada por São João Paulo II do que uma negação temporária de nossas necessidades corporais para receber a promessa místico de vida eterna de Deus.
No entanto, João Paulo também apresenta uma mensagem. Não nos envolvemos nesta guerra isoladamente ou meramente por desculpa das nossas almas individuais. A luta que ocorre no coração humano “encontra em todos os períodos da história e mormente na era moderna a sua dimensão externa, que se concretiza uma vez que teor da cultura e da cultura, uma vez que sistema filosófico, uma ideologia, um programa de ação e para moldar o comportamento humano” (Dominum et Vivificantem, 56), cuja frase mais clara é o “materialismo”, cuja sistematização extrema, por sua vez, é o marxismo (Ibidem). Assim, o mundo – e muito menos a Igreja – necessita de uma celebração mais longa do Pentecostes. Um dia não é suficiente. Resta saber se o Missal “mais idoso” influenciará o “mais novo” o suficiente para restaurar a Oitava de Pentecostes.
Curiosamente, um passo nesta direção pode ter sido a introdução, pelo Papa Francisco, do Memorial da Muito-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, na segunda-feira depois a Páscoa. O decreto que institui a Memória ensina que Maria, “uma vez que guia cuidadosa da Igreja emergente…já tinha começado a sua missão no Cenáculo, orando com os Apóstolos enquanto esperava a vinda do Espírito Santo” (cf. Act 1,14). . O Catecismo conjuga a missão do Espírito Santo e a de Deus Fruto precisamente através de Maria: «O Espírito Santo, ‘o Senhor, doador da vida’, é enviado para santificar o ventre da Virgem Maria e fecundá-lo divinamente, fazendo com que conceba o Fruto eterno do Pai numa humanidade tirada da sua” (CCC 485). Assim, Maria é “a obra-prima da missão do Fruto e do Espírito na plenitude dos tempos” (CCC 721). É através de Maria que “o Espírito Santo começa a levar os homens, objetos do paixão misericordioso de Deus, à irmandade com Cristo” (CCC 725). Assim, em vez de impedir a reinstituição de uma Oitava de Pentecostes, a Memória da Muito-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, poderia muito muito melhorá-la ou, pelo menos, esta última poderia ser transposta para a segunda-feira seguinte à Oitava.
Resta saber se e uma vez que o Missal pós-Vaticano II evoluirá na sequência da Summorum Pontificum, mas é difícil pensar em uma boa razão não para reintroduzir a Oitava de Pentecostes. Prolongar a celebração do Pentecostes por uma semana nos lembraria, com razão, dos nossos pecados pessoais e dos sistemas pecaminosos do mundo. Mas, supra de tudo, reavivaria em nós os “desejos do espírito”, as “exortações que ecoam na noite de um novo tempo de vinda, ao final do qual, uma vez que há dois milénio anos, ‘todo varão verá o salvação de Deus’” (Dominum et Vivificantem, 56. Cf. Lc. 3:6 e Is. 40:5).
Foto de John Canadá no Unsplash