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Dezenas de agricultores mantêm o protesto e estão a realizar uma marcha lenta entre o Montijo e Alcochete.
RUI MINDERICO
O protesto dos agricultores continua pelo segundo dia contínuo. Os acessos à ponte Vasco da Gama estão condicionados desde as primeiras horas da manhã, no sentido Sul-Setentrião, em Alcochete.
Dezenas de agricultores mantêm o protesto pelo segundo dia contínuo. Dizem não confiar nas promessas do Governo, que consideram insuficientes.
Alguns dos empresários que convocaram estes protestos e a assessoria da Câmara Municipal de Alcochete garantem que a ministra da Lavradio, Maria do Firmamento Antunes, estará disponível para reunião esta sexta-feira por videoconferência. No entanto, esta reunião ainda carece de confirmação por fontes do Ministério da Lavradio.
Caso a reunião se realize, estará presente, além dos empresários que organizaram os protestos e o ministério, a autarca de Alcochete.
Apesar de até agora ter sido uma concentração pacífica, por prevenção as autoridades planejaram inicialmente trinchar os acessos à ponte Vasco da Gama no sentido Sul-Setentrião, encaminhando todo o trânsito para a Ponte 25 de Abril. Neste momento, o trânsito foi reaberto para leves, mas continua bastante condicionado devido a uma marcha lenta de veículos pela A33, que se vai manter ininterruptamente até pelo menos à hora do almoço.
“Na A33 está a possuir um séquito por secção da GNR à revelação de agricultores que ainda decorre e existem alguns constrangimentos de trânsito na via. Esclarecemos que não há cortes, nem condicionamentos quer na Ponte Vasco da Gama quer nos seus acessos”, disse à À Lusa o capitão João Lourenço, das Relações Públicas da Guarda Pátrio Republicana (GNR).
O capitão João Lourenço disse ainda que a GNR apesar de já não estar a recomendar o meandro do trânsito para a Ponte 25 de Abril, recomenda prudência na transporte aos automobilistas na A33.
RUI MINDERICO
Aos murado de 100 agricultores que se reuniram em Alcochete ontem à noite, muitos outros se reuniram durante a madrugada, vindos de outros pontos do país, incluindo locais que foram desmobilizando os protestos ao longo da noite, uma vez que por exemplo Mimosa.
Apesar dos apoios anunciados durante o dia de ontem pelo Governo, leste grupo de agricultores considera que as medidas são insuficientes. O objetivo principal desta marcha é suscitar a maior perturbação provável para invocar a atenção para os problemas do setor.
São mais de 200 tratores envolvidos, a organização do protesto diz-se focada com a adesão dos agricultores, que pretendem ser ouvidos ainda hoje pela ministra da Lavradio.
Os agricultores dizem-se sufocados com as burocracias e políticas que os impedem de ter maiores lucros. Queixam-se também dos custos cada vez maiores devido aos aumentos constantes.
“Estamos fartos de reclamação e não nos são dados ouvidos”disse Daniel Pacífico, cultor e membro da organização do protesto, garantindo que está positivo que leste movimento pode vir a ser o ponto de partida para o Governo ouvir as reivindicações dos agricultores e valorizar o setor.
Os agricultores pedem que o preço dos combustíveis reduza, que a diferença de preços entre a produção e a distribuição também seja menor e que termine o impedimento de perfurar furos de pesquisa.
“Nós só queremos produzir para cevar a população”, disse o cultor, apontando que a falta de vontade da secção do Governo é que está a impedir o sucesso do setor.
Segundo André Miranda, que se dedica à exploração de produtos hortícolas no concelho de Palmela, no região de Setúbal, grande secção dos agricultores da região envolvidos neste protesto nem sequer recebem subsídios do Estado ou da União Europeia.
“O que nós queremos é a valorização do setor primitivo, porque, muitas vezes, a diferença entre o preço pago ao produtor e o preço pago pelo final, pela cebola, pela cenoura ou pela batata, é de mais de 300% do que o “Preço pago à produção. Exigimos que haja um controle maior porque não somos nós que ganhamos o verba. Se houvesse maior regulação, era bom para o cultor e para o consumidor”, defendeu.
André Miranda destacou ainda que os agricultores da região de Setúbal, tal uma vez que muitos outros produtores europeus, lutam também contra a “concorrência desleal” com outros países, que utilizam produtos químicos e adubos na produção, mas que exportam os seus produtos para a Europa sem estarem obrigados a satisfazer as regras impostas aos agricultores dos países da União Europeia.
“Não existe uma legislação, não existe um controle sobre a origem desses produtos e para verificar se eles têm resíduos ou não. Nós cá, na Europa, temos que produzir quase tudo com `resíduo zero´. Tudo o que vem de fora, zero é controlado, vale tudo e pode trabalhar de qualquer maneira”, disse.
“A Europa está sozinha no mundo. Não vale a pena vogar contra a maré porque a Europa está sozinha no mundo. É o mundo contra a Europa”, acrescentou André Miranda.
Protestos de Setentrião a Sul do país
Os protestos ocorreram na quinta-feira, foram organizados pelo Movimento Social de Agricultores e juntaram-se às manifestações que ocorreram outros pontos da Europa.
De contrato com a GNR, às 08h15 mantinham-se trancados pelos agricultores na Estrada Pátrio 260 (EN260) junto à fronteira de Vila Virente de Ficalho, e na Estrada Municipal 520 em Paimogo, no região de Beja.
Em Coimbra e em Vila Franca de Xira, também se mantêm os protestos.
Em Vila Franca de Xira, os agricultores têm estado a bloquear uma das faixas da ponte Marechal Carmona, existindo a possibilidade de se juntarem também aos protestos de Alcochete.
Apoios anunciados pelo Governo
Para combater a seca, o Governo anunciou a geração de uma risca de crédito de 50 milhões de euros sem juros. A risca de crédito ficará disponível para todos os agricultores de repentino.
Aliás, o Executivo anunciou também 200 milhões de euros para prometer as quebras de produção.
Há ainda outras medidas, uma vez que a redução do imposto sobre os combustíveis do Gasóleo Agrícola.
O reforço de 60 milhões da Política de Agrícola Geral também está guardado e está dependente da aprovação da União Europeia.