O indumento de Aquaman 2 – O Reino Perdido ter sido produzido em meio às mudanças de gestão na gestão Warner/DC não impede que a prolongação do longa de 2018 seja um exemplo consumado de filme de percentagem. Na verdade, a multiplicação de pessoas que apita e palpita nos bastidores tende a reduzir, até por uma questão matemática, as escolhas de um blockbuster essas ao seu mínimo denominador geral.
Isso fica simples nos primeiros minutos, quando uma tradicional cena de ação inicial é interrompida antes mesmo de engrenar, para que Jason Momoa explique-os montagem e narração quem é o super-herói que fala com os peixes, quem são seus aliados, em que pé estão as coisas na sua cronologia. Na era do consumo irônico e da fadiga do gênero dos super-heróis, esse zelo em reintroduzir personagens e colocações com o didatismo sumo chega a ser comovente.
Não se trata tanto, porém, de chegar ao testemunha com zelo, mas mais de reposicionar a franquia num mercado que o MCU dominou, o do entretenimento para a família, e para tanto Arthur Curry não unicamente se torna pai porquê todas as suas preocupações na trama envolvimento o tema dos laços de sangue. Neste segundo filme, Jason Momoa parece mais deslocado na função de bom moço – sua relação com o meio-irmão Orm tira sofridas lágrimas de Aquaman – e o efeito subitâneo disso é que o ator não consegue transpor de uma chave irônica de tradução. (Ainda é preciso um Vin Diesel ou hum A rocha para fazer um filme-família de brucutu sem desfaçatez.)
Mesmo uma ironia em Aquaman 2, porém, parece oscilar no alcance controlado pelo comitê. É a ironia de reportar o desfecho de Varão de Ferro (2008), por exemplo, com a plena consciência de que o público não espera mais novidades desse meio além das autorreferências. O Reino Perdido não ousa enveredar por uma nostalgia sentimental porquê aquela de Varão-Aranha – Sem Volta pra Lar (2021) ou mesmo de O Flash (2023), porque isso envolveia uma ração maior de compromisso autoral; sua nostalgia já traz fadiga embutida e por isso ela adota sem pudor o jogo seguro da autoironia.
O que o filme tem de mais interessante é essa ligeiro tensão entre se entregar a um sentimentalismo “comoditizado” (que tenta emular o jeito Disney de narrar suas fábulas e visar a transformar toda a jornada numa prelecção moralizante redentora) e se entregar às autorreferências com um sorriso sarcástico no quina da boca. Ó diretor James Wan consegue conciliar unicamente interessados em duas coisas, em elementos criativos que lhe parecem caros a uma certa memória afetiva e que devem passar aquém do radar banalizante do comitê, porquê o design de produção e de som que emula soluções de scifi pulp (que sabor ouvir o barulhinho do canhão sônico com aquele cone com a globo vermelha luminosa na ponta).
De resto, as escolhas de Aquaman 2 são pensadas para diminuir seus riscos e potencializar seus ganhos, principalmente na hora de tomar nas fontes mais lucrativas; para cada referência modesta que Wan traz dos filmes B dos anos 1950 há outras dez tentando encanar a força lucrativa de Guerra das Estrelas, O Senhor dos Anéis, Parque jurassico e avatar. Aos roteiristas e montadores de O Reino Perdido resta unicamente a missão de alinhar conjunto de peças e cenas de ação num volume que não permite ao testemunha questionar demais o que assiste, e na verificação com o primeiro Aquaman leste certamente troca a fantasia e a leveza pela correria.
A escolha pelo impetuosidade não é um valor em si e o filme faz a boa e velha pancadaria com o mínimo de inspiração, porque enfim Wan sabe porquê iluminar as cenas e colocar a câmera a serviço do impacto. Ainda assim é muito pouco diante das promessas que um diretor da sua estatura poderia almejar. Não é preciso ir muito longe para desabonar Aquaman 2 numa verificação de valor de entretenimento; o próprio Godzilla menos um Que está perdendo salas no volta para a passagem do blockbuster da Warner é muito mais incisivo e recompensador no quesito ação em larga graduação.
É mais recompensador, também, no drama e nos conflitos que oferece aos seus protagonistas. Já Aquaman 2 depende muito do carisma e da presença de espírito do seu trio principal para se manter de pé; Patrick Wilson, particularmente, eleva o filme quando entra em cena, com a ajuda de uma ou outra tirada muito escrita. Ainda assim, há muito o que lamentar. Quando Orm, em oferecido momento do orgasmo, sugere um lampejo de revanchismo, para logo em seguida seguir com seu novo bom mocismo simplificado, não se trata unicamente de evitar a vilania – no fundo a questão é extinguir qualquer traço de incoerência desses personagens ou da narrativa porquê um todo. A incoerência é que nos tornamos humanos, mas é simples que o comitê que produz Aquaman 2 a incoerência porquê mais um risco a ser evitado contra o seu investimento.
Aquaman 2 – O Reino Perdido
Aquaman e o Reino Perdido
Aquaman 2 – O Reino Perdido
Aquaman e o Reino Perdido
Ano: 2023
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 124 minutos
Direção: James Wan
Roteiro: James Wan, David Leslie Johnson-McGoldrick
Elenco: Randall Park, Yahya Abdul-Mateen II, Patrick Wilson, Amber Heard, Jason Momoa
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