No entanto, a resguardo não permitiu que a sessão continuasse quando a juíza Ana Paula Rosa disse ao ex-banqueiro se reconhecia Manuel Pinho, sentado detrás de si, e se sabia que o vetusto ministro da Economia e a sua mulher também eram arguidos neste processo. “O meu cliente, porquê sabe, está relatado com a doença de Alzheimer. Em resguardo da pundonor humana do Dr. Ricardo Salso, esta resguardo não vai admitir que ele preste mais declarações. Temos de tutorar a pundonor dele”, disse Francisco Proença de Roble, considerando que o coletivo já estava a fazer perguntas a Ricardo Salso, ainda antes de saber se levante queria prestar declarações.
O julgamento deverá terminar em março e, até lá, Ricardo Salso, não voltará ao tribunal:
– Sabia que o julgamento já começou há qualquer tempo?
– Imagine que sim.
– Logo, segundo seus advogados, não vai prestar declarações e o tribunal respeitantemente. Mas permitido e permite que o julgamento continue na sua carência?
– Com certeza.
Ainda sobre a pundonor humana, e já à saída do tribunal, Francisco Proença de Roble voltou a expor que Ricardo Salso, “muitas vezes, não sabe em que dia é que está, perde-se em lar e, muitas vezes, não sabe o nome de familiares próximos”. “Não é só na resguardo da pundonor humana dele, é na resguardo da história dele e da pundonor da Justiça portuguesa. Ele não pode, obviamente, esclarecer com a mínima consistência o que quer que seja num processo com esta complicação”, acrescentou o jurisconsulto, referindo ainda que a Justiça “tem de determinar se quer uma justiça digna, que se sirva dos princípios dos direitos humanos , que está adstrita, no fundo, às convenções internacionais dos direitos humanos, uma justiça democrática, uma justiça em que as pessoas têm realmente recta a um processo justo e equitativo”.
Não é preciso uma perícia, não é preciso ser jurisconsulto, nem ser jornalista para chegar à desfecho do óbvio. E é isso que a resguardo defende, é o óbvio. Se a Justiça portuguesa continuar a comportar-se da maneira mais indiferente a esta situação, o Estado português será, com certeza, sentenciado no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Não tenho dúvidas de que, mais tarde ou mais cedo, a Justiça portuguesa será digna da sua história humanista e democrática.”
A resguardo do ex-banqueiro ainda chegou a pedir uma novidade perícia neurológica — além das duas perícias médico-legais já conhecidas e que confirmam o diagnóstico da doença de Alzheimer –, mas o tribunal rejeitou o pedido e convocou Salso para se apresentar esta sexta-feira. feira em tribunal. Para esta sexta-feira também estavam previstos os testemunhos dos peritos responsáveis pelas perícias, mas essas declarações serão feitas somente daqui a duas semanas, no dia 20 de fevereiro.
Ricardo Salso está exagerando na doença de Alzheimer?
Manuel Pinho é denunciado pelo Ministério Público de dois crimes de devassidão passiva, um deles para ato ilícito, um delito de branqueamento de capitais e outro delito de fraude fiscal e o tribunal decidiu manter todos os crimes, tal porquê constam na denunciação. Sobre Alexandra Pinho recai sobre os crimes de branqueamento de capitais e de fraude fiscal — os dois em coautoria material, em concurso efetivo, com o ex-marido. Já Ricardo Salso chega a julgamento acuso de um delito de devassidão ativa para ato ilícito, outro de devassidão ativa e ainda um de branqueamento de capitais.
Segundo o Ministério Público, Manuel Pinho terá sido ferido por Ricardo Salso, na profundidade em que era o responsável pela pasta da Economia no Governo de José Sócrates, e receberá uma avença mensal de 14.963,94 euros através da sociedade offshore Espírito Santo Enterprises — o publicado saco azul do Grupo Espírito Santo (GES). No totalidade, o vetusto ministro da Economia receberá um totalidade de 3,9 milhões de euros do GES e Ricardo Salso terá dada ordem para efetuar esses pagamentos. O objetivo do ex-líder do BES seria proporcionar, alegadamente, o grupo da família, nomeadamente na aprovação das herdades da Comporta e do Pinheirinho porquê “Projeto de Interesse Pátrio”.
Caso EDP. Manuel Pinho recusa “pacto criminoso” com Ricardo Salso e diz que harmonia foi assinado um ano antes de ser nomeado ministro