Março 20, 2025
Durão Barroso: “Digo-o com muita pena, Portugal é hoje o mais pobre da Europa Ocidental”

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Vinte anos depois de se tornar presidente da Percentagem Europeia e meio século depois do 25 de Abril, que viu de perto, Durão Barroso confirmou que não é tão unânime no seu país de origem quanto os pares europeus, mas não mostra ressentimento.

Durão Barroso

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SIC Notícias

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Durão Barroso diz-se “perfeitamente consciente” que não obteve a “beatificação” de outros e até aponta uma explicação para isso. “Talvez por ser olhado uma vez que um político. E os políticos, por natureza, dividem”.

“Von Rompuy saiu do Governo para a Europa e foi beato. Comigo isso não aconteceu. Estou perfeitamente consciente disso. Talvez por ser olhado uma vez que um político. E os políticos, por natureza, dividem”.

Mesmo assim, apesar disso, o ex-primeiro-ministro não deixa de tutorar a política. “É mais honesto e transparente do que outras atividades: assuma o conflito”. Mas ressalta que, sem “satisfação”, é impossível sobreviver à sua “rijeza”.

Sobre o seu legado uma vez que primeiro português ‒ e primeiro não oriundo de um Estado fundador ‒ a líder da União Europeia, Barroso considera ter “levado uma sensibilidade portuguesa para as funções”.

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“Com um holandês, teria sido dissemelhante”, garante, registando as tentativas de persuadir Angela Merkel “a ser mais generosamente na extensão das maturidades e na redução dos juros aos países sob programa, uma vez que Portugal”.

“Tive um papel a tentar convencer a sra. Merkel será mais generosa na extensão das maturidades e na redução dos juros aos países sob programa, uma vez que Portugal. Levei uma sensibilidade portuguesa para as minhas funções. Com um holandês, as coisas foram diferentes”.

“Os partidos não têm a mesma prestígio”

Sobre a vida interna do país, não foge ao combate político. Sátira a mudança dos símbolos nacionais da identidade institucional do Governo e lamenta a manipulação dos serviços públicos e do entrada à habitação, assim uma vez que a classe política, “do ponto de vista cultural e intelectual”.

“Há menos excitação pela política. A função desvalorizou-se. A qualidade deteriorava-se. Os partidos não têm a mesma prestígio. A preparação dos protagonistas é subordinado”.

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À direita, deixa o recomendação de não ter pânico de palavras uma vez que “família” ou “patriotismo”.

“Não sou um moralista, nem um puritano, mas choca-me ver político de direita com vergonha da vocábulo família. As pessoas quase pedem desculpa pelo termo família, quase pedem desculpa pelo seu patriotismo”.

Para ele, que foi secretário de Estado, ministro, líder da oposição e patrão de Governo, “Ser Presidente da República é a maior honra que um português pode ter o nível pátrio”. Do atual executivo, faz um diagnóstico negativo: “Portugal é hoje o mais pobre da Europa Ocidental, uma vez que foi antes de Abril de 74”.

Sebastião Bugalho entrevista Durão Barroso

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SIC Notícias

O que o atraiu na política?

Durão Barroso, que atravessou o Tejo no cacilheiro para ir ao quartel do Carmo, olha para a Revolução uma vez que um oferecido “mais importante” da sua vida política. “Era alegria, era plenitude, era a sensação de que tudo podia mudar. Foi ver a política na sua frase mais radical, mais potente”, diz, sobre o 25 de Abril.

Aquilo que o atraiu na política “não foi o poder”. “Foi o viver e compreender o momento em que as decisões são tomadas”. Ter começado cedo, conta, fê-lo “perder o fascínio pelo poder” por si só, quase uma vez que um contraveneno contra o magnificiência.

Acerca do seu trajectória, diverso em ideologia e experiências profissionais, não esconde o paladar pela variedade. “Temos oportunidade de testar várias vidas numa só vida, melhor assim”, sorri.

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Sobre o porvir, é mais soturno e deixa avisos que vai cobrando pelo mundo fora. “A Europa está muito preocupada com as hipóteses do retorno de Donald Trump. O primeiro papel da União Europeia é proteger os europeus. Temos uma NATO, mas a UE tem de ter uma dimensão política de segurança”. Os últimos anos que o digam.

A caminho das eleições, a SIC Notícias apresenta ‘Os Protagonistas’. Da direita à esquerda, dos senadores aos estreantes, Sebastião Bugalho entrevista uma série de personalidades da política pátrio até ao dia em que todos serão, mais uma vez, chamados a votante.

Até lá, os programas serão apresentados, os debates serão travados e um país percorrido. Pelo caminho, realmente entenderemos quem são nossos protagonistas? Se os políticos não são todos iguais, o que têm em generalidade entre eles? Que poder tem, não os políticos, mas os que passaram pela política? Todas as terças-feiras um novo incidente.

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