Já foi indigitado uma vez que um exemplo no quadro empresarial português, mas agora as dificuldades financeiras colocam a Farfetch nas mãos de uma empresa sul-coreana.
Mas o que é da Farfetch?
Trata-se de uma plataforma de venda de marcas de voga de luxo na Internet. Tem mais de quatro milhões de clientes registrados em todo o mundo – ao ponto de ter sido batizado uma vez que a Amazon da voga.
A Farfetch foi fundada em 2008 pelo empresário José Neves. Tem, atualmente, sede fiscal em Londres, mas com o seu prédio principal situado em Leça do Balio, em Matosinhos.
Ou seja, era uma história que tudo tinha para dar notório…
Tinha e deu durante vários anos. A Farfetch foi o primeiro unicórnio português – a startup chegou a valer muro de 20 milénio milhões de euros – e tinha o regime de gigante tecnológico.
Foi a notícia do dia em que o fundador, José Neves, assinou, em Novidade Iorque, a ingressão da empresa na Bolsa norte-americana.
Aparentemente, tudo corriia muito. Enfim, o que aconteceu?
Depois dos anos da pandemia, em que as vendas online subiram consideravelmente, aparentemente a empresa deixou de crescer e, consequência disso, o valor das ações caiu a pique, o que obrigou a Farfetch a protelar a apresentação dos resultados do terceiro trimestre, que até hoje continuo por publicar.
Tudo isto gerou ainda mais suspicácia e recebimento por secção de quem investe e ontem as ações valeram 64 cêntimos – há três anos valeram mais de 73 dólares.
Perceptível e aparentemente será essa solução para a Farfetch evitar a falência.
A empresa chama-se “Coupang” e anunciou a compra da unidade de Leça do Balio por muro de 460 milhões de euros – uma injeção direta de capital na empresa que a salva da bancarrota. O Banco JP Morgan fica depois encarregue de tratar da venda de ativos. A Farfetch vai continuar, por enquanto, a operar na mesma espaço de negócio. Mas o porvir está inexacto.
E os trabalhadores? Ficam garantidos os postos de trabalho?
Ainda não se sabe, mas as perspectivas não são otimistas. Há um risco de um despedimento coletivo com uma dimensão ainda desconhecida.
Perceptível é que já havia, inicialmente, uma perspectiva de extinção de 800 postos de trabalho. Mais recentemente admitiu-se que poderiam ser afetados 2 milénio trabalhadores. No final do ano pretérito, o grupo tinha 6.800 funcionários em todo o mundo.
Por sua vez, toda a governo está de saída, fica exclusivamente o fundador José Neves. Quem perde tudo são os investidores: a Farfetch sai da Bolsa de Novidade Iorque e o mais provável é que os detentores de ações não recuperem o investimento que fizeram.