O espetáculo de humor “Morro Amanhã”, previsto para suceder na próxima quarta-feira, 31 de janeiro, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, foi cancelado. A notícia surgiu um dia depois do Observador ter noticiado que o humorista Rui Sinel de Cordes foi réu de insultar uma mulher que assistiu ao espetáculo no Tivoli BBVA, em Lisboa, na noite de terça-feira, dia 23, levando à saída de várias pessoas da sala.
“O espetáculo Morro Amanha está cancelado”, lê-se num transmitido da Setlist, promotora e dependência do humorista, nas redes sociais. “Em virtude dos acontecimentos de dia 23 de janeiro, aos quais o Teatro Tivoli BBVA, Salvador Martinha e Luís Franco-Bastos são alheios, não se reúnem as condições para que o LX Comedy Club suba a palco”, consta no mesmo texto:

O transmitido publicado pela promotora Setlist nas redes sociais
Um dia depois a atuação em Lisboa, o Observador falou com espectadores presentes na sala, que não quiseram ser identificados. Revelaram que Rui Sinel de Cordes se apresentou no palco “visivelmente perturbado”, interrompendo os colegas e ausentando-se no percurso da sessão. As mesmas fontes contaram que já foi perto do término do espetáculo que uma mulher no público terá ressaltado a voz dirigindo-se a Rui Sinel de Cordes, pedindo que deixesse os elementos restantes falar. O humorista terá feito portanto “insultos pessoais”. Várias pessoas abandonaram a sala.
Nas redes sociais dos humoristas foram publicados comentários que relataram aos relatos feitos ao Observador: “Parece que estive num convívio com um camarada que não sabe tomar”, “Parabéns ao @salvadormartinha e @luisfrancobastos, vocês são grandes. Conseguiram segurar a vergonha alheia que todos sentimos, até vocês, as expressões não enganam…”
Numa publicação nas páginas da rede social Instagram dos humoristas, uma comentarista diz ter sido insultada: “Foi vergonhoso e completamente desrespeitoso para com o público, para com os colegas no palco e sobretudo para com Ricardo Vilão aquilo que @ruisineldecordes fez ontem. Não foi humor, foi uma triste carraspana. Se fosse hoje, ao término de duas horas a tentar ver a arte do Salvador e Luís, voltaria a pedir silêncio ao colega para que os outros dois conseguissem obrigação o espetáculo. Todas as ameaças que recebi e nomes de que fui chamado ontem de forma gratuita, lamento-os mas estou receptivo a que sejam esclarecidos. Obrigada @salvadormartinha e @luisfrancobastos pelo que obtiver”, lê-se na publicação. O Observador tentou contactar o usuário, sem sucesso.
Já na quarta-feira, um dia depois o espectáculo em Lisboa, os responsáveis pela sala onde nascente aconteceu avançaram ao Observador um justificação: “O Teatro Tivoli BBVA demarca-se de toda e qualquer atitude e repudia os acontecimentos que decorreram na sessão do espetáculo Morro Amanhã, no dia 23 de janeiro”. Também na quarta-feira, o humorista Salvador Martinha não quis comentar e Luís Franco Bastos referiu-se para a Setlist.
Ao término da tarde desta quarta-feira, Rui Sinel de Cordes fez o silêncio. “Pedir desculpas é o único ato provável em relação ao que aconteceu na última terça-feira”, escreveu nas histórias no Instagram. “No nervosismo daquele que foi o espetáculo mais difícil da minha vida, quis esconder emoções no palco e exorbitar do álcool antes do mesmo”, continua. “Disse e fiz coisas que me envergonham profundamente”. No mesmo texto, Sinel de Cordes pede “desculpas públicas à Ana, uma pessoa que insultei sem justificação e saiu da sala, com toda a razão”, desculpas que estende “a toda a audiência, produção e ao teatro, mas sobretudo à família do Vilão”.
Notícia atualizada às 19h para incluir a enunciação de Rui Sinel de Cordes nas redes sociais.