O vínculo tornou-se familiar, quando Soares se casou com a mana caçula de Macedo, Madalena. Isso não impediu as rusgas: Soares, mais contido e pé no pavimento, e Macedo, empreendedor e ousado.
“Soares não confiava muito no Macedo. Demorou para nomeá-lo pastor”, conta à reportagem o jornalista Gilberto Promanação, responsável de “O Reino: a história de Edir Macedo e uma biografia da Igreja Universal”.
Soares voltou de uma viagem aos EUA certa vez e foi surpreendido por um “golpe”, relata Promanação: 15 pastores decidiram retirá-lo da presidência da igreja, por “desentendimentos teológicos”.
Sem clima, a missão deixou a Universal e fundou em 1980 a Perdão de Deus, no Rio, com segmento dos antigos fiéis.
Fé e política
A igreja é internacional, mas o pastor atrai um perfil mais “patriota”. Soares sempre deixou clara a simpatia de Jair Bolsonaro.
Posteriormente se candidatar a deputado federalista (e perder) em 1986, o pastor passou a fazer campanhas para o irmão, Adilson Soares, deputado federalista pelo Rio até 2015, e para Jorge Tadeu, que não era evangélico, mas representava os interesses da igreja até 2019 uma vez que deputado federalista pelo DEM (hoje União Brasil) de São Paulo.
“Ele perambulava com eles nos cultos. As atividades religiosas acabaram em quadrinhos”, diz o historiador e teólogo Gerson Leite de Moraes, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que acompanhou em 2006 a cruzada política das missões em cidades do interno de São Paulo.