Ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro demissionário tinha esse montante em numerário vivo escondido num escritório em São Bento
“Boa para velar livros. Ou 75.800 euros”, lê-se num edital de publicidade (mupi) a uma estante do IKEA, que é uma referência direta ao numerário que Vítor Escária escondeu em vários locais de São Bento, incluindo estantes. Vítor Escária, exonerada por António Costa, chegou a ser detida no contexto da Operação Influencer (mas o numerário encontrado não está relacionado com as suspeitas que recai sobre Vítor Escária no contexto desta investigação – na qual há suspeitas de favorecimento de um data center em Sines) .
A empresa sueca tem outros mupis com outras referências políticas, mas sem visar pessoalmente pessoas envolvidas em investigações judiciais: na publicidade a um edredão, por exemplo, a Ikea usa porquê slogan “para se aquecerem sozinhos ou coligados”.
Em transmitido enviado à CNN Portugal, a IKEA Portugal diz gostar de “desenvolver campanhas que reflitam a vida real” dos portugueses e que olham para eles “com sentido de humor” sem, no entanto, “ter qualquer intenção ou propósito de contribuir, seja de que forma para, para o debate partidário e para o atual contexto pré-eleitoral que se vive no país”.
“A IKEA faz secção do dia-a-dia dos portugueses há 20 anos, e gostamos de desenvolver campanhas que reflitam a sua vida real. As suas rotinas, as suas conversas, as suas discussões, mais e menos acesas, e o próprio humor com que muitas vezes abordam os temas mais sérios”, diz a empresa.
“Olhamos para as nossas campanhas, e para nós próprios, com sentido de humor, e muitas vezes porquê forma de tranquilizar a tensão de um mundo com os nervos cada vez mais à flor da pele”, lê-se na nota.
Esta não é a primeira vez que a IKEA Portugal utiliza uma política portuguesa para promover os seus produtos. Uma rápida pesquisa no site da empresa dá conta de outra referência, também essa sem fazer menção a pessoas meta de investigações judiciais: existe uma “gerigonça contra o indiferente” numa campanha sobre vários produtos que pretendem aquecer a morada e as pessoas que nela habitam, lembrando que “os portugueses são dos que mais sofrem com o indiferente dentro de morada a nível europeu”.