Maio 11, 2025
Ilyon Woo, vencedor do Prêmio Pulitzer, sobre aulas de artesanato do falecido cineasta Dai Sil Kim Gibson ‹ Literary Hub

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Nunca ouvi uma mulher asiática – certamente nenhuma na mansão dos oitenta anos – xingar de forma tão superabundante e contínua quanto a falecida cineasta Dai Sil Kim Gibson. Imagino-a jogando a cabeça para trás, com o copo levantado, gargalhando ao som de suas próprias bombas F, seu cabelo selvagem balançando: espirais de ferro cinético. Ela cozinhava uma vez que vivia e filmava, com sentimento. Ela fez o melhor bindaetok, ou panquecas coreanas de feijoeiro mungo, apressadas, quentes e com crosta. (Seu substância secreto: suco de kimchi.)

Ela também era famosa por seu Iowa Fried Chicken, fundamentado em um prato feito pela mãe de seu estremecido marido, só que melhor ainda, segundo todos os relatos. (Cá, também, um cheiro potente de ácido – limão – o fez voar.) Com essa desenfreada cozinheira, ativista, autora e guardiã da história – Dai Sil, uma vez que ela preferia ser chamada por todos – aprendi duas lições vitais de recontar histórias que também são lições vivas, que mudaram a minha escrita e a mim.

Estas lições começam com a termo coreana face, que tem sido chamado de fenômeno existencialmente coreano de tristeza ou angústia, que desafia a tradução – embora ultimamente tenha havido alguma reclamação sobre o termo e o que ele significa. Em seu livro Silêncio quebrado, sobre as mulheres coreanas que foram sistematicamente escravizadas sexualmente pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, Dai Sil define Han uma vez que: “longa tristeza e sofrimento voltados para dentro”. “Longo” não se limita a uma única vida. Acumula-se em camadas, cresce em nós, individualmente, mas também potencialmente ao longo de gerações e é transmitido de geração em geração.

Dai Sil define Han uma vez que: “longa tristeza e sofrimento voltados para dentro”. “Longo” não se limita a uma única vida. Acumula-se em camadas, cresce em nós, individualmente, mas também potencialmente ao longo de gerações e é transmitido de geração em geração.

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Han satura seu trabalho – seja Sa-I-Gu, seu filme sobre os tumultos de Los Angeles; ou Um povo esquecido, sobre os coreanos deixados para trás nas Ilhas Sakhalin; ou a versão cinematográfica de Silêncio quebrado. Em cada um desses documentários, Han assombra. E, no entanto, o poder de Dai Sil uma vez que contadora de histórias deriva da sua capacidade de ver os indivíduos cujos sofrimentos ela conta, para além do seu traumatismo colectivo.

Minha primeira e vital prelecção de Dai Sil sobre esse tema veio até mim uma vez que uma história. Eu ajudei ela – e seu querido companheiro e frequente colaborador cinematográfico, Charles Burnett – em locações na Coreia na versão cinematográfica de Silêncio quebrado. Mas não estive presente nas primeiras entrevistas às “Halmeonis”, ou avós, uma vez que Dai Sil preferia invocar às antigas “mulheres de conforto” – um eufemismo terrível que ela utilizou propositadamente. (Eu honro sua escolha de palavras cá, desejando unicamente saber os nomes individuais das mulheres, uma vez que ela sabia. Os nomes são muitas vezes as primeiras coisas a vanescer quando as histórias são transmitidas, mormente na tradução.)

Dai Sil me contou uma vez que, quando ela inicialmente abordou os “Halmeonis”, muitos deles já haviam sido entrevistados antes – repetidamente – e se lançavam no que se tornou uma recitação de traumas. Dai Sil achou isso perturbador e lembrou-se de ter perguntado a uma Halmeoni em privado se ela poderia recontar alguma coisa sobre o que conhecia, amava e fazia em sua vida antes dos campos.

“Você quer saber sobre minha puerícia?” O Halmeoni inicialmente ficou incrédulo. Ninguém havia manifestado tanto interesse em quem ela era antes dos acontecimentos que a definiram, pelo menos aos olhos do público. Mas Dai Sil reconheceu a plenitude de quem era esta mulher e, ao fazê-lo, recebeu e representou a plenitude da sua história.

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Os Halmeonis, apesar de muitos deles terem falado repetidamente com a prelo, podiam ser específicos sobre a quem contavam as suas histórias, quem queriam que estivesse na sala. Quando um jovem assistente de produção entrou no espaço, um Halmeoni, lembrou Dai Sil, apontou para ele e ordenou: “Fora”. Ela tinha certeza de que ele era de progénie japonesa e ficou furiosa com sua presença, mesmo quando Dai Sil prometeu a ela que era de progénie coreana. Outro Halmeoni questionou por que Charles Burnett estava dirigindo o projeto. O que esse cineasta americano sabia sobre sua história? O vestuário de ele ser preto não entrava na equação: o que importava para eles era que ele era americano, não coreano. Foi portanto que Dai Sil disse gentilmente: “Seu povo conhece Han, Halmeoni.” E com esta enunciação tranquila, uma termo tornou-se uma ponte, através da qual estas senhoras admitiram um viajante incógnito no seu mundo.

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Voltei a essas histórias várias vezes enquanto trabalhava contando a história de dois indivíduos cujas experiências e história estão muito além da minha – Ellen e William Craft – em meu último livro, Rabino Servo Marido Esposa. As entrevistas de história vocal de Dai Sil lembraram-me da preço de tentar ver quem eram os Artesãos antes e depois da rememorável fuga da escravidão que os definiu – a plenitude de quem eles são. E sua frase – “Seu povo conheceu ha”—deu-me uma estrutura para contemplar a plenitude de sua experiência, o que veio antes deles, o que carregaram e o que transmitiram. (Aliás, seria Charles Burnett quem me apresentaria a uma progénito dos Crafts, uma tataraneta, Peggy Trotter Dammond Preacely.)

Outrossim, havia outra termo coreana operativa, também considerada um repto de tradução: Jung. As aproximações incluem paixão, consideração, simpatia ou apego, mas, uma vez que Han, é temperado em camadas e é multíplice. Você pode odiar alguém e sentir Jung para eles. Voce pode sentir Jung apesar de você mesmo. Jung, também habita e assombra.

Ambos os conceitos, Han e Jungnorteou a minha compreensão dos Artesanatos e da sua história: por um lado, o sofrimento saturado, desvinculado do tempo ou da vida, por outro, o Jung que uniu os Ofícios não só entre si, mas também com o seu povo e o seu mundo, tornando provável e necessário que continuassem. É por isso que meu título original do livro era: Esposa, marido, servo rabi: uma história de paixão americana. Só na minha cabeça era americano Jung história.

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Os puristas podem expor que estas expressões são exclusivamente coreanas. Ou, uma vez que um coreano-americano escrevendo em inglês, não estou entendendo recta, que estão traduzidos.

Os puristas podem expor que estas expressões são exclusivamente coreanas. Ou, uma vez que um coreano-americano escrevendo em inglês, não estou entendendo recta, que estão traduzidos. Unicamente um sabor, um estilo, um talento, uma vez que se minha culinária não fosse “realmente” coreana, uma vez que se o frango de Dai Sil não fosse “realmente” Iowa. Tenho quase certeza de que sei o que Dai Sil Ajuma – com quem aprendi uma termo, Hanenquanto sente, profundamente, o outro, Jung– diria isso, e não pode ser impresso. Mas posso relembrar o gesto livremente, enquanto Daisil, com seu marido Don rindo ao lado dela, grita e levanta o copo.

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