18 de janeiro de 2024 23:00

Na Virgínia, EUA, há um memorial com fotografias de vítimas do fentanil, mais de 70 milénio por ano
Imagens de alex wong/getty
Doze pessoas pediram ajuda para tratar subordinação. Récipe médica do analgésico fentanil, que é 50 vezes mais potente que a heroína, disparada em Portugal nos últimos anos. Recomendações da DGS são de 2008 e desvalorizam risco de soma
18 de janeiro de 2024 23:00
Em Portugal, 12 pessoas já pediram ajuda para serem tratados por subordinação de fentanil — um analgésico opioide altamente viciante e que está causando uma “epidemia” de mortes por overdose nos EUA. De congraçamento com dados do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), os casos ocorreram no ano pretérito e um já leste ano. Entre estas 12 pessoas, oito usavam fentanil juntamente com outras drogas, mas os restantes quatro eram exclusivamente viciadas nesta substância, que nos últimos anos tem vindo a ser cada vez mais prescrito pelos médicos para o controlo da dor.
O Expresso sabe que um dos casos se refere a um varão com murado de 50 anos, sem histórico de afronta de drogas, a quem foi prescrito fentanil num hospital privado de Lisboa para ruptura de uma dor lombar. Depois de algumas semanas de uso dos adesivos comprados na farmácia, o doente, que não foi informado do risco de soma, chegou ao término da embalagem sem ter uma novidade receita para despachar. Entrei em “privação imediata”. “A dor que tinha não justificava o uso de fentanil. Foi-lhe prescrito à americana. Quando vi que estava dependente, procurei ajuda”, diz Miguel Vasconcelos, coordenador da Unidade de Desabituação do Núcleo das Taipas, em Lisboa. Noutro caso, os analgésicos foram prescritos a um jovem com murado de 30 anos que sofria de um problema grave de saúde, com dor intensa. “Ainda se tentou fazer a desabituação física em ambulatório, mas acabou por ter de permanecer internado murado de 10 dias”, adianta.
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