De origem humilde, Ducornet sofria com focomelia, anomalia congénita que impede a formação normal dos membros superiores e inferiores. Sem braços e nem uma das pernas, Louis, ainda petiz, usava os dedos do pé recta para folgar. Foi quando começou a traçar com pedaços de carvão, desenvolvendo suas primeiras habilidades artísticas.
A sedutor do garoto logo chamou a atenção de escolas e artistas locais. Com a ajuda do município de Lille, sua cidade natal, Ducornet foi enviado para Paris, onde teve a oportunidade de estudar com o renomado pintor Guillaume Guillon-Lethière. No início da curso, ele se dedicou a fabricar obras inspiradas em temas bíblicos, porquê Compunção (1828) e São Luís administrando a Justiça. Ambas as pinturas estão expostas até hoje no Museu de Lille.
Apesar do talento indiscutível, a doença o impediu de receber uma das bolsas de estudo mais disputadas da idade, o Prix de Rome, concedendo pelo rei Luís XIV da França para jovens artistas que se destacassem. No entanto, ele conquistou diversos prêmios no prestigioso Salão de Arte. Em 1840, ele pintou “Maria Madalena”, que foi adquirido pelo governo gaulês. Ele também produziu uma de suas obras mais famosas: um autorretrato de si mesmo pintando com o pé.