O Ministro da Gestão Interna determinou a lisura de um questionário urgente à falta de policiamento no jogo deste sábado entre o Famalicão e o Sporting, que acabou por ser cancelado, e às declarações do presidente do Sindicato Vernáculo da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, que permitiu a existência de uma “possante possibilidade” dos protestos das polícias que impedem as eleições.
É referido num transmitido, emitido na noite deste sábado, que o MAI abriu um questionário aos “acontecimentos que respeitam ao policiamento, pela PSP, do jogo Famalicão–Sporting, da Primeira Liga de futebol, em privativo dos que se reportam a generalizadas e súbitas baixas médicas apresentadas por autoridades”.
“Foi também determinada à IGAI a lisura de um questionário, a reverência de enunciação de um responsável sindical relativo à diligência da PSP no contexto dos próximos actos eleitorais, nomeadamente a possibilidade de estar em desculpa o transporte de urnas de votos”, lê-se na nota.
Depois dos acontecimentos deste sábado, o Diretor Vernáculo da Polícia de Segurança Pública e o Comandante-Universal da Guarda Vernáculo Republicana foram convocados pelo Ministro da Gestão Interna para uma reunião a ocorrer neste domingo, 4 de Fevereiro, às 9h no Ministério da Gestão Interna.
O jogo entre o Famalicão e o Sporting começou por ser diferido por uma hora por falta de policiamento junto ao estádio, acabando depois por ser cancelado pela mesma razão. Junto ao estádio, competiram confrontos entre adeptos do Famalicão e do Sporting, resultando em vários feridos. Horas depois do suposto início da partida, a PSP disse que tinha planeado e prestes o “efectivo adequado policial e necessário para prometer o normal revelador do evento” mas, antes do início do jogo, um “número não habitual de polícias informaram que se encontraram doentes, comunicando baixa médica”.
Esta força de segurança referiu que, mesmo accionando meios policiais de outras unidades de polícia — “meios esses que também vieram a orar situações de indisposição, com movimento para unidades hospitalares” — e até da GNR, não foi provável prometer a realização do jogo.
“Tendo existido alguns incidentes de ordem pública junto ao Estádio Municipal de Famalicão, mesmo tendo sido provável substanciar as imediações do mesmo, a PSP, em cooperativa com o organizador e o promotor do evento, decidiu que não se encontraram reunidas as condições possíveis para a realização do jogo”, lê-se numa nota da PSP.
Armando Ferreira, presidente do Sindicato Vernáculo da Polícia, foi ouvido na SIC Notícias na sequência do boicote dos policiais ao jogo e sublinhou que nascente tipo de ações de protesto – neste caso pela multiplicação de baixas médicas dos profissionais escalados – “se vai repetir outros jogos de futebol” e avisou que “as coisas podem lucrar outra dimensão”.
Questionado sobre se estava a consentir um boicote às eleições legislativas, afirmou que é “uma possante possibilidade”: “Quem transporta os boletins de voto e as urnas são as forças de segurança”, reforçou.