José Luís Carneiro, ministro da Gestão Interna, diz que estão reunidas as condições de segurança para a realização dos jogos de futebol deste domingo. Em conferência de prensa convocada para o início da tarde, o governante adiantou que já falou com o primeiro-ministro e o Presidente da República sobre a falta de policiamento de sábado no Famalicão-Sporting e a ameaço de boicote às eleições de 10 de Março.
Sobre as reivindicações das polícias, diz que “o Governo em gestão não tem legitimidade política para assumir encargos honorários”. É esta longevidade, segundo Carneiro, que está a ditar diferentes comportamentos do Governo para com os agentes se segurança e os agricultores. “No caso da cultura são medidas de índole fenomenal, por isso não têm índole sempiterno”, o que não acontece com as reivindicações das polícias que, a serem aceites, implicariam “deixar um incumbência permanente”, especificou.
“Participámos à Inspecção-Universal da Gestão Interna as declarações do presidente do SINAPOL que ameaçaram colocar em motivo a operosidade da PSP nos próximos actos eleitorais. A PSP-se a concluir a identificação dos autores dos desacatos em Famalicão, que será participada ao Ministério Público”, prosseguiu o ministro.
De igual modo, serão comunicados ao Ministério Público “todos os novos falsos que podem estabelecer uma relação entre o incitamento à insubordinação, à sua prática e eventual relação a movimentos extremistas”.
“Tudo o que ponha em motivo os deveres disciplinares e que atente contra o Estado de Recta e a legitimidade democrática deve ser rigorosa e totalmente sancionada”, frisou José Luís Carneiro numa entrevista à SIC Notícias, realizada depois uma conferência de prensa.
Referindo-se à reunião com os responsáveis da PSP e GNR, ocorrida na manhã deste domingo, Carneiro que “permitiu elucidar os factos ocorridos no sábado”, que descreveu porquê “inaceitáveis”. E também ficou acordado que qualquer “sintoma de indisciplina e insubordinação deve ser imediatamente participada para ser objeto de avaliação e de procedimento disciplinar”.
Estas manifestações não podem permanecer de fora já que ocorrem “nos espaços das redes sociais”, acrescentou. As declarações recolhidas também deverão ser “comunicadas de inopino ao Ministério Público” com vista a um procedimento criminal, precisou Carneiro.
O ministro esclareceu ainda que as baixas médicas apresentadas pelos agentes mobilizados para os jogos deste termo de semana serão “peça de questionário” pela Inspecção-Universal da Gestão Interna, conforme determinado pelo MAI na noite deste sábado.
Nuno Ferreira Santos
Leste domingo, o Diretor Vernáculo da Polícia de Segurança Pública (PSP) e o Comandante-Universal da Guarda Vernáculo Republicana (GNR) reuniram-se com José Luís Carneiro, ministro da Gestão Interna, para discutir os incidentes de sábado. Em frente ao ministério, no Terreiro do Paço, concentraram-se centenas de polícias a esperar o resultado do encontro. O responsável da PSP invejou, esta manhã, uma mensagem a exortar ao “profissionalismo” de todos os agentes.
No sábado, os sindicatos da polícia ameaçaram boicotar as eleições de 10 de Março, depois de um protesto ao jogo Famalicão – Sporting ter culminado em confrontos entre adeptos e levado ao protelação do jogo. “Há mais de um mês que o Governo e o Presidente da República se aperceberam disto” – dos protestos das polícias e da GNR –, mas “o Governo continua num silêncio ensurdecedor em que não diz zero, não faz zero”, afirmou Armando Ferreira, presidente do Sindicato Vernáculo da Polícia (SINAPOL), em entrevista à SIC Notícias na noite de sábado.
Durante a tarde de sábado, as bolsas de polícia informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica e colocando em risco o policiamento do jogo entre Famalicão e Sporting. Apesar de terem sido mobilizados agentes de outras zonas, o reforço foi tardio e não evitou a existência de confrontos entre os adeptos, com um varão a tolerar danos graves. Verificando-se a falta de segurança, o jogo foi posposto sem novos dados. Horas depois, designada-se para novo boicote, desta feita às eleições de 10 de Março.
Na manhã deste domingo, já se obteve o protelação de um jogo, o Leixões-Vernáculo da Liga Pro. De contrato com as informações recolhidas pelo PÚBLICO junto de manadeira do emblema leixonense, a PSP garantiu unicamente dois efetivos para o jogo, com o Leixões a recusar jogar a partida à porta fechada. A falta de policiamento pode agora abranger mais jogos durante o dia. Às 18h, o Benfica tem encontro marcado no Estádio da Luz com o Gil Vicente, não sendo ainda verosímil prever se o jogo se realizará ou não.
De contrato com o Expresso, o Governo deve unicamente responder a esta situação a partir de segunda-feira. O entendimento entre S. Bento e Belém diz que “a mando do Estado não pode permanecer refém” da polícia, depois as ameaças do dirigente do SINAPOL de uma eventual falta de transporte para urnas e boletins de voto. “Temo que o senhor primeiro-ministro não vá permanecer em funções só até 10 de Março”, disse Armando Ferreira na mesma entrevista, dizendo que as polícias “estão descontentes” e “a desligar cada vez mais do seu serviço de segurança pública”.
Por sua vez, Paulo Macedo, presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia, deixou uma sátira ao Governo em entrevista à CNN Portugal, estranhando não viver ainda “uma vocábulo de melhorias para os agentes de baixa”. “Não estamos a falar de polícias que, por iniciativa própria, disseram que estariam de baixa. Estamos também a falar de médicos sérios responsáveis que passaram nessa baixa. São uma série de polícias e um leque grande de médicos, não foi só um ou dois a passar essas baixas todas.Parece-nos normal que [os agentes] estejam mesmo a precisar dessas baixas”, afirmou o responsável.
O Ministro da Gestão Interna determinou a franqueza de um questionário urgente à falta de policiamento no jogo deste sábado entre o Famalicão e o Sporting, que acabou por ser cancelado, e às declarações do presidente do Sindicato Vernáculo da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira.
Diretor da PSP apela a “profissionalismo”
Num email enviado esta manhã a todos os agentes policiais, o diretor vernáculo da PSP deu conhecimento de que determinou também a franqueza de uma devassa ao sucedido com o policiamento do jogo entre o Famalicão e o Sporting, marcado para oriente sábado. Segundo José Barros Correia, esta feito, que pretende ser “célere”, justifica-se já que “a crédito dos cidadãos na sua Polícia de Segurança Pública nunca poderá permanecer comprometida”.
“Exorto-vos, por isso, para que continuemos, com todo o nosso profissionalismo, dedicação e entrega à motivo pública, a merecer a crédito dos cidadãos que serviços”, apelou o diretor vernáculo da PSP. Logo no início da mensagem, o responsável lembra que “acompanha as preocupações” dos agentes policiais, “conforme-me publicamente” já o contratado, para recorrer de seguida que mantenham “o profissionalismo, a dedicação e o sentido de missão à motivo pública”.
A devassa conduzida pela PSP correrá a par do questionário já destapado pelo ministro da Gestão Interna. No seu email, José Barros Correia frisa também que “apesar das nossas próprias e legítimas preocupações porquê profissionais e porquê pessoas, temos de ter sempre presente que a nossa legitimidade e mando porquê profissionais de polícia, só serão reconhecidas e reforçadas, se soubermos, em todas as nossas atitudes e comportamentos, transmitimos uma imagem que granjeie reverência, recompensa, empatia e, mais do que nunca, compromisso e crédito aos cidadãos que servimos”.