O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta sexta-feira que o macróbio presidente da Percentagem Europeia Jacques Delors, homenageado em França, “foi necessário” para a União Europeia (UE) que agora existe e para a adesão de Portugal.
“Delors foi necessário para fazer a Europa que temos. Ele fez o expansão, nós convidamos a ingresso de Portugal [na UE] a Delors porque deu a volta a vários países que estavam contra, fez o aprofundamento, a União Europeia, o euro. E nós portugueses nunca esqueceremos que esteve sempre ao nosso lado, quando outros não estavam”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Falando aos jornalistas portugueses que acompanham em Paris a homenagem de França a Jacques Delors, que morreu a 27 de dezembro, aos 98 anos, o dirigente de Estado português acrescentou: “Foi sempre um varão do social, dos direitos sociais, das pessoas, e não da Europa dos negócios, das economias e finanças unicamente”.
“Falta continuar os alargamentos, aprofundar a secção social, olhar por exemplo para a saúde depois a prelecção da pandemia […], mas uma Europa muito mais próxima dos direitos das pessoas. Será a única maneira de combater os populismos”, adiantou o Presidente da República, nestas declarações prestadas no prédio do Hôtel des Invalides, lugar escolhido para a protocolo.
Vários líderes europeus, incluindo o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, participam esta sexta-feira em Paris na homenagem da França ao político e do macróbio presidente da Percentagem Europeia Jacques Delors.
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A protocolo é presidida pelo dirigente do Estado Gálico, Emmanuel Macron.
O Estado francesismo pretende homenagear um “arquiteto da Europa unida” sem o qual a França seria “menos dona do seu sorte”, segundo a Presidência francesa.
A França reuniu todos os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), muito porquê os presidentes das instituições comunitárias, atuais ou em manobra enquanto o social-democrata Jacques Delors esteve em Bruxelas de 1985 a 1995.
Marcelo Rebelo de Sousa será escoltado pelo predecessor, Aníbal Lasca Silva, que também “foi primeiro-ministro durante todo o período dos mandatos” de Delors, e por José Manuel Durão Barroso, que presidiu à Percentagem Europeia (2004-2014).
Entre os dirigentes que confirmaram a presença estão também o Presidente teuto, Frank-Walter Steinmeier, e os primeiros-ministros da Bélgica e da Hungria, Alexander De Croo e Viktor Orbán, respetivamente.
Figura da construção do projeto europeu e considerado o “pai do euro”, Jacques Delors foi presidente da Percentagem Europeia entre 1985 e 1995 (durante três mandatos).
No seio da UE, ficou espargido por ter reconhecido o Ato Único Europeu, em 1986, que levou à geração do Mercado Único, o primeiro do género ao nível mundial, em 1993.
Foi protagonista na transformação da Comunidade Europeia em União Europeia, o que permitiu uma transição para a moeda única (o euro) e para uma maior cooperação ao nível da resguardo.
Nome incontornável da esquerda francesa, foi ainda ministro francesismo das Finanças e eurodeputado.
Jacques Delors frustrou as esperanças desta fileira partidária ao recusar apresentar-se às eleições presidenciais de 1995 em França. Na fundura, era predilecto nas sondagens.