Frederik X apareceu na varanda do palácio pela primeira vez não só para saudar o público, mas também para ser proclamado Rei pela primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen. Depois do novo soberano fez umas palavras aos seus súbditos. “A minha esperança é tornar-me um Rei unificador do amanhã. É uma missão que tenho abordado toda a minha vida. É uma missão que assume com orgulho, reverência e alegria.” De seguida, o Rei chamou a rainha consorte. Frederik (55 anos) e Mary (51 anos), que celebraram no próximo mês de maio 20 anos de casados, acenaram ao público sorridentes e juntaram-se depois dos quatro filhos. O príncipe Christian tem 18 anos e é o novo príncipe herdeiro, a princesa Isabella, que tem 16 anos, e os gêmeos, Vincent e Josephine, que completaram esta semana 13 anos.
Os novos reis saíram do Palácio de Christianborg a caminho do Palácio de Frederik VIII em Amalienborg, residência solene da família real, na carruagem que tinha transportada na soberana anterior. A carruagem “Bodas de Ouro” foi construída ao longo de nove meses em 1891-92 pelo construtor FC Schulz, em Copenhaga, foi um presente de mestres artesões para o natalício dos 50 anos de matrimónio do Rei Christian IX e da Rainha Louise, em 26 de maio de 1892.
Para levante dia histórico em que deixou de ser princesa para ser a novidade rainha da Dinamarca, Mary escolheu vestir branco. A mesma cor que também a rainha Letizia de Espanha e Mathilde da Bélgica ganharam nas cerimónias em que se tornaram rainhas. É importante lembrar que o branco também é uma das cores da bandeira dinamarquesa. Mary usou um vestido do designer dinamarquês Soeren Le Schmidt, que reagiu rapidamente na sua conta do Instagram com uma retrato dos novos reis e a mensagem: “Para lá de grato/Obrigada por me ter escolhido a mim. Rainha Maria da Dinamarca”. O vestido terá sido confeccionado pela mesma pessoa que fez o vestido de prometida com que Mary se casou com o príncipe Frederik em 2004, Birgit Hallstein, segunda revelação a Vanity Fair. Não é a primeira vez que Mary recorre a esta designer e foi dele a geração que Mary vestiu na coroação do Rei Carlos III, segundo escreve a Vogue. O vestido branco desta proclamação tinha mangas compridas, decote rotundo com uma fita de tecido que envolvia o pescoço e caía sobre o ombro num drapeado esvoaçante sobre as costas. A saia era ampla e de comprimento midi.

Mary, rainha consorte da Dinamarca gesticular ao público depois da proclamação do marido, Frederik X
Quanto às joias, a novidade rainha usou uma pregadeira no cinto, brincos e ainda adornos no cabelo. Mary terá escolhido um conjunto de joias em diamantes e rubis que data de 1804 e que, segundo escreve a revista Hola, foi uma encomenda para Desiree Clary Bernadotte usar na coroação de Napoleão em Paris, nesse mesmo ano. A dona das joias viria a ser rainha da Suécia e Noruega e as joias acabariam por chegar à morada real dinamarquesa. Estas joias serão, tradicionalmente, usadas pelas princesas herdeiras da Dinamarca. Mary usou também ao peito uma divisa coma retrato da sogra.
Pouco depois da proclamação do novo Rei o site da morada real dinamarquesa ficou “temporariamente indisponível” para serem feitas as “mudanças elogios” na sequência dos acontecimentos e os visitantes foram encaminhados para as redes sociais da instituição. Foi também através deste meio de divulgação que Carlos III e Camila enviaram, desde o Reino Uno, uma mensagem de felicitação aos novos reis. “Estou ansioso por trabalhar conjunto para prometer que a relação entre os nossos países e as nossas famílias se mantenha possante. E para trabalhar convosco em assuntos que importam tanto para os nossos países e para o mundo mais alargado”, segundo cita a Sky News. Os reis de Espanha também felicitaram os novos monarcas através de um enviado no qual se pode ler: “A nossa felicitação no início do reinado vosso, com o maior afeto pessoal e os melhores desejos o povo da Dinamarca”, cita a Hola. A mensagem foi acompanhada por uma retrato da visitante dos reis de Espanha à Dinamarca, no mês pretérito de novembro.
Um ambientalista rockeiro e uma australiana dada a causas sociais e ícone de estilo: quem são os novos reis da Dinamarca?
As estradas limpas e abertas para passar o cortejo real foram cercadas por uma moldura humana e de bandeiras dinamarquesas. Pelas 13h40 começamos a subir sinos. O dia esteve sempre cinzento e percebeu-se pelos agasalhos de quem estava nas ruas que estariam bastante frios. Brilham as coroas em modo de celebração nas cabeças dos curiosos. As imagens na galeria no topo do item mostram a povo que resistiu às baixas temperaturas para ir à rua saudar a antiga Rainha e os reis.
O jornal El País faz referência na manhã deste domingo, antes da renunciação da Rainha, a uma sondagem da escritório de notícias dinamarquesa Ritzau, segundo a qual 80% da população apoia os novos reis. Os resultados mostram também que 82% dos inquiridos acreditam que Frederik está pronto para reinar e 86% responderam que Mary será uma boa rainha consorte.
Também estará presente no Palácio de Christianborg o príncipe Joachim, o rebento mais novo da Rainha Margarida e o irmão novo Rei. Já tinha sido notícia ao longo dos últimos dias que o viajaria príncipeia sozinho da sua residência atual, em Washington, para estar presente neste momento histórico em Copenhaga. A mulher, Marie, e os quatro filhos não o acompanharam. Em 2022 a Rainha decidiu tirar o título de príncipes aos quatro netos do lado do príncipe Joachim, o que causou um grande mal-estar entre a família e até levou Margarida a desculpar-se.
O príncipe Henrik, marido e pai de Frederik X, morreu a 13 de fevereiro de 2018 depois de anos com demência. Henrik e a Rainha Margarida foram casados há quase 51 anos. Estiveram ambos em Portugal em 1984 para a única visitante de estado da soberana dinamarquesa ao nosso país.
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Margarida II tem 83 anos e completa, precisamente neste domingo, 52 anos no trono. A Rainha anunciou no seu habitual exposição de Ano Novo, ao final da tarde de 31 de dezembro, que abdicaria do trono e passaria as ideias para o rebento mais velho, o príncipe herdeiro Frederik. Margarida foi a primeira soberana a apostatar do trono da Dinamarca em quase 900 anos. Mas também já tinha quebrado as regras ao tornar-se a primeira mulher no trono do seu país em muito tempo. Já que em 1953, através de referendo, ficou disposto que uma mulher poderia elevar ao trono da Dinamarca, caso não tivesse irmãos mais velhos ou mais novos. Margarida era a mais velha de três irmãs e quando se tornou rainha foi a primeira mulher régio em séculos, desde Margarida I, que foi governante dos reinos da Escandinávia entre 1375 e 1412.
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