Mario Zagallo, que venceu quatro títulos mundiais pelo Brasil uma vez que jogador ou técnico, incluindo o Mundial de 1970 — edição por considerada por muitos a melhor de todos os tempos —, morreu na madrugada deste sábado, 6 de Janeiro, aos 92 anos.
A notícia foi anunciada na conta solene do ex-futebolista no Instagram, numa publicação em que Zagallo é descrito uma vez que “um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, camarada leal, profissional vitorioso e um grande ser humano”. “Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas”, refere a publicação.
Zagallo foi internado há vários dias num hospital do Rio de Janeiro, mas não se sabe ainda qual terá sido a razão da morte.
Chamado de “o professor”, teve um papel fundamental em quatro dos cinco títulos mundiais da “canarinha”. Resguardo esquerda duro e talentosa, Zagallo jogou na equipe que conquistou o primeiro título mundial para o Brasil, em 1958, uma frente que voltaria a ocupar quatro anos depois.
Em 1970, treinou uma equipe brasileira que contava com muitos dos maiores nomes do futebol de todos os tempos, uma vez que Pelé, Jairzinho, Rivellino e Tostão — aquela que muitos compartilharam a maior seleção pátrio em campo, que viria a dar a terceira vitória num mundial ao Brasil, no México. Esta conquista tornou Zagallo na primeira pessoa a vencer um Mundial uma vez que jogador e técnico.
No totalidade, uma vez que jogador, conquistou dois troféus: em 1958, na Suécia, e em 1962, no Chile. Do banco, converteu a seleção brasileira ao título no México, em 1970, e foi coordenador técnico na conquista do título de 1994, nos Estados Unidos.
Além do brasiliano, unicamente o teuto Franz Beckenbauer (Alemanha, em 1974, e Itália, 1990) e o gaulês Didier Deschamps (França, em 1998, e Rússia, em 2018) venceram um Mundial uma vez que jogador e treinador.
“Vocês vão ter que me engolir”
Zagallo sempre foi muito acarinhado pelos fãs brasileiros, que gostavam de sua personalidade idiossincrática e de seu nacionalismo sem remorsos. Gostava de expor que nasceu com a vitória ao lado e relatou ter vergonha de desafiar aqueles que diziam que suas equipes eram muito defensivas.
Uma das frases mais famosas aconteceu depois do Brasil vencer a Despensa América na Bolívia, em 1997. Quando o sibilo final soou, Zagallo, visivelmente emocionado, com o rosto vermelho devido ao ar rarefeito de La Sossego, relacionado para as câmaras de televisão ” Vocês vão ter que me engolir”, frase que até hoje é usada por brasileiros de vários clubes para reivindicar vitórias sofridas.
Reuters
Segundo o próprio, conta A Folhaa frase teve uma vez que mira dois jornalistas de São Paulo que fizeram campanha contra o treinador.
Zagallo também era divulgado por ser muito supersticioso e acreditava que o número 13 lhe trazia sorte. Gostava de cunhar frases que continham 13 letras, casou-se a dia 13 e até dizia que deixaria os campos às 13h do dia 13 de Julho de 2013.
Zagallo queria ser piloto de avião
O varão dos milénio nomes, também divulgado por “Lobo Velho”, nasceu em 9 de agosto de 1931, em Maceió, na empobrecida costa nordeste do Brasil. A família mudou-se para o Rio de Janeiro antes de completar um ano e foi na “Cidade Maravilhosa” que cresceu e se apaixonou pelo futebol.
Por razão de problemas de visão foi obrigado a largar um dos primeiros sonhos: ser piloto de avião. Optou por estudar contabilidade e, nas horas vagas, jogava futebol na equipe lugar, América, profundeza de um dos maiores clubes da cidade.
“O meu pai não queria que eu fosse jogador de futebol, não deixou”, disse Zagallo em entrevista publicada pela Confederação Brasileira de Futebol. “Naquela profundeza não era uma profissão respeitada, a sociedade não via com bons olhos… É por isso que digo que o futebol entrou na minha vida por acidente.”
PAULO WHITAKER/REUTERS
Zagallo começou uma vez que resguardo meão com a camisola 10 que, antes de Pelé, ainda não tinha o significado que tem agora, mas a percepção disse-lhe que estava no lugar inexacto à hora errada. “Vi que seria difícil entrar na seleção brasileira com a camisa 10 porque havia muitos grandes jogadores nessa posição, logo mudei do meio-campo esquerdo para a lateral”, disse.
Também se mudou do América para o Flamengo, onde conquistou três medalhas no campeonato carioca de futebol. A segunda metade da curso foi passada no rival municipal Botafogo, onde conquistou mais dois títulos.
O primeiro mundial aconteceu na Suécia, em 1958, onde foi titular nas seis partidas e jogou ao lado de Garrincha e Pelé, que na profundeza tinha unicamente 17 anos. “Eu tinha 27 anos e o Pelé, 17. É por isso que digo que nunca brinquei com ele, mas ele brincou comigo.”
Quatro anos depois, no Chile, foi novamente vencedor, mas só garantiu a vaga depois fazer algumas alterações táticas. Zagallo ficou para trás para ajudar a marcar o lateral rival e quando sua equipe ganhava a globo, subia toda a lateral. Era incomum que os atacantes ajudassem na resguardo e o jogador ajudasse a mudar a forma uma vez que os extremos jogavam.
México, 1970
Uma vez que técnico, Zagallo liderou uma série de clubes brasileiros, mas deixou sua marca quando foi convocado para substituir o polêmico João Saldanha uma vez que técnico do Brasil, poucos meses antes do Mundial de 1970, no México. A prestação do Brasil foi irregular e a equipe não era uma das favoritas, mas Zagallo reuniu um plantel repleto de estrelas e conquistou uma vitória competitiva por 4 a 1 sobre a Itália, na final.
Imortalizado com uma estátua adiante do estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, treinou a seleção do Kuwait, entre 1976 e 1978, e a equipe dos Emirados Árabes Unidos, nos anos 1989 e 1990. O treinador voltou aos comandos da seleção em 1998, quando o Brasil de Ronaldo perdeu por três bolas a zero no Stade de France para os Azuldo capitão Didier Deschamps.
Sérgio Moraes
Casou-se em 1955 com a primeira e única esposa, Alcina de Castro, que morreu em 2012. O par teve quatro filhos. Zagallo aposentou-se em 2006, mas continuou muito popular e não longínquo da vida pública, aparecendo frequentemente na televisão, em cerimónias de prémios e da de gala e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que decretou sete dias de luto no futebol brasiliano pela morte de Zagallo, “maior vencedor do mundo de todos os tempos” e “ídolo de várias gerações”.
“Maior vencedor do mundo de todos os tempos, venerado e admirado por uma legião de fãs, ídolo de várias gerações, Mário Jorge Lobo Zagallo morreu nesta sexta-feira”, lê-se na nota publicada no site solene da CBF.
A entidade que rege o futebol brasiliano também anunciou que será respeitado um minuto de silêncio em todos os jogos da primeira rodada das eliminatórias da Despensa do Nordeste, que começa neste sábado.
“A CBF e o futebol brasiliano lamentam a morte de uma das suas lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo. A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de tarar pela partida deste ídolo do nosso futebol”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues .