Mayotte: devastada pelo ciclone Chido #ÚltimasNotícias

Por Francesca Merlo

O ciclone Chido causou uma destruição catastrófica em Mayotte, com as autoridades alertando que o número de mortos pode chegar a “várias centenas” ou milhares. O ciclone, com ventos superiores a 220 km/h, atingiu o território francês do Oceano Índico no último sábado, tornando-se a pior tempestade a atingir Mayotte desde a década de 1930.

Ajuda da França continental

O ministro do Interior de Maiote alertou que “Levará dias e dias para estabelecer o número de vítimas humanas”. As autoridades francesas mobilizaram mais de 1.600 policiais e gendarmes para ajudar os sobreviventes. Além disso, 250 equipes de resgate e pessoal de emergência estão sendo enviados da França continental e da vizinha Reunião.

Mayotte, com uma população de 300.000 habitantes, é o território mais pobre da União Europeia. Um terço da sua população vive em bairros de lata improvisados, muitos dos quais estão agora destruídos. Os residentes descreveram distritos inteiros arrasados, árvores arrancadas e barcos virados. As principais infra-estruturas, incluindo o aeroporto principal, o hospital e o abastecimento de electricidade e água, sofreram graves danos. Os esforços de socorro continuam a ser um desafio, uma vez que actualmente apenas aeronaves militares podem aterrar.

O prefeito François-Xavier Bieuville observou que os migrantes indocumentados e a tradição de Mayotte de enterrar os mortos dentro de 24 horas complicam a contagem de vítimas.

O Papa Francisco, que visitou a Córsega no domingo, rezou pelas vítimas e apelou ao apoio internacional. “Estou espiritualmente próximo daqueles que foram afetados por esta tragédia”, disse ele.

A destruição de Chido

O ciclone atingiu também as Ilhas Comores e Madagáscar antes de se dirigir a Moçambique, causando graves danos na província de Cabo Delgado. A UNICEF relatou destruição generalizada, deixando dois milhões de pessoas com necessidade urgente de ajuda.

Embora enfraquecido, o ciclone Chido continua a representar uma ameaça, com o Malawi e o Zimbabué a prepararem-se para inundações e potenciais evacuações.

Mayotte continua a precisar desesperadamente de assistência enquanto as equipes de resgate trabalham para ajudar os sobreviventes e avaliar a escala total do desastre.