“Para que não subsistam dúvidas“, frase do responsável de um twittar de hoje, 15 de janeiro, que exibe a imagem do título de uma entrevista de Miguel Pinto Luz ao jornal “Expresso”, sem indicar os respetivos dados.
Porquê se fosse atual ou recente, portanto, o que suscita precisamente dúvidas, na medida em que o atual líder do PSD, Luís Montenegro, quando questionado sobre um eventual entendimento de governação com o Chegatem que repetir a garantia de que “não é não”.
Ao mesmo tempo que um dos vice-presidentes do partido, Miguel Pinto Luz, aponta no sentido oposto ao declarar que “sim, a coligação com o Chega é provável”?
O problema está na data ( ocultada na imagem que está a ser divulgada no X/Twitter) e no contexto da entrevista em culpa ao “Expresso”, a saber: dia 4 de janeiro de 2020há mais de quatro anos, quando Pinto Luz foi candidato à liderança do PSD frente a Rui Rio (titular) e Luís Montenegro.
Questionado sobre se era “realista prometer uma maioria absoluta” do PSD nas próximas eleições legislativas, Pinto Luz defendeu que sim, era “provável”, mas tal implicava “ter um oração novo, sem pavor do politicamente correto“.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais apresentou um exemplo nesse contextura: “Esta coisa de colocar linhas vermelhas em relação ao Chega… Que diabo! Mas quais linhas vermelhas? Permitimos a António Costa associar-se a Catarina Martins, que tem uma retrato de Chávez no gabinete, e não podemos dialogar com todas as forças de centro-direita e de direita?”
Posto isto, o jornalista pergunta se “o eleitorado do PSD perceberia essa coligação” com o Chega. Ao que Pinto Luz respondeu que “sim, a coligação é provável. De hoje para amanhã, temos uma maioria clara mas faltam-nos quatro ou cinco deputados para ter maioria. Não dialogamos com o Chega? Vamos permanecer à espera da iniciativa do PS?”
O portanto candidato à liderança do PSD não descartou essa possibilidade, mas definiu “cinco regras” para esse entendimento: “Os valores, liderança, iniciativa, programa, agenda são nossos. Se o Chega tiver uma agenda de reforço de meios de segurança, de reforço de meios da justiça, não partilhamos essa agenda?É que não a tivemos até agora. Por isso é que o Chega apareceu.”
Mais de quatro anos depois, leste título/citação é a ser divulgado no X/Twitter porquê se fosse atual e correspondesse à posição assumida hoje pelo PSD, sob a liderança de Montenegro. Ou porquê se um dos vice-presidentes do PSD esteve a contradizer o líder do partido em público.
Em suma, trata-se de uma descontextualização regateiraatravés da ocultação dos dados da entrevista.
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