Leste sábado marca o revinda da Fórmula E, a categoria de elétricos que estreou em 2014. Neste momento já está tudo pronto no México, mas enquanto a qualificação e a corrida não chegam, deixamos-lhe todas as informações que precisa sobre a 10.ª temporada do campeonato. A Forbes Portugal falou com o piloto português António Félix da Costa e com Katy Fairman, jornalista e fundadora do Podcast de pequeno torque.
As corridas
As 16 corridas do calendário de 2024 vão passar por 10 cidades, entre os dias 13 de janeiro e 21 de julho. Alguns dos locais favoritos dos adeptos continuam no calendário, uma vez que México e Mónaco, mas há novidades.
Em março, a Fórmula E faz sua estreia em Tóquio, no Japão. No mês seguinte há uma dupla jornada em Itália, mas desta vez não será em Roma. Misano, na costa do Adriático, é mais uma estreia da categoria. A terceira novidade é um revinda agendado para maio, quando acontece mais uma dupla jornada desta vez na China.
“Vamos voltar para a China, que é um mercado enorme para a Fórmula E. Adoro o Rodeio Internacional de Xangai e acho que os adeptos também gostam muito. Vai ser muito interessante ver os num volta onde corre a Fórmula 1, à semelhança do que acontece no México neste termo de semana. Tóquio, simples, é o que está na boca de toda a gente. Vai ser uma corrida fantástica e estou muito ansiosa por isso. Misano pode ser mais espargido pelas corridas de motos, mas penso que também será um duelo único e risonho para todos os pilotos e equipes”, afirma Katy Fairman.

As equipas
A grelha de Fórmula E conta com 11 equipes: ABT CUPRA Formula E Team, Andretti Formula E, DS Penske, Envision Racing, ERT Formula E Team, Onça TCS Racing, Mahindra Racing, Maserati MSG Racing, NEOM McLaren Formula E Team, Nissan Formula Equipe E, equipe TAG Heuer Porsche Fórmula E.
Olhando para o pódio do ano pretérito, a Envision Racing levou o título, seguida da Onça e Andretti em segundo e terceiro, respectivamente.
Mas quais são as chances das equipes oriente ano? Katy sugere que há quatro equipamentos com maiores possibilidades.
“A Andretti, que tem o atual vencedor Jake Dennis uma vez que um dos seus pilotos, e também a Porsche, que tem um alinhamento muito poderoso com o vencedor da 6.ª temporada, António Félix da Costa. E depois dos carros ‘Onça’, ou seja, o próprio Onça, Mitch Evans e Nick Cassidy fazem segmento da equipe, são pilotos rápidos e incrivelmente talentosos. Essa vai ser uma grande história a seguir oriente ano, porque ambos querem ser o número um da equipe. E, finalmente, a Envision Racing, tem Robin Frijns de revinda e Sébastien Buemi, também vencedor na segunda temporada”, diz.
Entre as quatro, e a ter que escolher, a aposta de Katy se inclina para duas: “De todos, penso que o Onça certamente será muito poderoso com o seu alinhamento de pilotos e penso que o Porsche também está muito interessado em fazer um ano mais poderoso do que no ano pretérito. Eles tiveram três vitórias ao longo de 2023 e foram a única equipe a ter uma vitória em cada lado da garagem. Trabalharam arduamente durante uma pausa de inverno, por isso penso que vão ser a equipe a ter em conta”.

Os pilotos
As únicas equipas que mantêm a mesma dupla de pilotos que tiveram na temporada anterior são a Porsche, com Pascal Wehrlein e António Félix da Costa, a DS PENSKE, com Stoffel Vandoorne e Jean-Eric Vergne, e a ERT Formula E (antes NIO 333 Racing ), com Dan Ticktum e Sergio Sette Camara.
A ABT CUPRA Formula E Team apresenta-se com Lucas Di Grassi e Nico Müller, a Andretti Formula E com o atual vencedor mundial Jake Dennis e com Norman Nato, a Envision Racing com Robin Frijns e Sébastien Buemi, Mitch Evans e Nick Cassidy são a dupla da Onça TCS Racing, a Mahindra Racing conta com Edoardo Mortara e Nyck De Vries, a Maserati MSG Racing com Jehan Daruvala e Maximilian Günther, Jake Hughes e Sam Bird na NEOM McLaren Formula E Team, e Oliver Rowland e Sacha Fenestraz na Nissan Formula Equipe E.
Uma das grandes histórias da temporada é o revinda de Nyck de Vries. O campeonato da oitava temporada, ao serviço da Mercedes, que depois saiu da categoria, volta posteriormente uma passagem pela Fórmula 1. O neerlandês assinado pela AlphaTauri, mas foi substituído no meio da temporada por Daniel Ricciardo. Neste revinda, de Vries vai encontrar uma categoria dissemelhante daquela que saiu em 2022, uma vez que será a primeira vez que vai competir com a novidade geração de carros que estreou no ano pretérito.
“Ao tornar à Fórmula E, não tem muita experiência com os carros da Gen 3, em confrontação com a maioria dos pilotos da grelha. Tem muito para aprender. Ou por outra, o coche da Mahindra talvez não seja tão competitivo uma vez que outras máquinas que ele está habituado a guiar. Tenho a certeza de que ele sabe que haverá muitos olhos postos nele depois da sua passagem pela F1, mas, depois de falar com ele hoje, parece estar muito pronto e sabe que não vai ser um sucesso da noite para o dia. Parece ser muito maduro na forma uma vez que está a mourejar com as coisas”, conta Katy.
Quem também terá uma pressão extra em cima é Jake Dennis, o atual vencedor. O piloto britânico terminou a 9.ª temporada com 229 pontos, o suficiente para superar os restantes pilotos no pódio: Nick Cassidy (199 pontos) e Mitch Evans (197 pontos).

“Para o Jake Dennis, penso que sempre haverá pressão se for o vencedor atual. A Andretti provavelmente será muito rápida, por isso acho que vai ter a pressão sobre ele nesse sentido, mas ele parece estar muito repousado e equilibrado, a pensar em cada corrida de cada vez. Acho que é uma forma muito inteligente de ver as coisas”, continua.
António Félix da Costa
O ano muda, mas o foco dos adeptos portugueses continua a ser o mesmo: António Félix da Costa. O piloto é o único nome português na grelha. Esta será a sua segunda temporada ao serviço da Porsche e o objetivo passa por voltar a mostrar aquilo de que é capaz.
“Quero que seja um ano de reafirmação. Quando fui vencedor em 2020, a promessa que fiz a mim mesmo era que tinha que voltar a lucrar. O ano pretérito foi um ano mais complicado, mas que aprendi muito enquanto equipa. Leste termo de semana começa a segunda quadra com o Porsche e sinto-me muito mais pronto do que há 12 meses. A pré-época correu muito e a motivação está em subida. Sei que haverá dias e corridas complicadas, mas o campeonato é longo. Pronto para a luta!”, disse o piloto à FORBES.
Quem também falou com o António Félix da Costa foi Katy Fairman, já depois da chegada ao México.
“Tive uma conversa fantástica com o António. Ele começou a 9.ª temporada com uma equipe totalmente novidade, teve de se habituar a uma novidade forma de trabalho, com um colega de equipe que também é extremamente talentoso, o Pascal Wehrlein. Começaram o ano pretérito com o Pascal a conseguir um segundo lugar no México e depois a lucrar as duas corridas em Diriyah. Inevitavelmente, para um piloto, sente que há um pouco de tardança para restabelecer. Mas o António é óptimo naquilo que faz e, por isso, voltou às vitórias na Cidade do Cabo. Acho que ele vai ter uma quadra muito poderoso, para o António o firmamento é o limite, é um dos pilotos mais talentosos da grelha. Tem um coche que é realmente capaz de voltar a estar na frente e, tendo trabalhos na qualidade e nas fraquezas que a equipe tinha no ano pretérito, não vejo nenhuma razão para não o vermos de volta ao degrau mais cocuruto do pódio várias vezes ao longo da temporada 10”, afirma.

Ó coche
Não que ao coche diga reverência, as novidades aconteceram todas na temporada passada. Leste ano é uma prolongação para a Gen 3 e não será muito dissemelhante do que vimos até cá. Pelo menos no início, mais para a frente há algumas coisas que podem mudar e desafiar a estratégia das equipes.
“Não que diz reverência ao Programas, ainda há muito espaço para melhorias para as equipes, no entanto, não haverá grandes mudanças dramáticas para os carros na grade. É mais o que está por insignificante do coche, por isso o Programas vai ser uma coisa importante. E, mais para o final da quadra, esperamos ver o fardo de ataqueou seja, uma recarga durante os paradas nos boxes, o que irá acrescer um elemento de estratégia. Estou ansioso para ver uma vez que tudo isso funciona”, finaliza Katy.