Março 25, 2025
Pedro Nuno Santos, o líder que decidiu deixar-se ao desafiar António Costa

Pedro Nuno Santos, o líder que decidiu deixar-se ao desafiar António Costa

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A revelação é feita no livro da jornalista do Público Ana Sá Lopes sobre o atual líder do PS, “Na cabeça de Pedro Nuno Santos”, acrescentando que o despacho, publicado em 29 de junho de 2022 e revisto no dia seguinte por ordem do primeiro -ministro, era do conhecimento prévio da ANA [Aeroportos de Portugal]da Ordem dos Engenheiros e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

Na fundura, escreve o jornalista, Pedro Nuno – o nome por que é sabido desde sempre no PS – não queria transpor do Governo, “por considerar que o `seu povo socialista` não acharia isso uma teoria boa”.

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Para tanto, o atual líder do PS dispôs-se a uma cena que um jornalista descreveu uma vez que de “auto-humilhação, poucas vezes registradas nos anais da política portuguesa” e “um ato de contrição penoso”, no qual Pedro Nuno assumiu “uma omissão relevante”, que atribui à sua impulsividade, à “vontade de querer concretizar, de querer realizar”.

A publicação do despacho é, na opinião do jornalista, muito mais grave do que o caso da indemnização à ex-administradora da TAP Alexandra Reis e foi o “ponto de não retorno” da relação entre António Costa e Pedro Nuno Santos.

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O livro tem o valor de sistematizar a informação sobre o novo secretário-geral do PS, não só o seu trajectória pessoal uma vez que o seu pensamento político e ideológico sobre os mais diversos temas, as lutas dentro do partido a que aderiu em 1991, aos 14 anos (a mesma idade de António Costa quando por sua vez aderiu ao PS), o escora a oriente e a rutura entre ambos e a sua experiência governativa, com destaque para a TAP (“o veneno quase infalível”) e a geringonça.

Recuando aos tempos da faculdade – Pedro Nuno Santos é licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) – um jornalista acentuado que é aí que ele cimenta amizades com um círculo politicamente heterogéneo de amigos íntimos, nenhum deles do PS. A exceção é Duarte Cordeiro, atual ministro do Envolvente de António Costa.

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É nesse tempo que data a sua sólida amizade com José Gusmão, também economista e hoje dirigente do Conjunto de Esquerda e deputado ao Parlamento Europeu (na faculdade militar no PCP).

Neste contexto, o jornalista destaca o pensamento de Pedro Nuno sobre a Europa, de dos quais ilustração institucional sempre se manifestou crítico, muito uma vez que da economia liberal, dois assuntos que colocaram a par em vários dos movimentos com que se candidatou a dirigente nas estruturas do PS .

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Definindo-o uma vez que “profundamente europeísta”, Ana Sá Lopes cita o movimento do logo jovem líder candidato à Federação de Aveiro em 2012.

É já aí que ele defende “um federalismo democrático para a União Europeia”, uma união política “construída a partir do Parlamento Europeu” para mudar “esta Europa”, ligando o “debate sobe o porvir da arquitetura económica e institucional da UE” ao “debate sobre o porvir do movimento socialista europeu”.

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Pedro Nuno sempre foi também muito crítico da chamada “terceira via” – nome oferecido à fluente do socialismo democrático criada pelo britânico Tony Blair e escoltado, no projecto vernáculo, por António Guterres e José Sócrates – por considerar que ela é uma “carapaça do neoliberalismo “, que levou a “um retrocesso da social-democracia”.

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Sobre o trajectória ulterior de Pedro Nuno Santos, já uma vez que membro dos governos de António Costa, o jornalista assinalou que ele nunca foi o seu término e que a rutura entre ambos vai se desenrolando ao longo de vários episódios.

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O Congresso da Guerra, em 2018, foi o primeiro deles. António Costa acabou logo a expressar que ainda não tinha metido “os papéis para a reforma” perante os termos abrangentes da moção defendida pelo logo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares

A discordância relativamente às presidenciais, em 2020 – Pedro Nuno defendeu que o PS teve uma candidatura autónoma, contra o escora a Marcelo que alguns socialistas já manifestaram – foram outros desses episódios. Pedro Nuno acabou por estribar publicamente Ana Gomes.

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As discussões no Parecer de Ministros também ajudaram a degradar a relação: “parece que não eram cenas bonitas de se ver”, escreve Ana Sá Lopes, comentando que Pedro Nuno, “na hipótese de vir a ser nomeado primeiro-ministro, odiaria, por visível, que ele saiusse um segundo Pedro Nuno na rifa”.

Quanto ao programa parcimonioso que, hoje, a candidata a primeiro-ministro vai apresentar ao país, Ana Sá Lopes diz que a sua raiz está no movimento do Congresso da Guerra, na qual fica clara a resguardo da mediação do Estado na geração de inovação na economia.

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Esse papel é definido pelo próprio uma vez que uma “missão coletiva” entre o Estado e o setor privado: no fundo, diz o jornalista, “uma outra fórmula de parcerias público-privadas”.

Quanto à candidatura atual e ao escora de Francisco Assis, que muitos consideraram estranho pela divergência de posições dentro do PS, o jornalista radical-o na amizade de ambos, cimentado “na catástrofe geral” e de estar ambos fora do “universo de eleitos de António Costa”.

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O livro de Ana Sá Lopes faz segmento de uma trilogia editada por Zigurate, e que inclui também títulos idênticos para jornalistas sobre os líderes do PSD, Luís Montenegro, e do Chega, André Ventura, que serão vendidos no início de fevereiro.


 

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