“Sempre que a terreno treme, sinto cheiro de incenso”, disse-me certa vez um padre chamado Padre Anselmo.
Eventualmente, encontrei a escritura à qual ele estava aludindo (eu acho):
A fumaça do incenso, junto com as orações do povo de Deus, subiu diante de Deus pela mão do querubim. Logo o querubim pegou o incensário, encheu-o com o incêndio do altar e lançou-o sobre a terreno; e houve trovões, estrondos, relâmpagos e um terremoto.
—Apocalipse 8:4-5
Além da sua inclinação poética, o padre – na verdade um abade – impressionou-me pelo seu paixão pelo Pentecostes, que ele descreveu porquê uma segunda Páscoa.
O dia 19 de maio marcará a Sarau Ocidental de Pentecostes deste ano, quando nos lembrarmos de porquê o ecúmeno—a família humana das nações—foi batizada:
E quando chegou a plenitude do dia de Pentecostes, estavam todos unânimes no mesmo lugar. E de repente veio do firmamento um som, porquê de um vento impetuoso, e encheu toda a lar onde estavam sentados. E apareceram-lhes línguas repartidas, porquê de incêndio, e pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem… ‘porquê ouvimos cada varão na nossa própria língua, na qual nascemos?’
—Atos 2:1-8
Diz-se que isso ocorre no cenáculo dos discípulos, que se torna o novo Monte Sinai, de onde o incêndio do firmamento vem para redigir a lei nos corações dos homens – desta vez não em uma língua, mas em muitas.
O número de nações de onde se originam os presentes no milagre de Pentecostes pode, dependendo da leitura de Atos 2, ser contabilizado porquê 17. Isso pode ser uma abreviatura para o número totalidade de nações nas quais a humanidade é considerada composta em outro lugar, a saber, 70. (10 + 7 em vez de 10 × 7). Eles representam toda a família humana. A besta que é finalmente derrotada no Apocalipse, por outro lado, é a falsa unidade, o opressão imperial, daí as suas 7 cabeças e 10 cornos – ela parodia as nações. Isto também sugere que, biblicamente, as nações são uma revelação de dois princípios, um representado pelo número 7 (os 7 anjos no Apocalipse) e o outro pelo 10.
Os apóstolos são instruídos a “fazer discípulos das nações”. Assim, a país é o constituinte implícito da Igreja de consonância com a “grande percentagem” em Lucas e Mateus. Com o Pentecostes, isso vem com maior relevo.
Compreendemos intuitivamente que a multiplicidade cultural tem valor intrínseco. Uma vez que escreve São Tomás no Suma Teológica:
A sublimidade do universo requer não exclusivamente uma povaréu de indivíduos, mas também diverso tipos… a sublimidade do universo… consiste na variedade ordenada de coisas… Assim, a multiplicidade de criaturas não surge da multiplicidade de méritos, mas foi principalmente pretendida pelo agente principal.
E, no entanto, o valor da “multiplicidade” é frequentemente invocado porquê um aríete, não exclusivamente contra a ininterrupção histórica (identidades nacionais, por exemplo), mas contra os limites morais (heteronormatividade e afins).
Estamos, de certa forma, vivendo um falso Pentecostes – um Pentecostes que tenta nos convencer a expressar a unidade da requisito humana porquê uniformidadeem vez de simetria.
A fragmentação da comunidade humana numa série de formas “diversas” reduz toda identidade a um resultado consumível para o quidam atomizado usar, e nos entrega a uma uniformidade caótica – a “uniformidade heterogênea” de Hannah Arendt, que podemos entender, simbolicamente, porquê o “cálice da Babilônia” na Bíblia e a confusão daquelas nações com as quais a prostituta da Babilônia se une.
Pentecostes é a asserção da multiplicidade adequada, que é tomada porquê um ato de violência por forças que buscam uma homogeneização inadequada.
Vale lembrar que as escrituras apresentam o Pentecostes porquê um julgamento, muito porquê uma exaltação. Na verdade, um ato de espiritualidade guerra.
Pedro alerta sobre isso em Atos 2, posteriormente a descida das línguas de incêndio, quando cita o Livro de Joel:
E acontecerá nos últimos dias, diz Deus, que derramarei do meu Espírito sobre toda a músculos; e vossos filhos e vossas filhas profetizarão (…) E mostrarei prodígios em cima no firmamento e sinais em ordinário na terreno; sangue, e incêndio, e vapor de fumaça: o sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e notável dia do Senhor.
Em Atos 2, Pedro identifica o efusão do espírito no Pentecostes e o falar em línguas porquê o cumprimento da profecia de Joel. Mas por que a imagem dos discípulos falando muitas línguas deveria ser associada aos elementos agourentos do Livro de Joel?
Porque é o relato terreno daquela cena que o Apocalipse (8) descreve do seu ponto de vista celestial, onde um projétil angélico é lançado em julgamento.
Na verdade, a linguagem e a asserção pátrio são repetidamente invocadas porquê meios para julgar cidades pecaminosas nas Escrituras –ataques linguísticos mobilizados contra a uniformidade opressiva.
Foi assim durante a confusão de línguas em Babel, e novamente quando uma escrita indecifrável apareceu misteriosamente na parede do salão de banquetes do rei Belsazar na Babilônia (Daniel 5), no contexto da matinada dos israelitas cativos.
Logo, no Apocalipse de João, chegamos a uma terceira Babilônia. Não a torre de Babel ou o histórico estado babilônico, mas as autoridades corruptas do século I: “a grande cidade – que figurativamente é chamada de Sodoma e Egito – onde também o seu Senhor foi crucificado” (Apocalipse 11:8). Esta é a perene “cidade do varão”, a cidade que “crucifica o Senhor”, que rejeita a santidade.
Tal porquê a queda da terceira Babilónia já anunciada por Jeremias e Isaías é desencadeada por uma novidade efusão de línguas – desta vez não porquê confusão, mas porquê simetria.
A citação de Pedro do Livro de Joel também deve ser lida em termos do Exposição de Cristo no Monte das Oliveiras (Mateus 24 e 25, Marcos 13 e Lucas 21), isto é, porquê uma antecipação da devastação de Jerusalém, que ocorreu em 70 dC. Guerra (5.5.2.289-300), Histórias de Tácito (5) e outros historiadores registraram sinais no firmamento e presságios que levaram a oriente evento que são consistentes com a linguagem usada no Evangelho e no Apocalipse. Na verdade, Flávio Josefo refere-se precisamente à sarau de Pentecostes sendo interrompida por um varão que profetiza a devastação vindoura.
É importante ressaltar que o julgamento cá também é contra o Poderio Romano, e não exclusivamente contra as autoridades religiosas de Jerusalém. O Poderio (a besta) também está previsto para tombar. E, novamente, ou por outra, contra a tirania e “a cidade do varão”, onde quer que elas se manifestem.
Chegará a hora em que nem neste monte, nem ainda em Jerusalém, adorareis o Pai… Aqueles que o adoram devem adorá-Lo em espírito e em verdade.
—João 4:21-24
Tal é a epifania místico que desestabiliza uma forma corrupta no Pentecostes.
As autoridades que reivindicaram o monopólio do espírito enfrentam a perspectiva perturbadora (do seu ponto de vista chauvinista) de uma novidade dispensação celestial que inclui uma infinidade de línguas. Na verdade, que o Novo Testamento, tal porquê o temos, chegue até nós no que parece ser um fruto do Pentecostes – uma linguagem de pagãos, helênico—é um sinal impressionante, muitas vezes esquecido, deste mistério cristão mediano.
Longe de ser um argumento contra a originalidade da mensagem cristã, uma indicação de que ela foi corrompida e de ser fundamentalmente pseudográfica (porquê afirmam alguns apologistas muçulmanos), o helênico do Novo Testamento é um exemplo de uma mensagem historicamente efêmero aparentemente fortuito. médio revelando-se revelador do mais profundo mensagem isso transmite.
Em Atos 2, o espírito faz com que os discípulos falem em línguas, e a própria Escritura está em línguas – em uma daquelas línguas que são abençoadas no dia de Pentecostes.
O Pentecostes, portanto, é uma enunciação triunfal de guerra místico contra aquele catálogo específico de paródias satânicas que o último livro da Bíblia descreve. Em pessoal, podemos notar dois tipos de uniformidade opressiva, a da besta (o Poderio Romano na sua figura decadente) e a da prostituta (Jerusalém na sua apostasia).
Para a Babilônia chegam as chamas pentecostais, acendendo as brasas de um incensário lançado da rito do firmamento, um míssil lançado contra a falsa unidade da besta e da prostituta do Apocalipse, servos do dragão, a antiga serpente.
O Pentecostes resiste tanto à uniformidade da tirania política quanto da cosmopolis hedonista, tanto a besta quanto a Babilônia, a tirania e o mistério, o thymos pervertido (θυμός) e o eros (ἔρως) – a monocultura do predomínio, imposta pelo domínio militar e cultural, e o “ multiplicidade” da sociedade cosmopolita daí emergente.
Também lemos sobre um falso vate que tenta o seu próprio Pentecostes Satânico, conjurando “grandes prodígios, de modo que faz descer incêndio do firmamento à terreno, à vista dos homens” (Apocalipse 13:13). Esta ilusão “à vista dos homens” destina-se a estimular a homenagem idólatra da besta, a falsa unidade da tirania e da sua aliada, a falsa religião.
A história da Europa cristã, portanto, pode ser lida porquê portadora da marca pentecostal, ainda que imperfeita.
É difícil (para mim) ler, por exemplo, a supimpa história do Sacro Poderio Romano de Peter H. Wilson e não ouvir um repercussão daquele coro harmonizador que começou no ditoso cenáculo, o esquina instintivo de louvor da primeira geração submeter-se ao rei ungido do próprio Deus, porquê órgãos de um corpo, alegres em si mesmos e em seu contraste, unidos em sua fé.
Wilson descreve a demarcação territorial das nações dentro do Sacro Poderio Romano porquê “nem uma fragmentação progressiva em territórios cada vez menores, nem uma evolução metódico das subdivisões existentes em direção a um Estado soberano”. Nem o caos do cálice da Babilônia nem o opressão da besta, mas uma ordem política consistente com a mutualidade cristã:
[The territorial-demarcation of nations] simultaneamente incorporou os territórios mais profundamente dentro do [Holy Roman] Poderio, porque cada um devia seus direitos e status através do reconhecimento dos demais territórios. Em suma, o regime era mutuamente acordado, em vez de autodeterminado, e, portanto, ligado à prosseguimento da adesão ao Poderio, em vez de oferecer a base para a independência soberana.
O desenvolvimento histórico das nações a partir de um Poderio Romano em ruínas, a expansão medieval da localidade, é interpretável porquê uma prosseguimento do Pentecostes, assim porquê uma certa asserção da país contra as forças do mercado global e uma monocultura que rompe com todas as fronteiras.
Devemos rezar pelo Pentecostes, sugiro, e permanecer vigilantes contra os monstros que são seus oponentes juramentados, de consonância com as escrituras.