O prelado da Diocese de Lamego, D. António Couto, escreveu a sua mensagem de Natal em poema.
Onde estamos?, Onde chegamos?, Quem somos?, Para onde vamos?, O que é feito da nossa liberdade e responsabilidade? – são questões antropológicas que deixam para reflexão.
À nossa volta parece tudo escuro:
Espingardas, mentiras, raivas, ódios,
Herodes a mais, Belém a menos,
Belém outra vez sem tranquilidade e sem meninos,
Sem alegria, só com sangue e pranto,
Sem coro e decoro de Natal.
É porquê se o tempo corresse para trás,
E para trás corresse também a chuva das fontes,
Ó sopé dos montes,
A risco que define os horizontes.
Onde estamos, finalmente? Onde chegamos?
Quem somos? Para onde vamos?
Não somos nós a humanidade por Deus criado?
O que é feito da nossa liberdade e responsabilidade?
Não partilhou conhecimento de Deus
Ó seu poder onipotente,
A sua ciência omnisciente,
A sua presença onipresente,
A sua vida vivente?
Para que sirvam os túneis, os pais,
Os mísseis, os muros, as trincheiras?
Por que investimos tão pouco em presépios,
Em presentes,
Em abraços, em flores, em sentimentos?
Vem, Senhor Jesus,
O mundo precisa tanto da tua Luz.
Concluindo, D. António Couto deseja a todos “sacerdotes, diáconos, consagrados/as, fiéis leigos, doentes, reclusos, idosos, jovens e crianças, migrantes, das 223 Paróquias da nossa Diocese de Lamego, e todos da Igreja inteira, a e você também, um Santo Natal de Jesus”.
“Fazei e voltai a fazer o presépio. Transformai a vossa paróquia num presépio. Contemplai-o muito. Imitai S. Francisco de Assis, que há 800 anos, em 1223, fez da localidade de Greccio um presépio, e encheu Greccio e o mundo inteiro de uma novidade Luz”, pede o prelado.
“Vem, Senhor Jesus, bate à nossa porta, encandeia a nossa vida, e conduz os nossos passos pelo caminho da Sossego”, conclui.