Pelo quinto ano continuado, a Arábia Saudita recebe a frota do Rali Dakar que, entre hoje e dia 19 de Janeiro, secção à conquista de um deserto ignoto. A 46.ª edição fica, desde logo, marcada pelo adeus, aos 82 anos, do gálico René Metge, tricampeão do Paris-Dakar na dezena de 1980 que casou, durante dois anos, a organização do evento posteriormente a morte do fundador, Thierry Sabina.
Mas o Dakar 2024, que contará com uma comitiva de 23 portugueses, suplente ainda aos amantes da modalidade outras emoções, assumindo-se porquê a mais dura edição das já realizadas na Arábia Saudita, pelo menos segundo a perspectiva de David Castera, realizador desportivo do rali organizado pela Amaury Sport Organization (ASO).
Com partida em Al-Ula, um dos três locais classificados porquê património da UNESCO, juntamente com Hegra e com Yanbu, onde serão consagrados os vencedores deste ano, o rali percorrerá 7891 quilómetros (4727 cronometrados), distribuídos por 12 especiais e pelo prólogo.
?? Vistas deslumbrantes ao volta de AlUla ??#Dakar2024 pic.twitter.com/7otcHjobIq
– Rally DAKAR (@dakar) 5 de janeiro de 2024
E a principal novidade — para além do “traçado” novo — será uma maratona de 584 quilómetros, uma superespecial de 48 horas disputada exclusivamente nas dunas e sem assistência ou contacto dos pilotos com o exterior. Um desfio pronto pela organização, que será responsável pela montagem de oito bivaques, onde os participantes pernoitarão, muito porquê pela distribuição de rações militares e chuva.
As etapas terão início às 7h e serão suspensas às 16h, com a organização a controlar a localização dos pilotos em tempo real, numa logística que inclui 12 helicópteros com assistência médica.
Al-Attiyah e Loeb unidos
Outra grande novidade deste Rali Dakar envolve-se com a mudança do pentacampeão, Nasser Al-Attiyah, da Toyota para a Prodive (Hunter BRX), onde fará equipa com o gálico Sébastien Loeb, eneacampeão de WRC. Naquele que poderia ser o ano do adeus da Audi e do projeto híbrido trienal da marca de Ingolstadt, Nasser Al-Attiyah persegue o terceiro título continuado, o que faria do piloto do Qatar o primeiro desde Pierre Lartigue, em 1996, a conseguiu-lo . Al-Attiyah terá, agora, um dos seus principais rivais um colega de equipa que acredita poder ajudá-lo conforme a situação do rali — da mesma forma que está disposto a sacrificar-se e a estribar o gálico caso esse o cenário mais resiliente.
Obviamente, Loeb e Al-Attiyah contam com a concorrência de “Monsieur Dakar”, Stéphane Peterhansel, vencedor do Dakar por 14 vezes, seis em motos e oito em carros. Da mesma forma, sabem que o espanhol Carlos Sainz, parceiro de Peterhansel na Audi (para além do sueco Mathias Ekstrom), é um dos favoritos entre os 72 carros inscritos, de um totalidade de 778 participantes (que incluem 135 estreantes) distribuídos por 434 veículos, na maioria motas (137), para além de 10 quadriciclos e 46 caminhões. Somam-se ainda 42 challengers (T3) e 36 SSV (T4), mais 66 carros clássicos e 14 Dakar classic.
Nas motas, onde se centram, juntamente com os SSV, as ambições dos portugueses, destaque para a KTM, vencedora do prateado Kevin Benavides, vencedor em 2023, e do australiano Toby Price. Luciano Benavides (Husqvarna), Sam Sunderland e Daniel Sanders (GasGas) entraram na discussão, muito porquê o chileno Pablo Quintanilla e o norte-americano Ricky Brabec (Honda). Entre os sete portugueses das motas, destaque para Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) e Rui Gonçalves (Sherco), que apontam para o top 15, tal porquê António Maio (Yamaha). Mário Patrão (KTM), velho vencedor pátrio de enduro e todo-o-terreno, volta a participar na classe Maratona. Alexandre Azinhais (KTM) participa pela terceira vez e Bruno Santos (Husqvarna) estreia-se com a meta de chegar entre os 25 primeiros. Nos SSV, João Ferreira (Can Am) aspira ao triunfo, depois de na primeira participação ter vencido a oitava lanço, apesar dos problemas mecânicos. Nos protótipos, destaque para a presença do austríaco Lukas Lauda, fruto de Nikki Lauda.
Categorias trocam de nome
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) oficializou a modificação da designação das categorias nas provas internacionais, modificando as siglas de forma para simplificar a identificação das diferentes classes. Assim, na categoria dos carros, o T1 (T1+, T1 e T1U) passa a ser denominado de Ultimate. Um T2 (modelos de carros compostos de produção) será um Stock. O T3 dos UTV, que integra protótipos e modelos, sabido porquê LWP (LightWeight Protótipo), será identificado porquê Challenger. Um T4 manter-se-á porquê SSV (veículo lado a lado). A T5, para os camiões, continuará porquê Truck.