Durante os primeiros 45 minutos, um golo do FC Porto parecia sempre uma inevitabilidade, mas, depois de perder uma mão enxurro de oportunidades na metade inicial, os “dragões” deixaram que o Rio Ave interrompeu a boa temporada que a equipa portista atravessava. Num jogo onde a equipa portista dominou por completo, os vilacondenses chegaram a parecer perdidos no Dragão, mas conseguiram secar o caudal ofensivo dos “azuis e brancos”, que, com o empate a zero, podem terminar a jornada 20 a sete pontos do Sporting e seis do Benfica.
O duelo entre o terceiro classificado e o antepenúltimo era, à partida, uma boa oportunidade para o FC Porto manter a retomada – de resultados e de exibições – conseguida no último mês e, sem surpresa, Sérgio Conceição não mexeu um milimétrico no projecto de jogo que apresentou nos últimos jogos. Com um 4x3x3 que se tem mostrado uma fórmula de sucesso, o técnico portista deixou o reforço Otávio Ataíde no banco e derrotou os vilacondenses com a mesma equipa que tinha vencido na jornada anterior em Faro.
Do outro lado, apresentou-se no Dragão uma equipe em reformulação. Incapaz de contratar a janela de transferência do Verão, o Rio Ave fez uma curta movimento ao Porto com um currículo pouco animador – duas vitórias nas últimas 19 jornadas -, mas com um plantel muito mais capacitado: o clube de Vila da Conde, agora propriedade do heleno Evangelos Marinakis, contratou uma dezena de reforços em Janeiro. No entanto, apostado em três centros, Luís Freire apostou de início em unicamente duas das caras novas, ambos reforços para o meio-campo: Tanlongo, emprestado pelo Sporting, e João Teixeira, que está de volta ao futebol português.
No entanto, os primeiros minutos rioavistas no Dragão foram de desnorte quase totalidade. Apostando num ritmo saliente logo desde o início, o FC Porto não permitiu que o rival conseguisse fazer mais do que meia dezena de passes consecutivos e, logo no quarto minuto, o julgado António Superior escolhido para a marca de grande deliberação, mas posteriormente ver as imagens, cartão amarelo mostrado a Evanilson por simulação.
Meia dúzia de minutos depois, o videoárbitro voltou a ser a bóia de salvação do Rio Ave: Jhonatan defendeu um remate de Nico González, mas, na recarga, Galeno colocou a esfera no fundo da fronteira. No entanto, foi assinalada uma posição irregular ao extremo de quatro centímetros.
Com a sua equipa perdida em campo, Luís Freire pedia tranquilidade aos seus jogadores e, logo de seguida, um remate cruzado de Emmanuel Boateng assustou Diogo Costa, mas a oportunidade do ganês foi a exclusão que confirmou o domínio dos portistas que, até ao pausa , tivemos mais uma mão enxurro de boas oportunidades para marcar.
Para Luís Freire, a chegada do pausa com o marcador a zero foi a melhor notícia dos primeiros 45 minutos e, diante da inoperância de sua equipe (29% de posse de esfera), o técnico trocou Fábio Ronaldo e Joca por mais dois reforços de esfera Inverno: Marious Vrousai e Aziz Yakubu. Apesar da ingressão de caras novas, o Rio Ave voltou com a mesma atitude – tentar sempre transpor a jogar desde a sua grande espaço -, o que resultou em perdas de bolas constantes no seu meio-campo que o FC Porto aproveitava para produzir rapidamente risco junto da fronteira de Jhonatan. Porém, para desespero de Conceição, o filme repetia-se: as oportunidades “azuis e brancas” terminavam em infelicidade na finalização ou em defesas seguras do guarda-redes rioavista.
Com o rival entrincheirado no seu meio-campo e a sua equipa a ter muito volume de jogo ofensivo, o treinador do FC Porto atrasou as substituições até aos 74 minutos, quando lançou dois espanhóis – Ivan Jaime e Toni Martinez -, alterando o sistema táctico para hum 4x4x2.
O problema, para Conceição, é que já estava a jogar contra o relógio. Com pouco mais de um quarto de hora para jogar, o FC Porto já não tinha o discrição (nem o fôlego) da primeira secção e, pelo contrário, o Rio Ave já conseguiu secar a caudal ofensiva do ataque portista que, depois do “zero ”em Alvalade na jornada 14, voltou a permanecer em branco.