Maio 14, 2025
Segunda noite de protestos na Argentina contra medidas econômicas de Milei

Segunda noite de protestos na Argentina contra medidas econômicas de Milei

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Milhares de pessoas manifestaram-se na quinta-feira à noite em vários pontos da Argentina, pela segunda noite consecutiva, em protesto contra as medidas económicas anunciadas pelo novo Presidente do país.

Os manifestantes estiveram no Congresso a desancar panelas e na Rossio de Maio, sítio onde a Associação de Licenciados em Enfermagem realizou uma “marcha de tochas” para exigir o reconhecimento profissional e reclamar contra um decreto anunciado por Javier Milei na quarta-feira.

O decreto de urgência e urgência (DNU), com mais de 300 reformas, com as quais pretendem, de uma só vez, lançar as bases para a manutenção da economia argentina através da desregulamentação económica e da reversão do défice fiscal

Também ocorreram manifestações na cidade de Viedma e em diferentes localidades da província de Jujuy, contra o DNU, que defendem tratar-se de “um golpe de Estado contra os interesses nacionais”, segundo a dependência de notícias argentina Télam.

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Os protestos foram replicados nas cidades de Morón, San Miguel, de Mar de Ajo, Rosário, Mar del Plata, Bariloche, Ushuaia, Córdoba, Junín, Resistencia, entre outras.

Horas antes, Milei afirmou que o decreto de medidas de desregulamentação econômica é “em prol do povo” e criticou os que saíram às ruas para reclamar, alegando que sofrem da “síndrome de Estocolmo” em relação ao governo anterior, liderado pelo peronista Alberto Fernández .

Da ex-presidente Cristina Fernández (2007-2015) as figuras do radicalismo, o projecto de Milei, anunciado na quarta-feira, está a gerar poderoso retenção, que vai além do insatisfação expresso nas ruas.

Esta estado coloca em cheque o libido de Milei em implementar um projecto de estabilização da economia da Argentina através da aprovação do DNU.

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“Não devemos colocar argentinos contra argentinos”, reagiu Cristina Fernández, que criticou Milei por colocar a ênfase na repressão de tumultos em vez de prometer os direitos dos argentinos.

“Quando a democracia comemora 40 anos de perpetuidade, o nosso país testemunha um evento de extrema seriedade institucional nunca antes visto. O poder executivo, num ato de simples afronta de poder, avançou sobre as competências exclusivas do poder legislativo”, escreveu na rede social X o ex-presidente Alberto Fernández (2019-2023).

Milei deverá ter sérias dificuldades para conseguir que o projecto passe pelo crivo do parlamento. O DNU, de 82 páginas e com 366 artigos, só pode ser ratificado ou rejeitado na totalidade.

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“O Presidente deve substituir nascente DNU nulo por uma ‘lei espelho’ que possa ser votada em capítulos e convocar [sessões] extraordinárias para tratar com urgência. Dessa forma, as reformas positivas, que tiverem consenso, poderão ser aprovadas e as que não forem, poderão ser evitadas”, propôs o presidente da União Cívica Radical, um partido com ampla representação de legisladores e governadores.

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Martin Lousteau sublinhou que “o saudação pela institucionalidade evita abusos que prejudicam a sociedade”.

Na Propuesta Republicana (PRO), partido de centro-direita fundado pelo ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) e com líderes a ocuparem cargas de destaque na gestão de Milei, a discussão sobre o projecto ainda não está definida.

“Neste momento frágil e cominador, temos de ter a consciência da urgência de tomar medidas refrescantes. Se não o prejudicarmos, expomos-nos ao risco de uma hiperinflação que pode ser devastadora para a vida de milhões de argentinos”, alertou Macri.

No mundo sindical, porém, as vozes de excluídos fazem-se ouvir cada vez mais. As confederações sindicais decidiram que as medidas de proteção aos direitos trabalhistas e sociais.

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A Confederação Universal dos Trabalhadores (CGT), principal meão sindical do país, que se abstinha de participar nas manifestações de protesto até saber o alcance do decreto, convocou uma marcha para 27 de dezembro, para exigir a revogação do projecto.

A CGT vai interpor uma ação em tribunal para anular o DNU, rejeitando as medidas propostas, que têm um impacto direto na legislação laboral.

Por outro lado, as associações empresariais manifestaram poderoso espeque ao ajuste fiscal e à desregulamentação propostas pelo governo. A Associação Empresarial Argentina (AEA), a União Industrial Argentina e a Câmara de Negócio Argentina aprovaram o decreto que visa transformar as empresas estatais em sociedades anônimas com vista à “ulterior privatização”, a termo de desregulamentar a economia argentina.

“O início do novo Governo gera a esperança de que o nosso país possa inverter um longo período caracterizado pela estagnação económica, taxas de inflação muito elevadas e um aumento muito significativo da pobreza”, afirmou a AEA.

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