Muro de uma centena de trabalhadores de La Perla concentraram-se esta manhã primeiro da fábrica da roupa interno italiana, em Vila Novidade de Gaia, reivindicando os atrasos em tardança desde setembro.
“La Perla escuta, trabalhadores estão em luta”, “Trabalho e Pão, Desemprego Não” ou “Solidariedade com os trabalhadores da La Perla em Itália” eram as frases escritas nos cartazes das trabalhadoras portuguesas que reivindicavam por serviço e trabalham em tardança, hoje de manhã, junto à fábrica, em Valadares, Gaia, no província do Porto.
As mulheres contestavam, debaixo do indiferente, com recurso a apitos, ao som da música “Grândola, Vila Morena” e com palavras de ordem porquê “Queremos os nossos direitos”.
“Neste momento o que está a suceder é que tapume de 200 trabalhadores de La Perla foram atirados, de certa forma, para o desemprego e com mão-de-obra em tardança. Desde setembro que não receberam os seus contratos”, explicou à Lusa Maria Luísa Marques, coordenadora do Sindicato Vernáculo dos Profissionais da Indústria e do Negócio e do Vestuário e de Artigos Têxteis (SNPICVAT).
Segundo a sindicalista, a La Perla, uma empresa internacional que tem várias empresas no mundo, está encerrada em Portugal e em Itália, mas a marca teria “condições para continuar a laborar”.
Questionada sobre qual a justificação da gestão da La Perla em Portugal para fechar as portas da fábrica em Valadares, Maria Luísa Marques explicou que a gestão “não deu qualquer justificação”.
“O que dizem é que a empresa mãe não tem inveja do verba fruto que produzia cá em Portugal e porquê tal não tinha verba”, disse, acrescentando que o gestor em Portugal da La Perla, António Pimentel, apresentou a sua missão.
Em declarações à Lusa, Helena Costa, 56 anos, antiga trabalhadora, afirmou que neste momento não tem rendimentos desde setembro, dependendo do ordenado do marido.
“Está muito difícil. Tenho uma filha de 24 anos no último ano da faculdade a estudar e está muito difícil pagar-lhe os estudos”, disse a trabalhadora, que era cortadeira de roupa interno, referindo que o dia a dia agora é a racontar “tostão a tostão” .
“Estou à espera do subvenção de desemprego… Com a minha idade é muito difícil emendar serviço e ainda sou novidade para a reforma”, acrescentou Helena Costa.
Vera Matos, que trabalhou na La Perla porquê cortadeira, também está desempregada e sem trabalho desde setembro.
“Estou à espera do papel para medir o fundo do desemprego. Fizemos o pedido à Poder para as Condições de Trabalho (ACT) e estamos a esperar”, explicou Vera Matos, lamentando que as funcionárias em Itália também estejam a passar pelo mesmo.