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Três ex-policiais foram considerados culpados de adulteração de testemunhas na morte de um homem de 29 anos que foi espancado durante uma parada de trânsito no ano passado em Memphis, Tennessee.
Tadarrius Bean, Demetrius Haley e Justin Smith estavam entre os cinco policiais que socaram, chutaram e bateram em Tire Nichols em 7 de janeiro de 2023. Os outros dois já se declararam culpados.
Bean, Haley e Smith foram todos considerados culpados de uma acusação de obstrução da justiça por adulteração de testemunhas, mas todos os três foram inocentados das acusações mais graves de violações dos direitos civis que poderiam ter resultado em prisão perpétua.
Todos os policiais demitidos e acusados no caso são negros, assim como Nichols.
O júri do tribunal federal deu seu veredicto na quinta-feira, após cerca de seis horas de deliberações após um julgamento que durou quase um mês.
O trio pode pegar até 20 anos de prisão quando for sentenciado em 22 de janeiro.
Além da adulteração de testemunhas, Haley foi considerada culpada de uma acusação de conspiração para cometer adulteração de testemunhas.
Os advogados da família Nichols elogiaram o resultado, afirmando num comunicado: “Os veredictos de culpa alcançados hoje enviam uma mensagem poderosa de que os agentes da lei que cometem crimes serão responsabilizados perante a lei”.
“Tyre deveria estar vivo hoje”, continuaram os advogados Ben Crump e Antonio Romanucci, “e embora nada possa trazê-lo de volta, os veredictos de culpa de hoje trazem uma medida de responsabilidade por sua morte trágica e sem sentido”.
Falando do lado de fora do tribunal após o veredicto, RowVaughn Wells, a mãe do Sr. Nichols, e seu padrasto, Rodney Wells, disseram estar gratos pela decisão do júri.
“Esta tem sido uma longa jornada para nossa família”, disse Wells à mídia norte-americana. “Ainda estou em choque agora. Estamos felizes por todos terem sido condenados e presos.”
Os cinco policiais eram membros da Força-Tarefa Scorpion do departamento de polícia de Memphis, uma unidade de rua já dissolvida que tinha a tarefa de reduzir os níveis de criminalidade na cidade.
O vídeo do incidente mostra o Sr. Nichols sendo parado pela polícia por suposta direção imprudente.
Uma briga se desenvolve e os policiais usam spray de pimenta e um Taser no Sr. Nichols enquanto ele se liberta.
Os cinco policiais o alcançaram a cerca de um quarteirão de distância e começaram a agredi-lo enquanto ele gritava por sua mãe.
Ele morreu três dias depois, com um exame post-mortem determinando que foi homicídio por traumatismo contundente.
Um comunicado divulgado pelo Departamento de Justiça dos EUA após o veredicto disse que a decisão dos policiais de não contar aos médicos sobre os vários golpes que o Sr. Nichols recebeu na cabeça contribuiu diretamente para sua morte.
“Um atendente de emergência médica testemunhou que se tivessem sido informados de que os ferimentos de Nichols foram causados por golpes na cabeça, eles teriam alterado significativamente o curso de atendimento”, disse o comunicado.
Os outros dois oficiais, Emmit Martin III e Desmond Mills Jr, se confessaram culpados de direitos civis federais e acusações de conspiração em relação à morte do Sr. Nichols.
Os cinco policiais também enfrentam acusações de homicídio em segundo grau no tribunal estadual do Tennessee. A data do julgamento desse caso ainda não foi definida.
A família de Nichols processou a cidade de Memphis em US$ 550 milhões (£ 420 milhões) pela morte de seu filho.
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