Trump perdoa Ross Ulbricht, criador do Silk Road #ÚltimasNotícias

O presidente dos EUA, Donald Trump, diz que assinou um perdão total e incondicional para Ross Ulbricht, que operava o Silk Road, o mercado dark web onde eram vendidas drogas ilegais.

Ulbricht foi condenado em 2015 em Nova York por uma conspiração de narcóticos e lavagem de dinheiro e sentenciado à prisão perpétua.

Trump defendeu a causa de Ulbricht, juntando-se aos libertários que disseram que a condenação era um exemplo de exagero do governo. Na terça-feira, ele disse que ligou para a mãe de Ulbricht para informá-la de que havia concedido perdão ao filho dela.

O Silk Road, que foi fechado em 2013 depois que a polícia prendeu Ulbricht, vendia drogas ilegais usando Bitcoin, bem como equipamentos de hacking e passaportes roubados.

Ulbricht foi considerado culpado de acusações que incluem conspiração para cometer tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e invasão de computadores.

Durante o julgamento, os promotores disseram que o site de Ulbricht, hospedado na “dark web” oculta, vendeu anonimamente mais de US$ 200 milhões (£ 131 milhões) em drogas.

Os promotores disseram que ele também solicitou seis assassinatos de aluguel, incluindo um contra um ex-funcionário do Silk Road, embora afirmassem que não existiam evidências de que quaisquer assassinatos tenham sido realmente cometidos.

“A escória que trabalhou para condená-lo eram alguns dos mesmos lunáticos que estiveram envolvidos na moderna utilização do governo como arma contra mim”, disse Trump numa publicação no seu site Truth Social na terça-feira. “Ele recebeu duas sentenças de prisão perpétua, mais 40 anos. Ridículo!”

Ulbricht dirigia o Silk Road sob o pseudônimo Dread Pirate Roberts, uma referência a um personagem do filme de 1987, The Princess Bride.

O próprio mercado recebeu o nome das rotas comerciais históricas que abrangem a Europa, a Ásia e partes da África.

O site alcançou notoriedade por meio de reportagens na mídia e conversas online. Mas os usuários só podiam acessar o site através do Tor – um sistema que permite que as pessoas usem a web sem revelar quem são ou em que país estão.

Documentos judiciais do FBI afirmavam que o site tinha pouco menos de um milhão de usuários registrados, mas os investigadores disseram não saber quantos estavam ativos.

Ulbricht foi preso em uma biblioteca pública de São Francisco em 2013, em uma elaborada operação policial, enquanto supostamente conversava online com alguém que ele pensava ser um colega, mas na verdade era um agente federal disfarçado.

Os investigadores passaram por um processo meticuloso para reunir a pegada digital do suspeito.

Sentenciando Ulbricht – que tem dois diplomas universitários – a juíza distrital Katherine Forrest disse que ele “não era uma pessoa melhor do que qualquer outro traficante de drogas”.

Ela disse que o site foi o “trabalho de sua vida cuidadosamente planejado”.

O juiz observou que a longa sentença também funcionou como uma mensagem aos imitadores de que haveria “consequências muito graves”.

“Eu queria capacitar as pessoas para que fizessem escolhas em suas vidas e tivessem privacidade e anonimato”, disse Ulbricht em sua sentença em maio de 2015.

Apesar da esperança do juiz de que a sentença funcionasse como um elemento dissuasor, mercados maiores, semelhantes ao Silk Road, surgiram após o seu encerramento.

Trump já havia sugerido que planejava comutar a sentença de Ulbricht durante um discurso no ano passado na Convenção Nacional Libertária – enquanto tentava obter votos antes das eleições presidenciais de 2024.

O partido Libertário tem defendido a libertação de Ulbricht e disse que o seu caso era um exemplo de exagero do governo.

O congressista republicano Thomas Massie, aliado de Trump, aplaudiu a decisão do presidente.

“Obrigado por manter sua palavra comigo e com outros que têm defendido a liberdade de Ross”, disse o legislador de Kentucky.