Março 23, 2025
Um em quatro internos está em burnout severo, centenas de médicos querem trespassar do país

Um em quatro internos está em burnout severo, centenas de médicos querem trespassar do país

Continue apos a publicidade

Mais de 450 médicos fazem Serviço Pátrio de Saúde (SNS) querem trespassar do país. A Ordem dos Médicos recebeu mais de 450 pedidos de certificados de qualificação profissional. Ou por outra, mais de 400 vagas para especialidades disponíveis por preenchimento.

Segundo o Quotidiano de Notícias, a Ordem dos Médicos recebeu 453 pedidos de certificados de qualificação profissional, que são exigidos aos profissionais para exercerem fora de Portugal. Nos últimos cinco anos, quase 2.000 médicos submeteram esse pedido à Ordem dos Médicos.

Dos pedidos entregues na Ordem dos Médicos nascente ano, 75% foram feitos na zona sul do país, seguidos da região meio. A maioria dos médicos realiza o pedido do documento tem entre 30 e 40 anostendo um número específico de jovens médicos a ponderar deixar Portugal.

No concurso para o internacional da especialidade, que começa em janeiro, 406 vagas preenchidas por preenchimento. Isto significa os estudantes de medicina não optaram pela formação específica e poderão estar a fazer formação no privado ou no estrangeiro.

Continue após a publicidade

A Ordem dos Médicos vai contactar os médicos que optaram por não escolher nenhuma especialidade. O objetivo é perceber as razões que levaram a não se inscreverem no internato e evitar que mais vagas sejam abertas por preencher no SNS nos próximos concursos.

Depois de perceber as causas que levaram os médicos a tomar esta decisão, a Ordem dos Médicos vai estabelecer um projecto para entregar ao Ministério da Saúdeavançou o bastonário Carlos Cortes, no dia em que foi divulgado um estudo sobre o burnout em jovens médicos.

O objetivo é emendar, com a ajuda da tutela, as deficiências nesta dimensão, “para que não volte a sobrevir aquilo que aconteceucada vez em maior dimensão no SNS, que é os médicos nem sequer escolhem as vagas que estão disponíveis” e que são de “especialidades muito procuradas”.

Carlos Cortes sublinhou que Ordem está preocupada com a situação da formação médicanomeadamente com as vagas que ficaram por ocupar no procedimento concursal.

Continue após a publicidade

No seu entender, esta situação mostra que há um problema: “Os médicos não se sentiram atraídos pelo SNSque não lhes dá condições adequadas não só para tratar os seus pacientes, mas também condições adequadas de formação“.

Um em cada quatro jovens médicos tem sintomas graves de burnout

Um quarto dos jovens médicos apresenta sintomas graves de burnout e 55,3% estão em risco de desenvolver a síndrome, revela um estudo da Ordem dos Médicos. O mesmo estudo, direcionado especificamente para internos, refere que 35,5% iniciaram suporte psicológico ou psiquiátrico durante o internato.

Quase 65% dos internos inquiridos encontra-se num nível de exaustão emocional grave45,8% num nível saliente de despersonalização/desumanização e 48,1% apresenta uma subtracção elevada da realização profissional, adianta o estudo, realizado pelo Parecer Pátrio do Médico Interno (CNMI) divulgado esta segunda-feira.

O objetivo do estudo, que ocorreu entre agosto e setembro de 2023 e perímetro com 1.737 respostas (taxa de resposta de 16,9%), visa determinar o burnout nos internos e sua associação com variáveis ​​socioprofissionais.

Continue após a publicidade

Comparando com o último estudo feito em 2016, os internos têm uma prevalência de burnout grave (24,7%) mais de três vezes superior aos restantes médicos (7%), e também têm níveis superiores equiparando com a média de estudos realizados noutros países (22,9%).

“Os médicos internos há mais tempo no internato, que Consideramos porquê mais desequilibrada a relação entre trabalho e vida pessoalcom menos autonomia no seu trabalho e que realizam mais horas extraordinárias apresentam níveis superiores de burnout”, salienta o estudo.

Continue após a publicidade

A percentual de internos totalmente ocupados no seu trabalho é de exclusivamente 5,3%, uma percentagem muro de quatro vezes subalterno à de outros países. Unicamente 16,5% consideram a relação entre a vida pessoal e profissional equilibrada.

maior percentual de médicos com sintomas de burnout na região Setentrião (28,6%), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (23,7%) e Núcleo (22,1%).

Continue após a publicidade

É na especialidade de Anestesiologia que se encontra os níveis mais elevados (32,4%), seguida de Cirurgia Universal (29,7%), Medicina Interna (28,9%), Medicina Intensiva (26,2%) e Ginecologia/Obstetrícia (22,2%).

Segundo o estudo, 84,8% dos inquiridos realizam horas extraordináriascom uma média de trabalho semanal de 52,8 horas, o equivalente muro de 2,5 meses de trabalho extra por ano.

Mais de metade (55,1%) faz turnos mensais com duração superior a 12 horas62,1% realizavam trabalho noturno e 55,9% tinham dois ou menos fins de semana livres por mês.

A fardo horária elevada associada ao trabalho e estudo autônomo e prossecução de objetivos curriculares foi o tema principal saliente na pergunta do questionário sobre condições laborais.

Continue após a publicidade

Em declarações à sucursal Lusa, o presidente da CNMI, José Durão, considerando os resultados deste primeiro estudo pátrio “bastante preocupantes.

Tínhamos a sensibilidade de que havia muitos internos com a sua saúde mental ameaçadacom muitos deles já ter de recorrer ao psicólogo ou psiquiatra, ou mesmo a medicação, que acusavam muitas horas de trabalho, poucas horas de sono”, afirmou.

Porém, “não esperávamos deslindar que praticamente 25% (…) sofrendo em burnout severo“.

Questionado se esta situação deve ao trabalho nos serviços de urgência, José Durão referiu que será “uma das explicações“, mas Considerando que o problema “é multifatorial.

Continue após a publicidade

“Estamos a falar de várias situações, em várias especialidades, em várias regiões e, portanto, é difícil mostrar uma só razão“, mas, comentamos, “não é por casualidade que os níveis mais elevados de burnout são detetados em especialidades hospitalaresnomeadamente médicas e cirúrgicas, com fardo de horário de urgência também mais acentuada”.

José Durão comentou algumas fazem “dois, três turnos de 24 horas de urgência numa só semanao que não só não é permitidonem está previsto nos seus programas de formação, porquê, obviamente, qualquer pessoa com bom siso percebe que não pode ser bom para a saúde mental das pessoas“.

“Estamos a falar da geração que vai substituir nos próximos anos os médicos mais velhos que irão trespassar. Em que condições é que essas pessoas vão inaugurar ao início da sua curso e com que vontade é que tenham de continuar a trabalhar maioritariamente no Serviço Pátrio de saúde, onde as condições também são piores e que mais facilitam nascente tipo de situação. Portanto, isto é muito, muito grave“, lamentou.

O CNMI defendeu a geração de tempo protegido no horário de trabalho para estudo autônomoa urgência de revisão e uniformização das grades de avaliação do internato médico, promovendo a valorização de competências clínicas, ea destreza de suporte psicológico e/ou psiquiátrico aos internos em todas as instituições de formação.

Continue após a publicidade

“Neste momento, é obrigado a fazê-lo [estudo autónimo] nos tempos livres, nos fins de semana, nas férias, nas folgas, etc., o que agrava enormemente nascente estado de burnout em que uma pessoa já não faz as 40 horas laborais, faz 50 ou 60 ou 70 e em cima disso vai fazer horas extras para a sua formação”, lamentou.

Ordem dos Médicos preocupada com os dados

Para compreender o problema, a Ordem está a desenvolver “uma série de iniciativas“, entre os quais o estudo “Avaliação do burnout no internato médico português” que mostra que os internos têm uma prevalência de burnout grave (24,7%) mais de três vezes superior aos restantes médicos (7%).

“Muitas vezes os médicos internos são usados ​​para tapar buracos em escalas“, lamentou o bastonário, apelando ao Ministério da Saúde e à Direção Executiva do SNS para darem”melhores condições de formação para os médicos“, garantindo, por exemplo, um tempo protegido tanto para os orientadores de formação porquê para os médicos internos.

Defendeu também a possibilidade de desenvolvimento de programas de investigação, “que são muito importantes e ajudam ao desenvolvimento do SNS“, é dar condições para que os internos possam participar em cursosapresentar trabalhos em congresso, o que tem sido “cada vez mais dificultado, até pelos vencimentos que os jovens médicos recebem“, uma vez que “um congresso normalmente é muito custoso“.

Continue após a publicidade

“Devia ter uma maior atenção do SNS, do Ministério da Saúde, para esta questão da formação médica e nomeadamente para dar condições para os médicos internos se sentirem mais realizados mais integrados e sentirem que efetivamente têm suporte numa dimensão que é muito sensível não só para eles mas também para o país e para a qualidade dos cuidados de saúde” destacou Carlos Cortes.

O presidente da CNMI, José Durão, disse que “assusta a aparente falta de vontade institucional, política para tentar agir e para inverter esta situação“.

“Falta cá muito suporte. Não só suporte às pessoas que já estão nesta situação de burnout ou perto dela, porque também temos 55% em risco de entrar em burnout severomas também agir para que as pessoas não cheguem a esse ponto”, salientou.

Fonte

Continue após a publicidade
Continue após a publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *