“Boa para velar livros. Ou 75.800 euros”: é mal a IKEA, empresa multinacional sueca, promove uma estante na sua mais recente campanha publicitária. A sugestão – “ou 75.800 euros” – avalancha ao montante em numerário encontrado em São Bento, no escritório de Vítor Escária, que, às datas das buscas da Operação Influencer, era encarregado de gabinete de António Costa. Foi nesse dia que o primeiro-ministro anunciou o pedido de exoneração, iniciando o processo que transferiu à convocação de legislativas para 10 de março.
Um outro papeleta publicita um edredão, “para se aquecerem sozinhos ou coligados”. Nas ruas, está ainda um mupi que faz referência ao sistema político que vigorou entre 2015 e 2019, e que unia as esquerdas em Portugal: uma manta é promovida com o mote “a nossa geringonça para o insensível”.
Em expedido enviado ao Expresso, a marca sueca que há murado de 20 anos tem presença em Portugal sustenta que gosta de “desenvolver campanhas que reflitam a sua vida real”. Nesse sentido, escreve também o IKEA, a novidade ação publicitária aborda “rotinas, conversas, discussões, mais e menos acesas, e o próprio humor” com que se aborda “os temas mais sérios”. pelas cidades nas próximas semanas. No entanto, o IKEA nega “qualquer intenção ou propósito de contribuir, seja de que forma para, para o debate partidário e para o recente contexto pré-eleitoral que se vive no país”.
“Olhamos para as nossas campanhas, e para nós próprios, com sentido de humor, e muitas vezes uma vez que forma de desapoquentar a tensão de um mundo com os nervos cada vez mais à flor da pele”, rematou a empresa.
Num post na sua página na rede social X, Luís Jorge, Copiadora na filial independente de publicidade e design Uzina, confessa curiosidade pela recepção à campanha que ajudou a riscar.