A Lisboa chegou por estes dias 23 camiões carregados de material. Tudo vem danificado em caixas, cada uma identificada com etiquetas. É lá dentro que vem aquilo que faz o espetáculo Ovo, que a companhia Cirque du Soleil traz de novo a Portugal.
Criado pela coreografia brasileira Deborah Colker, Ovo conta com 52 artistas no palco, mas nos bastidores há uma “máquina muito oleada”, uma vez que conta à Renascença Janie Mallet, a relações públicas da companhia.
Tudo é prestes ao pormenor. Nos corredores do Altice Estádio, onde o espetáculo é apresentado até dia 30 de dezembro, há até uma lavandaria. No dia de estreia, as máquinas, que também vieram com a companhia, estão a trabalhar a todo o vapor.
Todas as estatuetas coloridas, criadas no Canadá, sede pátrio do Cirque du Soleil, são lavadas e reparadas quando necessário num escritório de costura que também está montado nos bastidores.
À porta desta lavanderia e escritório de costura há um grande armário pleno de sapatos criados de propósito para leste espetáculo, que tem uma vez que personagens principais os insetos. Os figurinos, tal uma vez que os sapatos, revelam animais uma vez que joaninhas, besouros, aranhas e outros bichos que ganham vida no palco.
Ovo já passou por Lisboa. Regressa agora numa versão revista e ampliada, depois da pandemia. A Renascença, Joseana Martins Costa, uma das artistas brasileiras que participam no espetáculo, conta que agora têm “novos atos muito bonitos e interessantes de se ver”. Esta carioca de 32 anos conta-nos que há novos personagens e que “as danças estão mais rápidas”. Na sua opinião “tudo é melhor”.
Até 30 de dezembro, esta companhia, que conta com mais de uma centena de pessoas a trabalhar neste Ovo, mostra um espetáculo pleno de acrobacia, dança e música. Entre os artistas participantes em experimento encontrado outro brasílico.
Wellington Lima está há 25 anos no Cirque du Soleil. Representa um “grilo” e faz um número de trampolim. O ginasta, que já venceu o Campeonato Vernáculo de Trampolim Acrobático, explica que faz “um dos números mais arriscados que existem no circo”, porque salta “numa parede de quase sete metros de profundidade”.
Cada um destes artistas é responsável não só pela sua estatueta, mas também pela sua caraterização. Nos bastidores estão armários cheios de maquilhagem com a retrato de cada um dos personagens. A cada artista, explica-nos Janie Mallet, cabe a missão de se pintar. Em cada uma das fotografias estão os limites do que os núcleos usam e os pincéis que recorrem.
Nos bastidores há também um espaço de carpintaria e outro, uma espécie de “floresta” de metal, onde os acrobatas ensaiam. Montado todo sobre rodas, o palco que ocupa o meio da Altice Estádio esconde também por trás uma equipe de seis músicos que cantam e tocam as músicas exclusivas do espetáculo.
Ovo vai estar na Altice Estádio a partir desta quarta-feira e até dia 30 de dezembro. A companhia passa o Natal em Portugal.