Março 21, 2025
Zagallo, o «Velho Lobo» e o «Eterno Vencedor», morre aos 92 anos

Zagallo, o «Velho Lobo» e o «Eterno Vencedor», morre aos 92 anos

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Bicampeão mundial uma vez que jogador, em 1958 e 1962, depois vencedor uma vez que treinador, em 1970, e uma vez que coordenador técnico, em 1994, o brasiliano foi uma das maiores lendas da história do jogo

Mário Jorge Lobo Zagallo, uma das maiores figuras do futebol brasiliano e mundial, morreu na última madrugada, no Rio de Janeiro, aos 92 anos, de causas ainda não divulgadas.

«É com enorme tarar que informamos o falecimento do nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo. Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, camarada leal, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas. Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa», escreveram os familiares nos perfis das redes sociais do «Velho Lobo» ou «Eterno Vencedor», as alcunhas pelas quais eram conhecidas no Brasil.

«Eterno Campeão»: a vida de Zagallo em imagens

«A CBF e o futebol brasiliano lamentam a morte de uma das suas maiores lendas», escreveu o perfil solene do organização que gere o futebol brasiliano, antes de legislar «sete dias de luto em homenagem à memória do seu eterno vencedor». Nas horas seguintes, a Conmebol, equivalente sul-americana da UEFA, e todos os clubes das séries A e B do Brasileirão lamentaram o falecimento de um dos maiores campeões da história do jogo.

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Zagallo divide com o teutónico Franz Beckenbauer e o gaulês Didier Deschamps a proeza de ter sido vencedor do mundo uma vez que jogador e treinador mas é a única pessoa a estar presente em quatro títulos: em 1958 e 1962, uma vez que jogador, em 1970, uma vez que treinador e, em 1994, uma vez que coordenador técnico. Ele ainda esteve no comando da seleção brasileira em 1974, obtendo o quarto lugar, e em 1998, quando foi vice-campeão. Em 2006, num Mundial em que o Brasil não foi além dos ‘quartos’, trabalhou novamente uma vez que coordenador.

No totalidade, foram 36 jogos uma vez que jogador, 131 uma vez que selecionador e 96 uma vez que coordenador, uma relação com os canarinhos que, de convénio com a maioria dos observadores, só Pelé iguala.

Nascido em Atalaia, estado de Alagoas, em 9 de agosto de 1931, Zagallo chegou ao Rio de Janeiro ainda no pescoço da mãe. O pai, Aroldo Zagallo, foi transferido de Alagoas para a portanto capital brasileira para ser representante mercantil da fábrica de tecidos Alexandria, que herdou ao cunhado, Mário Lobo.

No futebol diletante, era difícil tirar a globo de Zagallo, ponta de lança do Ameriquinha, grupo do bairro da Tijuca, onde morava, o que chamou a atenção do América, clube do qual já era sócio e onde praticava voleibol, natação e tênis de mesa. Aroldo não queria que o rebento Mário Jorge se tornasse futebolista «a sério», preferia vê-lo uma vez que contabilista, mas Fernando Henrique, irmão mais velho do porvir craque, convenceu o pai.

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No América, trocou de posição, de ponta de lançamento para eficiente e incansável ponta-esquerda, e transferido, indiretamente, relação umbilical à seleção: juvenil do clube e soldado do tropa, estava à ourela do relvado do Maracanã, de onde testemunhou o pranto de 200 milénio pessoas pela roteiro para o Uruguai, no Mundial-1950, o célebre Maracanazo. Ainda uma vez que juvenil, transferiu-se para o Flamengo, clube pelo qual participou, com destaque, na conquista do tricampeonato carioca de 1953 a 55. Ao serviço do Fla foi convocado para disputar – e lucrar – o Mundial da Suécia, em 1958.

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De volta ao Brasil, trocou o rubro-negro, pelo qual marcou 29 gols em 205 partidas, pelo Botafogo. No alvinegro, um dos clubes da sua vida, ganharia mais dois estaduais e conquistaria mais um Mundial, o de 1962, ao lado de companheiros de equipe, uma vez que Garrincha, Didi, Amarildo ou Nilton Santos.

E foi no Fogão que Zagallo passou de jogador e treinador, primeiro dos juvenis e depois da equipe principal, liderando o clube outros “bis” carioca, em 1967 e 1968, e numa Taça Brasil, equivalente ao Brasileirão, em 1968.

Chamado de emergência para substituir João Saldanha, o selecionador com problemas com a ditadura militar, para treinar o Brasil nas vésperas do Mundial de 1970 no México, acabou por montar uma equipe de sonho, com o feito Pelé na companhia de Tostão, Gerson, Rivellino , Jairzinho, Carlos Alberto e outras feras.

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«A valia do Zagallo foi muito grande na história do futebol e nesse título em pessoal, foi um vencedor que fez por merecer o privilégio de se sagrar vencedor mundial também uma vez que selecionador», disse Clodoaldo, médio da seleção de 1970.

Quatro anos depois, o Brasil, ainda com Zagallo, cairia aos pés da seleção dos Países Baixos conhecida uma vez que Laranja Mecânica, no proveito Mundial pela Alemanha Ocidental, em 1974. Mas 20 anos decorridos, em 1994, o Velho Lobo estaria ao lado de Carlos Alberto Parreira, uma vez que coordenador técnico e mentor, no tetra brasiliano no Mundial dos Estados Unidos, com Romário, Bebeto e companhia no onze.

E, em 1998, levou o Brasil de Ronaldo à final, perdido para a anfitriã França, num jogo marcado pela convulsão do Maravilha no dia do jogo.

Pelo meio, foi ainda vencedor carioca pelo Fluminense, saudita pelo Al Hilal, da Despensa América e da Taça das Confederações pelos canarinhos, entre outras honrarias individuais e coletivas. Depois o triunfo na Despensa América, em 1997, disse uma das frases mais emblemáticas da curso – “vão ter de me engolir” – em resposta às críticas da prensa.

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Em 2012, Zagallo sofreu duro golpe: perdeu a mulher, Alcina de Castro Zagallo, companheira por 57 anos, vítima de insuficiência respiratória, aos 80. E foi de Alcina que o Velho Lobo, pai de quatro filhos, pegou a superstição do 13 uma vez que número da sorte: ela não só era devota de Santo António, dos quais dia de celebração é 13 de junho, uma vez que escolhido o 13 de janeiro para o casório. “Eterno vencedor”, a outra epíteto de Zagallo, tem 13 letras.

Anos depois, Zagallo foi um dos condutores da tocha olímpica no Rio de Janeiro, mas já muito debilitado, numa cadeira de rodas, transitando pelo rebento pelas ruas da cidade. Nos últimos anos, com a saúde fragilizada mas muita lucidez, fez poucas aparições públicas, até ter sido internado em setembro, por muro de 20 dias, com infecção urinária. Nos últimos dias de dezembro foi noticiado que havia sido novamente hospitalizado com suspeita de pancreatite, até, nas últimas horas chegar a notícia do falecimento.

Mas, uma vez que os grandes campeões, Zagallo não morreu nem morrerá na memória dos adeptos do futebol.

Homenagens a Zagallo sucedem-se

Antigos, atletas, treinadores, dirigentes, clubes e personalidades de vários quadrantes do mundo desportivo recorrem às redes sociais para se despedirem do Velho Lobo

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