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CARACAS.- A oposição da Venezuela saiu protestar novamente Esta quarta-feira, um mês antes da questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, enquanto a comunidade internacional ignora esse resultado e exige a publicação da ata de votação, em meio a graves acusações de fraude massiva.
“Nem um único governo democrático no mundo reconheceu a fraude de Maduro”disse o líder da oposição, Maria Corina Machadoem discurso para a multidão. “Conseguimos entender que é hora de uma nova rua. Devemos proteger e cuidar uns dos outros. “O que o regime desencadeou é brutal, nunca visto antes”, acrescentou, enquanto os manifestantes gritavam “Não temos medo!”
“Al TSJ [Tribunal Supremo de Justicia] de horror, tirania, saiu pela culatra. Eles acreditavam que com isso [un fallo sobre las elecciones] outros países reconheceriam o resultado da CNE [Consejo Nacional Electoral]. Mas ninguém aceitou essa armadilha. Colocaram o TSJ como braço de perseguição política. Eles não jogaram nenhuma bola nele. Com um guardanapo querem que o mundo reconheça esta farsa. Edmundo González Urrutia “Ele é o nosso presidente eleito”, disse Machado, referindo-se à decisão do TSJ que endossou a vitória de Maduro publicada pelo TSJ. “Ato mata sentença!”gritou o líder da oposição.
“Isso não tem nome”, disse ele em referência à repressão ao chavismo. “A partir daqui, como mãe, quero pedir aos presos dessas prisões que cuidem dos nossos filhos”, disse ela, ao pedir pelos detidos nos protestos. “Isso não tem perdão de Deus”, acrescentou.
“Enganam-se aqueles que acreditam que o tempo favorece o regime. É exatamente o oposto.”ele avisou. “Não há como voltar atrás nisso. Vamos seguir em frente”, continuou Machado.
“Disseram-nos que não haveria eleições e demos-lhes o golpe da vida. Agora dizem que o regime não vai ceder, quer saber? Nós vamos fazê-los ceder“, prometeu o líder da oposição.
“Adicionalmente, Queremos enviar uma mensagem aos membros das forças armadas e da polícia venezuelana. Eles estavam na primeira fila em 28 de julho. Eles sabem a verdade e o que devem fazer em relação à Constituição venezuelana. O povo já decidiu avançar para a liberdade”, disse Machado, enquanto a multidão gritava “Liberdade! Liberdade!”.
A líder da oposição lembrou-se do seu “amigo” e porta-voz do comando de campanha dos líderes da oposição venezuelana, Perkins Rocha, preso ontem por desconhecidos que o levaram à força. Machado prometeu que será solto.
Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos após as eleições presidenciais de 28 de julho, que a oposição liderada por Machado denuncia-o como fraudulento e afirma ter as provas que demonstram que seu candidato Edmundo González Urrutia foi o vencedor do concurso.
A oposição convocou a concentração na Avenida Francisco Miranda, uma das avenidas mais movimentadas e largas da capital venezuelana, e em outras cidades, sob o lema “A Venezuela e o mundo rejeitam a fraude de Maduro e do seu regime”.
“Um mês depois da nossa gloriosa vitória em 28 de julho, Nós, venezuelanos, nos unimos, dentro e fora do nosso país, e gritamos com vigor“, escreveu no X Machado, que passou à clandestinidade embora reapareceu para se juntar à caravana da oposição, como em duas outras concentrações anteriores. Além disso, ele chamou cantar o hino da Venezuela ao meio-dia (13 na Argentina).
Hoje, um mês depois da nossa gloriosa vitória no dia 28 de julho, nós, venezuelanos, nos unimos, dentro e fora do nosso país, e gritamos com vigor!
Às 12 horas, horário da Venezuela, onde quer que você esteja, vamos cantar juntos e com orgulho o nosso Hino Nacional!
GLÓRIA AO POVO CORAJOSO!
Vamos para o… foto.twitter.com/RMkgewwhmR
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) 28 de agosto de 2024
“Quem cansa perde. É importante manter vivo o espírito do 28 de julho quando saímos felizes em buscar mudanças”, disse Guillermo Ramírez, um estudante de 21 anos, que caminhava em direção ao comício. “Eles fizeram de tudo para nos deixar de joelhos, mas não conseguirão.”
A promotoria abriu uma investigação criminal contra Machado e González, enquanto Maduro pede sua prisão. Ele os culpa pelos atos de violência nos protestos pós-eleitorais, que deixaram 27 mortos – dois deles soldados –, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos.
Por sua vez, O chavismo também convocou uma mobilização na quarta-feira para “celebrar” a vitória de Madurodesconhecido dos Estados Unidos, da União Europeia e de vários países da região.
desde manhã Centenas de policiais caminham pelas ruas de Caracas e estavam localizados em áreas próximas ao local onde acontecerão as manifestações.
Ainda estamos de pé💪🏼🔥
Por isso, nesta quarta-feira nos mobilizamos em toda a Venezuela para demonstrar mais uma vez que vencemos e vamos cobrar porque Acta mata sentença!
Aqui contamos todos os estados🇻🇪 que estarão concentrados neste 28 de agosto⬇️⬇️ foto.twitter.com/FG805AcHfq
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) 27 de agosto de 2024
O dia do protesto ocorre um dia depois de Maduro nomear Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo e linha dura, para chefiar o Ministério do Interior, responsável pela polícia e pela ordem pública.
Cabello assume pasta 22 anos depois de ocupá-la durante o governo do falecido líder socialista Hugo Chávez, de quem foi companheiro de armas no fracassado golpe de Estado de 1992.
Maduro renovou metade do seu gabinete, incluindo a pasta estratégica do Petróleo, agora a cargo do vice-presidente Delcy Rodríguez, que desempenhará ambas as funções. O geral Vladimir Padrinho, Ministro da Defesa desde 2014 e mais um “falcão”, foi confirmado no cargo.
González Urrutia, diplomata de 74 anos que trabalhava na embaixada argentina, também clandestinamente, ignorou nesta terça-feira pelo segundo dia consecutivo uma intimação do Ministério Público, que o investiga pela suposta prática de “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”. Esses crimes podem, teoricamente, acarretar uma pena máxima de 30 anos de prisão.
Ele também é investigado, junto com Machado, por o site onde a oposição publicou cópias de mais de 80% das atas – que obteve através de uma operação titânica de procuradores em todo o país -, que afirmam ser a prova de que González venceu com mais de 60% dos votos.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro com 52% dos votos, sem publicar o escrutínio detalhado tabela a tabelaconforme exige a lei. Ele argumentou que foi alvo de um hack, o que especialistas e oponentes descartam. De qualquer forma, o Supremo Tribunal validou o resultado numa decisão há muito aguardada. Ambas as organizações são acusadas de servir ao chavismo.
Por isso, um dos lemas da marcha desta quarta-feira é “ato mata sentença.”
O Ministério Público ainda não informou se fará nova intimação a González: O promotor Tarek William Saab convocou uma entrevista coletiva às 12h.
Enquanto isso, A Organização dos Estados Americanos (OEA) realiza nesta quarta-feira uma reunião extraordinária na qual a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) falará sobre a situação na Venezuela.
Na terça-feira, o advogado de Machado foi preso. Perkins Rocha, tomadas à “força” por sujeitos “não identificados”, segundo a oposição. A prisão se soma a uma lista de mais de 100 ativistas da oposição detidos após colaborarem com Machado e González Urrutia durante o ciclo eleitoral.
Seis colaboradores de confiança da oposição, incluindo o seu gestor de campanha Magalli Meda, estão refugiados na embaixada argentina, hoje administrada pelo Brasil, desde que Maduro expulsou os diplomatas que respondiam ao governo de Javier Milei.
Agências AFP e AP
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