Setembro 27, 2024
Argentina e Venezuela emitem mandados de prisão retaliatórios para presidentes – JURIST
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Argentina e Venezuela emitem mandados de prisão retaliatórios para presidentes – JURIST #ÚltimasNotícias #Venezuela

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O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) endossou um mandado de prisão para o presidente argentino Javier Milei na segunda-feira pelo suposto “roubo” de um avião de carga venezuelano confiscado em Buenos Aires e entregue aos Estados Unidos. No mesmo dia, a Câmara Federal da Cidade de Buenos Aires ordenou a prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro por supostos crimes contra a humanidade.

As ações legais iniciadas pela Venezuela decorrem de uma controversa transferência de aeronave envolvendo um Boeing 747 300 da Emtrasur. Este avião, originalmente de propriedade da Mahan Air do Irã e posteriormente vendido para a Emtrasur da Venezuela, foi inicialmente apreendido pelas autoridades argentinas em 8 de junho de 2022, durante a presidência de Alberto Fernández. O confisco ocorreu no Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires, em meio a investigações relacionadas ao terrorismo, pois a aeronave transportava tripulantes venezuelanos e iranianos. O avião permaneceu parado na Argentina por meses, gerando tensões diplomáticas. Em um desenvolvimento significativo, a administração Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023, transferiu a aeronave para a custódia dos EUA em fevereiro de 2024. Esta transferência foi baseada em uma ordem judicial dos EUA que alegou que o avião havia sido vendido ilegalmente para a Venezuela em violação às sanções dos EUA contra o Irã.

O procurador-geral venezuelano Tarek William Saab revelou que o presidente Milei, juntamente com membros-chave de sua administração, agora enfrentam múltiplas acusações, incluindo roubo agravado e interferência de aeronaves. O anúncio de Saab foi acompanhado por uma retórica forte, rotulando o líder argentino com termos contenciosos e insistindo na responsabilização pelo que a Venezuela vê como uma apreensão e transferência ilegais de sua propriedade.

Em uma declaração oficial, o porta-voz do governo argentino Manuel Adorni abordou as recentes tensões diplomáticas com a Venezuela. Adorni enfatizou as diferenças fundamentais nas estruturas governamentais entre as duas nações, particularmente em relação à separação de poderes. Ele afirmou que, na Argentina, as decisões sobre a aeronave em disputa foram tomadas pelo judiciário independente, não pelo poder executivo. Os comentários de Adorni também incluíram fortes críticas às ações do governo venezuelano, descrevendo-as como teatralidades do que ele chamou de regime falido. O porta-voz indicou que a Argentina não se envolveria com o que ele considerava acusações infundadas do governo Maduro, ressaltando a posição do governo argentino sobre o assunto.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina emitiu uma refutação formal, condenando as ações da Venezuela como um mal-entendido da estrutura constitucional da Argentina:

O caso acima mencionado foi resolvido pelo Poder Judiciário, um poder independente sobre o qual o Executivo não tem autoridade para interferir, de acordo com um acordo internacional. O governo argentino lembra ao regime venezuelano que na República Argentina prevalece a separação de poderes e a independência dos juízes, algo que infelizmente não ocorre na Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro (traduzido do espanhol).

Em uma manobra legal paralela, o judiciário argentino invocou o princípio da jurisdição universal para ordenar a prisão do presidente Maduro. Essa doutrina legal permite que as nações processem violações graves de direitos humanos, independentemente de onde tenham ocorrido. A decisão do tribunal se estende além de Maduro, abrangendo outras autoridades venezuelanas de alto escalão, incluindo Diosdado Cabello, o Ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz.

A ação do tribunal argentino segue uma queixa apresentada pelo Fórum Argentino para a Defesa da Democracia (FADD), alegando abusos sistemáticos de direitos humanos na Venezuela. A decisão do judiciário foi informada por depoimentos de refugiados venezuelanos na Argentina, acusando o regime de Maduro de orquestrar torturas, sequestros e execuções extrajudiciais.

Essas ações legais recíprocas ocorrem em um cenário de crescentes tensões diplomáticas. O presidente Milei tem sido vocal em suas críticas aos recentes processos eleitorais da Venezuela, defendendo a intervenção internacional. A situação foi ainda mais complicada pelo fornecimento de asilo pela Argentina a figuras da oposição venezuelana e a subsequente expulsão de diplomatas argentinos pela Venezuela.

O governo argentino intensificou sua posição, pedindo ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que tome medidas contra Maduro e seus associados, citando preocupações com o clima político da Venezuela após as recentes eleições.

Esses acontecimentos ressaltam a crescente divisão diplomática entre Argentina e Venezuela, refletindo tensões regionais mais amplas e a complexa relação entre política interna, direito internacional e preocupações com direitos humanos na América Latina.

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