“Maduro salvou minha vida”, diz Evo Morales #ÚltimasNotícias #Venezuela

La Paz (EFE).- O ex-presidente da Bolívia Evo Morales (2006-2019) garantiu que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “salvou a sua vida” ao emprestar-lhe dois veículos para uso pessoal nos quais viajou no último domingo, quando denunciou um “ataque armado” nos trópicos de Cochabamba, seu reduto político e sindical.

“Se o presidente Maduro não tivesse me emprestado os dois carros, não sei o que teria acontecido com a vida de Evo. Em outras palavras, o presidente Maduro salvou minha vida”, disse Morales neste domingo durante seu programa transmitido pela rádio coca Kawsachun Coca.

Evo Morales agradece Maduro em seu segundo dia de greve de fome

O ex-presidente boliviano cumpre o segundo dia de greve de fome para obrigar o Governo de Luis Arce a dialogar sobre as suas reivindicações políticas e económicas, que mantiveram os seus seguidores num bloqueio rodoviário no centro do país durante 21 dias.

Morales afirmou que o presidente Arce, de quem está afastado, está ciente do empréstimo dos carros para garantir sua segurança.

Na passada terça-feira, o ex-governante admitiu pela primeira vez que viaja em veículos “emprestados” pela Venezuela, o que foi descrito como “interferência” da força da oposição Comunidade Cidadã (CC).

Polêmica sobre o uso de veículos

A polémica sobre a utilização dos dois veículos surgiu após a “tentativa de assassinato” que Morales denunciou no domingo anterior, porque o deputado do CC Jairo Guiteras verificou que pelo menos um dos dois carros utilizados naquele dia pelo ex-governante aparece como propriedade de Miguel Ángel Lozano, presidente na Bolívia da estatal Petróleos de Venezuela SA (Pdvsa).

“A Venezuela, com um governo de esquerda ou de direita, sempre apoiou a Bolívia, sabe que a Bolívia é a filha preferida de Simón Bolívar”, disse Morales neste domingo.

O “ataque armado” denunciado pelo ex-presidente agravou a situação que mantém a Bolívia em suspense há 21 dias devido ao bloqueio rodoviário, tanto que setores leais a ele chegaram a assumir algumas unidades militares nos trópicos de Cochabamba.