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CARACAS – A Procuradoria-Geral da República da Venezuela convocou pela terceira vez consecutiva o ex-candidato presidencial da oposição Edmundo González, na quinta-feira, para comparecer na sexta-feira numa investigação criminal aberta contra ele após as eleições presidenciais de julho. A agência também alertou que, caso González não compareça, poderá emitir um mandado de prisão contra ele.
González é convocado pela terceira vez consecutiva desde 23 de agosto, para prestar depoimento no âmbito de uma investigação criminal pela publicação dos registos eleitorais que, segundo a coligação da oposição, mostram que obteve mais votos que o presidente Nicolás Maduro nas eleições de o 28 de julho.
Na intimação, o Ministério Público informou González que, “se não comparecer” na data indicada, “será considerado que estamos na presença do “perigo de fuga” e do “perigo de obstrução” da justiça , para o qual “processará a ordem de prisão correspondente”.
O procurador-geral – um colaborador próximo de Maduro e ex-legislador pró-governo – acusa González de usurpar os poderes do órgão eleitoral e publicar “supostos documentos forjados ou falsificados… causando a disseminação desta informação falsa”, de acordo com o que Saab disse no passado semana, referindo-se à divulgação da página http://resultadosconvzla.com/, onde a chamada Plataforma Unitária, principal coligação da oposição, apresentava cédulas emitidas pelas máquinas eleitorais, o que demonstraria que o diplomata reformado venceu Maduro por uma margem de mais de 2 para 1.
A Procuradoria da Venezuela sustenta que González afirmou publicamente que é um dos responsáveis pela publicação daquela ata.
“Ele não tem imunidade nenhuma, é excepcional para qualquer venezuelano; “É um ex-candidato que, por determinação do único poder eleitoral que existe no país, que é a CNE (Conselho Nacional Eleitoral), perdeu as eleições de 28 de julho”, disse Saab à imprensa na véspera.
Na semana passada, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela – formado por juízes que fizeram parte do governo – certificou a vitória de Maduro, que lhe pediu que realizasse uma perícia sobre os resultados eleitorais. O tribunal de mais alta instância também declarou na sua decisão que as contagens de votos publicadas pela oposição eram falsas.
Após essa sentença, o Ministério Público vem acrescentando supostos crimes pelos quais González e outros membros da oposição devem ser investigados, entre eles “usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, crimes informáticos, associação para cometer um crime crime.” e conspiração.”
González, 75 anos, que não aparece publicamente desde 29 de julho, questionou a intimação, por considerar que não tem as garantias do devido processo. Em vídeo publicado na rede social
González afirmou que se pretende submetê-lo a uma entrevista “sem especificar em que condições deverá comparecer e pré-qualificar os crimes não cometidos”.
Maduro foi declarado vencedor pela CNE, órgão colegiado de maioria pró-governo, que garantiu que ele obteve 6,4 milhões de votos, contra 5,3 milhões de González. Por outro lado, a oposição sustenta que os registos em sua posse – cópias recolhidas pelas suas testemunhas nas assembleias de voto – mostram que o seu candidato alcançou 7,3 milhões de votos e Maduro 3,3 milhões.
Organismos observadores internacionais questionaram a independência e imparcialidade do tribunal.
Tanto González como a líder da oposição María Corina Machado, que promoveu a sua candidatura depois de ter sido desqualificada para participar nas eleições, permanecem ocultas, especialmente depois de a Procuradoria-Geral da República, controlada pelo partido no poder, ter aberto uma investigação criminal em 5 de agosto contra ambos depois de o pedido que fizeram aos militares e à polícia para retirarem o seu apoio ao Presidente Maduro e não reprimirem os protestos que eclodiram após as eleições.
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