Novembro 18, 2024
Oposição venezuelana marcha contra a reeleição de Maduro que se protege
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A oposição da Venezuela protesta na quarta-feira, um mês antes da questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, que reforçou o seu gabinete com um homem forte encarregado da ordem pública.

Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos nas eleições de 28 de julho, que a oposição liderada por María Corina Machado denuncia como fraudulentas e afirma ter provas que mostram que o seu candidato Edmundo González Urrutia foi o vencedor da disputa.

Machado e González passaram à clandestinidade, embora se espere que o líder participe como em outros dois comícios anteriores.

A promotoria abriu uma investigação criminal contra ambos, enquanto Maduro pede sua prisão. Ele os culpa pelos atos de violência nos protestos pós-eleitorais, que deixaram 27 mortos – dois deles soldados –, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos.

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O chavismo também convocou uma mobilização na quarta-feira para “celebrar” a vitória de Maduro, desconhecida dos Estados Unidos, da União Europeia e de vários países da região.

O dia de protesto também ocorre um dia depois de Maduro nomear Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo e linha dura, para chefiar o Ministério do Interior, responsável pela polícia e pela ordem pública.

“Ele sabe muito sobre a paz, sabe muito sobre a justiça e liderou os primeiros passos da revolução judicial”, disse Maduro no discurso em que anunciou mudanças em metade do seu gabinete.

Cabello, um deputado de 61 anos, assume a pasta 22 anos depois de ocupá-la durante o governo do falecido líder socialista Hugo Chávez, de quem foi companheiro de armas no fracassado golpe de Estado de 1992.

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Maduro também renovou a pasta estratégica do Petróleo, agora a cargo da vice-presidente Delcy Rodríguez, que exercerá ambas as funções. O general Vladimir Padrino, ministro da Defesa desde 2014, foi confirmado no cargo.

– Nova convocação? –

González Urrutia, diplomata de 74 anos, ignorou nesta terça-feira pelo segundo dia consecutivo uma intimação do Ministério Público, que o investiga pela suposta prática de “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”.

Esses crimes podem, teoricamente, acarretar uma pena máxima de 30 anos de prisão.

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Ele também é investigado, junto com Machado, pelo site onde a oposição publicou cópias de mais de 80% das atas, que afirmam ser prova de que González venceu com mais de 60% dos votos.

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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro com 52% dos votos, sem publicar o escrutínio detalhado tabela a tabela, conforme exigido por lei. Ele argumentou que foi alvo de um hack, o que especialistas e oponentes descartam.

De qualquer forma, o Supremo Tribunal validou o resultado. Ambas as organizações são acusadas de servir ao chavismo.

O Ministério Público não informou se fará nova intimação a González, mas na tarde desta terça-feira Perkins Rocha, assessor jurídico de Machado, foi preso.

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Segundo o seu partido Vente Venezuela, ele foi levado à “força” por indivíduos “não identificados”.

A prisão se junta a uma lista de mais de 100 ativistas da oposição detidos após colaborarem com Machado e González Urrutia durante o ciclo eleitoral.

Seis colaboradores de confiança da oposição, incluindo a sua gestora de campanha, Magalli Meda, estão refugiados na embaixada argentina, hoje administrada pelo Brasil.

bur-jt/ba/mel/cjc

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