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CARACAS – A procuradora-geral da Venezuela anunciou na sexta-feira que o Ministério Público solicitou a revisão dos casos de mais de duzentas pessoas detidas após os protestos que se seguiram às polémicas eleições de julho, questionadas por falta de transparência.
De acordo com a Constituição, que consagra “o direito à defesa, a presunção de inocência e o julgamento por juízes naturais, foram solicitadas 225 revisões de medidas aos arguidos pelos acontecimentos que chocaram o país”, declarou o procurador-geral Tarek William antes. a imprensa. Segundo dados oficiais, 28 pessoas morreram e quase 200 ficaram feridas nos protestos.
“Esta ação, que tem como centro a unificação familiar, consolida o compromisso das instituições venezuelanas com a paz, a justiça e os direitos humanos”, disse Saab sem dar mais detalhes.
O anúncio foi feito quatro dias depois de o presidente Nicolás Maduro ter apelado ao procurador-geral e aos juízes que “se há algum caso para retificar e rever, também deve haver justiça”.
Após as disputadas eleições, que tanto Maduro como a oposição afirmam ter vencido, houve protestos massivos exigindo transparência e a vitória do então candidato da oposição Edmundo González. A autoridade eleitoral declarou Maduro, que procurava o seu terceiro mandato de seis anos, o vencedor.
Antes dos comentários de Maduro, Saab negou na segunda-feira que existam crianças detidas, mas admitiu que pelo menos 10% dos presos têm entre 16 e 17 anos.
Perante as críticas das organizações e a pressão das famílias dos menores detidos no âmbito dos protestos pós-eleitorais – em que foi pedido às autoridades que tornassem transparentes os resultados oficiais -, Saab sustentou que há uma campanha para desacreditar o governo de Maduro.
Como resultado das manifestações, mais de 2.400 pessoas foram presas sob acusações de terrorismo.
1.894 continuam presos, segundo o grupo local de direitos humanos Foro Penal. Destes, 69 são adolescentes. Em setembro, 86 menores foram libertados, indicou o Foro Penal.
Familiares dos detidos e activistas dos direitos humanos, que realizaram inúmeras manifestações exigindo a sua libertação, afirmam que muitos foram detidos pelas forças de segurança sem ordem judicial e permaneceram presos desde então. Em seguida, foram acrescentadas acusações relacionadas aos protestos pós-eleitorais.
Entre os afetados estão também jornalistas, líderes políticos e pessoal de campanha, entre outros.
As autoridades, por sua vez, sustentam que os detidos “não são presos políticos”, mas sim “criminosos que se prestaram a ações terroristas e criminosas”.
Sobre os adolescentes que admitiram estar presos, Saab garantiu que “infelizmente cometeram atos fora da lei” e estão a ser processados. Ele ressaltou que eles estão “em um centro correcional juvenil”, conforme estabelecido pela lei venezuelana.
O procurador-geral lembrou que “entende-se por menino ou menina qualquer pessoa com menos de 12 anos” e “adolescente é qualquer pessoa com 12 anos ou mais e menos de 18 anos”.
Para efeitos de aplicação e execução de sanções, porém, a lei distingue os adolescentes em dois grupos: os que têm entre 12 e menos de 14 anos e os que têm mais de 14 e menos de 18 anos. Eles só são cobrados a partir dos 14 anos.
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