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Seria “excelente” se um país europeu solicitasse um mandado de captura internacional contra o presidente da Venezuela, Nicolás Madurocomo fez o governo argentino Javier Miley. Ele contou para “Nova Agency” Tamara Suju, advogada criminalista e especialista em direitos humanos, e – através do Centro Cesla do qual é diretora – uma das vozes mais atentas na denúncia de possíveis violações dos direitos humanos na Venezuela. Maduro “teme a justiça universal, porque sabe que não pode controlá-la”, disse Suju, lembrando que Caracas tentou três vezes em vão parar as investigações que o Procurador-Geral do Tribunal Penal Internacional (TPI) está a realizar. No mês passado, a Argentina enviou ao TPI um pedido para emitir um mandado de detenção internacional, e “seria excelente se um país europeu se juntasse ao pedido”, disse o advogado, salientando – entre outras coisas – que quando o aceno é reforçado a um pessoa, “os que estão abaixo tentam escapar, podendo até chegar ao ponto de despejá-lo”. Com efeito, a qualquer momento, “se a câmara de instrução preliminar certificar que os crimes continuam a ser praticados pelos mesmos autores, ou que o suspeito não comparece a intimação”, pode solicitar um mandado. O diretor da Cesla cita a este respeito o caso do presidente russo Vladimir Putin, que “já não tem segurança para viajar para onde quiser no mundo”. De forma mais geral, “estamos a tentar fazer com que os países europeus se juntem ao caso em curso, dêem o seu apoio e deixem claro que são testemunhas da situação de violações dos direitos humanos no país”, disse ela.
“Se não for encontrada uma solução para a atual crise política, a vida da líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, corre cada dia mais risco. Cada dia que passa é mais um dia em que a vida de Maria Corina Machado e de pelo menos 300 venezuelanos está em perigo”, disse Suju, lembrando o clima de perseguição sofrido pelos opositores. “Faltam pouco mais de dois meses até 10 de janeiro”, dia em que – se Maduro não reconhecer a “derrota” nas eleições presidenciais do final de julho – comparecerá perante o parlamento para empossar um novo mandato. “Maria Corina é perseguida e encurralada há meses. O regime diz que sabe onde ela está, que a localizou” e “tenho certeza de que ela deve mudar continuamente de esconderijo”, disse Suju.
O que é “impressionante” na acção levada a cabo pelas autoridades venezuelanas nos últimos meses é a repressão “sistemática” e “planeada” de qualquer pessoa identificada como opositor, forçando dezenas de milhares de pessoas a esconderem-se. As autoridades implementaram um plano de “repressão generalizada em todo o país”, através das diversas forças policiais, paramilitares e de inteligência, “para identificar e processar todos aqueles que em qualquer capacidade contribuíram para o sucesso das eleições”, disse Suju, referindo-se a as eleições presidenciais no final de Julho. “Nunca antes vimos uma perseguição tão profunda aos representantes das listas, escrutinadores, voluntários ou simplesmente àqueles que, no dia das eleições, se dirigiram às assembleias de voto para levar água e comida aos que estavam de serviço”, disse Suju.
Todas as pessoas que aderiram à campanha eleitoral em apoio, sobretudo, a Edmundo Gonzalez Urrutia, o ex-diplomata que, segundo a contagem realizada pela oposição com os dados recolhidos por testemunhas presentes em quase todas as assembleias de voto do país, derrotou Nicolás Maduro. “Detenções com confissões forçadas, intimidações e perseguições que afectaram não só aqueles que, no rescaldo da proclamação de Maduro como vencedor, saíram às ruas para exigir a verdade sobre o desejo de mudança”, mas também aqueles que ficaram em casa, e revelou suas simpatias eleitorais aos amigos. Suju fala de outra operação preparada com método e antecedência: “infiltrados em grupos de WhatsApp, capazes de revelar quem se regozijou com a notícia da derrota de Maduro, ou simplesmente repassou informações”. Uma pressão que, “como nunca antes, obrigou a líder da oposição”, Maria Corina Machado, e “trezentas mil pessoas, a viver na clandestinidade”.
Há um grande descontentamento entre os militares venezuelanos em relação ao governo, e a pressão da comunidade internacional sobre Maduro poderá ajudar a revelá-lo. Nas eleições do final de julho, “o país votou massivamente pela mudança. E muitos militares também aderiram a esta votação”, disse Suju, que afirmou que ingressar nas fileiras das forças armadas “é uma das coisas que mais enlouquece o regime”. Neste momento, “há muitos militares presos, não se sabe exatamente quantos, mas também graduados”, disse Suju, que disse ser difícil trazer esta informação à luz, antes de mais pelo medo que sentem. “do terrorismo que poderia ser desencadeado contra eles ou suas famílias”.
Mas “tenho notícias de um grande descontentamento interno, que os camaradas de armas veem e percebem. Os militares sabem que as eleições foram roubadas e que podem ser considerados cúmplices” da fraude, disse o advogado, referindo-se à proclamação de Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais, sem nunca ter apresentado os dados desagregados e verificáveis do voto. Apenas que os militares “nunca falarão por si próprios se não perceberem a pressão da comunidade internacional”, o sentimento de que de fora existe uma vontade “de pôr um limite aos abusos”. Hoje se alguém fala é preso e nada mais se ouve”, insistiu Suju.
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