Setembro 20, 2024
Banco de Portugal vai trabalhar com Governo na garantia pública na habitação

Banco de Portugal vai trabalhar com Governo na garantia pública na habitação

NãoNa conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de junho, o governador do BdP, Mário Centeno, voltou a ser questionado sobre a garantia pública ao crédito à habitação destinada a jovens e se tem já reuniões conversas sobre o tema com o Governo.

Centeno voltou a dizer que o Banco de Portugal não foi ouvido antes da produção do decreto-lei e adiantou que o banco central receberá a trabalhar com os Governo “nos próximos dias” com vista à elaboração do regulamento.

O objetivo, disse, é encontrar soluções para garantir o equilíbrio da medida.

Segundo Centeno, o BdP é sempre favorável a medidas que ajudem a população mais jovem a aceder à habitação, mas nesta medida é preciso “cautela” pois há que garantir tanto que os clientes paguem a dívida como a estabilidade financeira do banco.

O governador deu a entender que uma das preocupações é o esforço financeiro do cliente com a prestação ao banco face ao rendimento disponível.

Segundo Centeno, a garantia pública não diminui o esforço que os clientes têm de fazer e estes ainda um risco se o montante do empréstimo concedido aumentar devido à garantia pública.

“Se o montante [do crédito] aumenta e se o rendimento não aumenta significa que há maior possibilidade de as pessoas ultrapassarem o rácio do serviço da dívida” face ao rendimento, disse.

Já na semana passada o governador do Banco de Portugal disse que os bancos não podem aliviar o cumprimento das regras de concessão de crédito à habitação mesmo com a medida do Governo de garantia pública à compra de primeira habitação para jovens.

O Governo anunciou uma garantia pública para facilitar a compra de casa para jovens (até 35 anos) recorrendo ao crédito à habitação, sendo essa garantia de até 15% do valor de aquisição dos imóveis. O Estado atua com o papel de fiador, pelo que caso a pessoa incumpra o empréstimo o Estado assume.

O ministro da Presidência, Leitão Amaro, explicou que “existe uma garantia até o jovem pagar os primeiros 15% [do empréstimo] ao banco”, precisando que, quando estes 15% forem, pague “o Estado sai da descoberta”.

A medida, que o Governo quer ter em vigor em 01 de agosto, destina-se aos jovens entre os 18 e 35 anos, com rendimentos até ao 8.º escalonamento do IRS, ou seja, 81.199 euros de rendimento coletável anual.

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