A coordenadora do Conjunto de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, criticou nesta sexta-feira (19) o executivo do primeiro-ministro Luís Montenegro (PSD, direita) por governar “dentro do seu afunilamento ideológico” e afirmou que as principais decisões já foram tomadas, sobrando uma “pequena margem” para os partidos negociarem.
Portugal Do dedo com Lusa
Um bloquista esclareceu que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento (PSD), “deixou muito simples que a primeira prioridade do Governo é não desvirtuar o programa eleitoral” e que, tendo o Conjunto apresentado uma moção de inclusão ao programa do executivo, não poderia agora votar em prol – à semelhança do que foi anunciado pelo partido durante uma semana.
Mariana Mortágua conversou com os jornalistas da residência solene do primeiro-ministro, em São Bento, posteriormente uma reunião sobre o Orçamento do Estado com os ministros das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, da Presidência, António Leitão Amaro, e dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.
O coordenadora do Conjunto de Esquerda afirmou diversas vezes que as escolhas do executivo para o orçamento “revelam afunilamento ideológico” e que as principais “escolhas fiscais, económicas, políticas para o país são feitas e que depois há uma pequena margem para os partidos podemem proferir se concorda ou não”.
Mortágua criticou as medidas de pedestal à compra de habitação destinada a jovens até aos 35 anos, muito porquê a situação atual da saúde – afirmando que a atuação do ministério tem sido marcada pelo “autoritarismo e incompetência” -, e o conjunto de medidas para as migrações .
O líder do Conjunto afirmou também que as variações econômicas foram elevadas neste encontro, referindo que esta foi uma negociação feita sem saber “zero sobre os números e sobre os limites de despesa que estão a ser negociados com Bruxelas”.
“A segunda estranheza é quando os partidos (…) sabem que há compromissos fiscais que foram reforçados de milhares de milhões de euros e que o espaço de negociação é um espaço para além desses compromissos fiscais que o Governo já decidiu e que refletem a orientação de política fiscal e política económica do Governo. Por isso, ultrapassamos esse ponto de vista, as reuniões são menos produtivas do que poderiam ser”, acrescentou.
O Governo reúne-se hoje com os partidos com assento parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2025.
Estava inicialmente previsto que o primeiro-ministro marcasse a presença nestas reuniões. No entanto, por razões de saúde, Luís Montenegro cancelou a presença em todos os eventos políticos até domingo.