Setembro 29, 2024
Crise política.  Impacto em Portugal pode ser significativo se a instabilidade se prolongar

Crise política. Impacto em Portugal pode ser significativo se a instabilidade se prolongar

A instabilidade política em Portugal cria incerteza, sendo que o impacto poderá ser significativo na percepção de Portugal pelos mercados e investidores se uma crise política se prolongar excessivo tempo, consideraram analistas contactados pela Lusa.

Segundo o crítico da ActivTrades Mário Martins, “o chumbo do Orçamento do Estado cria uma temporada revelada de incerteza” pois os investidores privilegiam a firmeza e porque “nesta temporada ainda é cedo para se poder medir que as eleições antecipadas poderão resolver logo o impasse” ou se levante se manterá. .

Todavia, considere que para já o impacto é restringido, mas que pode ser mais significativo se o impasse continuar: “Sem incerteza que terá um impacto, mas não deverá ser muito significativo, exceto se chegarmos a meados de 2022 sem orçamento porque aí, sim , os investidores começarão a levantar dúvidas”, afirmou Mário Martins.

Para o crítico da XTB Henrique Tomé, a instabilidade política em Portugal “parece não estar a promover qualquer tipo de impacto ao desempenho do PSI-20”, referindo que os mercados continuam a seguir a tendência dos pares europeus sendo o contexto internacional o “fator chave que pesa no sentimento da bolsa portuguesa”. .

Todavia, afirmou, “naturalmente não é do interesse dos investidores investirem em países que apresentem qualquer tipo de instabilidade”, pelo que se a situação se impelir “as consequências económicas poderão ser graves e as agências de notação financeira poderão rever em baixa o “rating “da República”. Logo, disse, os juros da dívida pública também poderão transpor prejudicados, subindo. .

O economista-chefe do Montepio, Rui Serra, afirmou também que “para já não são visíveis grandes impactos nos juros da dívida pública portuguesa”, referindo que houve uma ligeira elevação da dívida a 10 anos face à alemã nas sessões de dívida de quarta-feira e quinta-feira, mas que a magnitude da subida foi semelhante ao que aconteceu com a dívida de Espanha.

Também no “rating” de Portugal, atualmente, “não se espera alterações no limitado prazo”, sobretudo se “o resultado das eleições aconselha uma maioria parlamentar que respeite os objetivos de consolidação orçamental de médio prazo”.

“Só um cenário hipotético em que os partidos mais à esquerda ganhem valimento na governança poderão fabricar uma situação mais “desconfortável” para as agências de rating”, disse.

No investimento, desde que “poderá possuir qualquer dilação das decisões” até “o quadro político permanecer mais evidente, quer em termos da política fiscal, quer em termos das leis laborais”.

Já ao nível do consumo, Rui Serra disse não esperar que “a instabilidade política seja muito relevante” uma vez que já havia uma incerteza pandémica a condicionar as decisões de consumo.

Sobre a realização dos fundos do Projecto de Recuperação e Resiliência (PRR), afirmou o economista-chefe do Montepio que, estando o projecto ratificado, as decisões técnicas de aprovação das candidaturas continuarão. Todavia, avisou, já nos grandes projetos, que necessitam de aprovações de natureza política, “poderá, de facto, possuir um dilação das decisões até que exista um novo Governo empossado”.

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