Novembro 18, 2024
Desempenho da economia é trunfo para pronunciação do novo governo

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Lisboa — A economia será um dos principais trunfos de Luís Montenegro porquê primeiro-ministro de Portugal, caso a Associação Democrática (AD) assuma o comando do país. A boa situação da Caixa do Executivo, que vem registrando sucessivos superavits fiscais, a queda da pública para 98,7% do Resultado Interno Bruto (PIB) — o menor nível desde 2009 —, a inflação sob controle, o prolongamento da dívida supra da média da União Europeia e o desemprego inferior permitirão que o líder da centro-direita consiga satisfazer secção de suas promessas de campanha, porquê reduzir a trouxa de impostos e reajustar as reformas. Nesse contexto econômico mais favorável, ele terá mais tranquilidade para fazer as costuras políticas.

“Não há dúvidas de que, do ponto de vista macroeconômico, a legado deixada pelo governo socialista é muito positiva e dá um claro conforto a Montenegro. Mas é preciso ressaltar que, neste momento, o que mais pesou na decisão dos votos nas eleições de Domingo foram as questões micro, porquê a saúde, a instrução, a habitação, o outro lado da legado socialista”, diz a professora Luísa Godinho, doutora pela Universidade de Genebra, na Suíça.

Para ela, mesmo com a economia indo muito, a maior secção dos portugueses não se sente beneficiada, muito pelo contrário. “Há um grande sentimento de exclusão, que foi muito muito aproveitado pelo Chega, partido de extrema-direita que quadru aplicou de tamanho e se tornou uma força relevante na Plenário da República”, afirma.

Portanto, não bastará exclusivamente os bons números da macroeconomia. O porvir governo da Associação Democrática terá de convencer a população de que a vida real dela vai melhorar daqui por diante. “Se não atender a esses anseios, Luís Montenegro terá de mourejar com um prolongamento ainda maior do Chega, o que terá um impacto importante no partido dele, o PSD, que hoje lidera a Associação Democrática. AD que são desenvolvidos a uma coligação com a legenda de extrema-direita já nesse início de governo”, ressalta a professora. Ela lembra que o Partido Socialista (PS), que ficou oito anos no governo e foi o grande derrotado nas urnas, falhou ao não resolver os problemas reais, mais prementes da população. O risco desse quadro se repetir é real.

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Segurança é fundamental

No entender da professora, neste novo momento da política portuguesa, com a ultradireita fortalecida, com 48 dos 230 deputados no Parlamento, é fundamental que os partidos tradicionais, PS e PSD, tenham prontidão para se reconectarem com o eleitorado. Ainda que os portugueses sejam um tanto avessos às mudanças radicais, essas legendas devem se preparar para uma novidade era da democracia, cada vez mais testada e contestada. “A ocorrência do PSD e do PS tem de ser à fundura do que fez o Chega. Se isso não ocorrer, a ultradireita vai continuar se aproveitando da insatisfação popular e importa o seu oração radical”, assinala.

Cônscio do transe de Portugal descambar de vez para a direita radical e populista, o ainda primeiro-ministro António Costa, destaca a valor de se dar segurança ao porvir governo, para que consiga completar os quatro anos que as urnas lhe garantiram. Na visão dele, não é provável que, a cada dois anos, os portugueses tenham de enfrentar eleições porque o Parlamento foi dividido e o governo, dissoluto.

“É preciso ter segurança legislativa, isso é um diferencial para Portugal”, ressalta Costa. Ele diz ainda ter crédito de que o próximo Executivo continuará tocando o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), um conjunto de obras bancadas com recursos da União Europeia, entre elas, o novo aeroporto de Lisboa, do qual projeto, segundo o socialista, está praticamente pronto.

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As articulações para a formação do novo governo estão a todo vapor. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu início às conversas com os partidos que garantiram assentos no Parlamento para se chegar a um consenso e viabilizar a novidade gestão do país.

Em meio às articulações, há uma grande incerteza ao jungir no ar: qual será o resultado final das apurações das urnas, quando forem contabilizados os 211 milénio votos de portugueses que vivem no exterior. A diferença entre a Associação Democrática e o Partido Socialista é de exclusivamente 0,8 ponto percentual, pouco mais de 55 milénio votos. O novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, já admitiu a rota. Mas a incerteza continua no ar.

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