Setembro 17, 2024
Desinformação mais detetada pelos portugueses é sobre política

Desinformação mais detetada pelos portugueses é sobre política

Portugal continua a ser um dos mercados "onde menos se paga" por notícias 'online'

Portugueses elegem transparência como específicas para definição de confiança nas notícias.

O tipo de desinformação mais encontrado pelos portugueses é sobre política, de acordo com o relatório Reuters Digital News Report 2024, os quais elegem a transparência como classificações para definição de confiança nas notícias.

O Reuters Digital News Report 2024 (Reuters DNR 2024) é o 13.º relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o 10.º a contar com informação sobre Portugal. Em 2024 participaram 47 mercados de notícias, Portugal incluído.

Enquanto parceiro estratégico, o OberCom – Observatório da Comunicação colaborou com o RISJ na concepção do questionário para Portugal, bem como na análise e interpretação final dos dados.

“Em Portugal, o tema sobre o que os entrevistados dizem ter encontrado mais desinformação é a política (28%), à semelhança do que acontece também a nível global, sendo de assinalar que, apesar da maior preocupação com a desinformação, os portugueses declaram em menor grau do que os restantes entrevistados deparar-se com desinformação sobre qualquer um dos tópicos explorados”, lê-se no estudo.

Portugal é dos países onde os cidadãos estão mais preocupados com o que é real e falso na Internet (72%).

“A nível global, no conjunto dos 47 países agora treinados, 59%, dos mais de 90 mil entrevistados, dizem-se preocupados com o que é real e falso ‘online’ (mais três pontos percentuais do que em 2023)”.

Em Portugal, “esta preocupação aumenta com a idade, escolaridade, rendimento e é também maior entre os que têm uma orientação política declarada”, acrescenta.

“De salientar que a proporção de inquiridos que afirmam ter-se deparado com conteúdos informativos falsos ou imprecisos sobre qualquer um dos temas com que foram confrontados aumentaram a nível nacional e global, não sendo um fenómeno exclusivo” de Portugal, refere o estudo.

“Quando questionados sobre a facilidade que têm em distinguir entre notícias/informações confiáveis ​​e não confiáveis ​​em diferentes plataformas digitais, o motor de busca do Google é visto de forma mais positiva e o X (antigo Twitter) como a plataforma onde é mais difícil distinguir entre fiável e não fiável”, aponta informação.

Em Portugal, uma percentagem de inquiridos afirma confiar nas notícias em geral, embora cerca de dois pontos percentuais este ano (58% para 56%), mas “mantém-se entre os que dizem confiar nas notícias que consomem (58%)”.

Entre 2015 e 2024 “registou-se uma quebra de 10 pontos percentuais na confiança em notícias em geral e de 13 pontos percentuais nas notícias consumidas”, refere o estudo.

“A transparência dos meios de comunicação é considerada por 78% dos portugueses como ‘Muito’ ou ‘Algo’ importante para a definição da sua confiança em notícias (79%), observando a representação de pessoas como si de forma justa (75%), enquanto 74% atribuem a confiança em notícias ao fato de os meios de comunicação noticiosos terem padrões jornalísticos elevados”.

A televisão continua a ser mais preponderante entre os mais velhos e a Internet nos mais jovens, em Portugal.

De acordo com os dados, a televisão continua a ser o meio de comunicação social para acesso a notícias por 67% dos portugueses e 53% (mais dois pontos percentuais face a 2023) dizem tê-la como principal fonte de notícias.

“No entanto, a idade é aqui um factor determinante, pois enquanto apenas 31% dos jovens entre os 18 e os 24 anos de idade fazem da televisão a sua principal fonte de notícias face a 68% dos portugueses com 65 e mais anos, se falarmos da Internet o resultado inverte-se e temos 58% dos jovens entre os 18 e os 24 anos a afirmar terem a internet como principal fonte e informação, enquanto apenas 21% dos entrevistados com mais de 65 anos o afirmam”, segundo o relatório.

A pesquisa foi realizada em 47 mercados: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polónia, Croácia, Roménia, Bulgária, Grécia, Turquia, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Taiwan, Tailândia, Singapura, Austrália, Canadá, Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, México , Marrocos, Nigéria, Quénia e África do Sul.

O trabalho de campo foi realizado no final de janeiro/início de fevereiro.

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