- Responsável, Paulo Kirby
- Papel, BBC Notícias
A centro-direita portuguesa lidera uma corrida eleitoral acirrada neste domingo (3/10), mas terá dificuldades em formar uma maioria no parlamento.
A Federação Democrática, uma coligação do Partido Social Democrata, de centro-direita, com outros partidos menores, pretende pôr termo a oito anos de governo dos socialistas de centro-esquerda.
A expectativa, conforme as apurações quase concluídas, é de que a centro-direita obtenha até 31,5% dos votos, primeiro dos menos de 29% dos socialistas.
Mas um outro partido também labareda a atenção nessa disputa: o Chegapai direita radicalque parece ter consolidado a sua candidatura para ser a terceira força na política portuguesa.
Uma sondagem inicial à saída da emissora pública RTP deu ao partido do ex-analista de futebol André Ventura 14-17% dos votos, depois uma campanha centrada no combate à depravação e à imigração.
Os resultados sugeriram que o Chega poderia ter um desempenho ainda melhor do que isso, um salto em relação aos 7% de unicamente dois anos detrás.
O Chega depositou esperanças em se tornar uma espécie de celeiro de política, cinco anos depois de ter reservado o seu primeiro assento no Parlamento, o que o partido saudou uma vez que uma noite “absolutamente histórica”.
Mas o principal vencedor neste domingo parece ser o líder do centro-direita, Luís Montenegro, cujos apoiadores gritavam “Portugal, Portugal” enquanto o seu rosto aparecia nas imagens das televisões à medida que as sondagens de boca de urna se tornavam claras.
Dez milhões de portugueses votaram nas eleições antecipadas de domingo, quatro meses depois do primeiro-ministro socialista, António Costa, ter sido exonerado devido a acusações de depravação, apesar de nunca ter sido indicado formalmente uma vez que suspeito.
A participação no pleito foi considerada a mais elevada dos últimos anos, com quase 65%, apesar de as eleições terem sido realizadas pela última vez há unicamente dois anos.
A centro-direita não está isenta de problemas. O Partido Social Democrata, que domina a Federação Democrática, está envolvido num escândalo regional na Madeira.
Mesmo que vença a votação de domingo, a confederação deverá ocupar tapume de 91 assentos de 230 no Parlamento, muito aquim de uma maioria absoluta.
Supondo que também possa atrair o pedestal do partido Iniciativa Liberal, quarto disposto, a Federação Democrática ainda só seria capaz de formar um governo minoritário. Quando o orçamento do próximo ano for discutido em outubro, será necessário o pedestal de outros grupos.
O líder do Chega, André Ventura, disse que o resultado marcou o termo de uma era dominada por dois partidos únicos e que o seu partido está pronto para ajudar a edificar o próximo governo.
“Tudo sugere que a direita [política] terá uma maioria potente para governar”, declarou Ventura. Mas o dirigente da confederação de centro-direita, Luís Montenegro, disse que não terá relação com o líder do Chega.
Montenegro classificou Ventura, um macróbio colega de partido, uma vez que xenófobo e racista.
Já os socialistas amargam o segundo lugar na disputa eleitoral.
O diretor da campanha, João Torres, revelou durante pesquisa de boca de urna que o partido ficou aquém das expectativas e disse que os socialistas irão para a oposição.
Em seguida anos de crise, a economia de Portugal cresceu 2,3% no ano pretérito, embora as variações para 2024 sejam menos animadas.
Os níveis são baixos e os aluguéis estão subindo, o que levou a uma maior insatisfação com o centro-esquerda.